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Como prevenir acidose ruminal em bovinos?

EDUCAPOINT

EM 30/09/2022

3 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 30/09/2022

A acidose ruminal é uma doença metabólica causada pela ingestão de carboidratos rapidamente fermentáveis em grande quantidade, que leva à redução do pH do rúmen devido à excessiva produção de ácido lático. Dessa forma, está amplamente associada à alimentação baseada em concentrados, como ocorre em animais criados em confinamento, sendo a segunda doença mais prevalente neste tipo de sistema de produção.  

Porém, a acidose ruminal não é exclusividade de bovinos criados em confinamento, podendo também acometer animais criados a pasto em um sistema intensivo que consomem grandes quantidade de carboidratos fermentáveis sem a ingestão de fibra efetiva suficiente, como por exemplo, vacas de alta produção que recebem suplementação com alimentos concentrados.  

A acidose ruminal pode ocorrer de duas formas: aguda ou subaguda. A forma aguda ocorre pelo acúmulo de ácido lático no rúmen devido ao consumo de grande quantidade de carboidratos fermentescíveis, levando a um quadro de acidose ruminal clínica que pode, inclusive, levar à morte. Isso pode ocorrer, por exemplo, com bovinos de corte criados a pasto e que não estão acostumados com o consumo de ração e que acabam consumindo uma grande quantidade de carboidratos, especialmente quando não é feita uma adaptação prévia do consumo de ração.  

Já a acidose subaguda, também chamada de SARA (Sub-acute Ruminal Acidosis, na sigla em inglês), ocorre devido à presença de ácidos graxos voláteis (AGVs), geralmente em vacas de alto desafio. Essa produção alta de AGVs excede a capacidade de tamponamento e absorção ruminal, levando a uma queda no pH.

Essa doença metabólica se caracteriza por episódios mais brandos e transitórios de redução do pH, muitas vezes não demonstrando sinais clínicos claros, mas ainda assim, levando à queda do desempenho do animal. Nestes casos, é necessário avaliar outros fatores, como produção de gordura no leite, consumo de matéria seca, esterco, entre outros, para que se chegue ao diagnóstico.

Como prevenir a acidose ruminal

A prevenção depende basicamente de três pontos: tamponamento ruminal, fornecimento de quantidade adequada de carboidratos e na velocidade correta e adaptação do animal a uma dieta rica em carboidratos fermentados. O tamponamento consiste na neutralização dos ácidos produzidos pela fermentação ruminal e ocorre tanto pela presença de tampões endógenos, produzidos na saliva do animal, como de tampões exógenos, que são aqueles oriundos da dieta.

Os tampões exógenos fazem parte do manejo preventivo e dependem principalmente da diferença cátion-ânion da dieta, sendo constituídos em sua maior parte de cátions Na e K. Assim, o uso de tampões, como por exemplo, bicarbonato de sódio,  óxido de magnésio ou calcário calcítico, podem impedir a queda drástica do pH do rúmen.

 O uso de tampões se mostrou bastante eficaz na redução da acidose no período inicial, tendo pouco ou nenhum efeito posteriormente. O tamponamento ruminal pode ser intensificado através da estimulação da produção de saliva, que contém tamponantes endógenos. A produção de saliva é estimulada pela presença de fibras na dieta.  

Também pode-se utilizar outros tipos de aditivos, como por exemplo, os ionóforos cuja adição à dieta inibe o crescimento de bactérias produtoras de ácido lático, favorecendo aquelas que produzem ácido propiônico, o que, além de ajudar no controle do pH ruminal, leva à maior produção de precursores de energia para a vaca.  

A adaptação gradual da dieta baseada em um maior teor de volumoso para o consumo de carboidratos fermentescíveis é essencial, pois permite a adequação das papilas e da microbiota ruminal do animal. Além disso, recomenda-se o fornecimento de dietas compostas de volumoso e concentrado simultaneamente, pois isso leva à menor predisposição à acidose ruminal. Isso ocorre porque, ao serem consumidos conjuntamente, as fibras presentes nos volumosos auxiliam no tamponamento ruminal.  

Fatores relacionados ao manejo alimentar também são importantes. No caso de sistemas de produção a pasto, o tamanho das partículas de fibras não tem tanta influência, sendo mais importante a frequência do fornecimento de concentrados. Recomenda-se, dessa forma, dividir este fornecimento em pelo menos duas vezes, além de substituir uma parte do amido por uma fonte de degradação mais lenta, como por exemplo, subprodutos fibrosos (casca de soja, polpa cítrica, farelo de trigo e entre outros).

Já para animais que recebem ração completa, o tamanho das partículas da dieta pode influenciar, sendo preciso que haja fibra efetiva suficiente para estimular a mastigação, levando à maior produção de saliva que contém tamponantes. Outros pontos de atenção com relação ao manejo são tamanho adequado do cocho, evitando a competição entre os animais, mistura homogênea da ração e fornecimento em horários regulares.

Fontes:

Acidose ruminal: causas e soluções, por Alexandre M. Pedroso.  

MACEDO, G. G.; KAMURA, B. C.; FERREIRA, L.V. O.  Aspectos gerais da acidose ruminal subaguda. Ciência Animal, v.30, n.3, p.85-96, 2020. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/vti-29979

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