(Ago, Set, Out - 2015 - Ano 9) página 16 à 19
Adriano se interessou pelo projeto após participar de um evento regional da Danone e da Clínica do Leite, quando foram apresentadas as bases para se atingir baixos níveis de CCS no tanque e os benefícios que isso traria. Depois de conhecer todas as implicações em torno do projeto, vantagens e dificuldades, Adriano resolveu encarar o desafio. E não se arrepende. Antes do projeto, a CCS na fazenda chegava a quase 600 mil cel/ml e hoje está abaixo de 200 mil cel/ml. Um resultado alcançado através de uma metodologia eficiente, aliada ao empenho e foco do produtor e sua equipe. “No começo tivemos as exigências e você até pensa que não vai dar conta. Mas aí depois você vai trabalhando e vendo que não é nenhum bicho de sete cabeças, dá pra tocar. O projeto depende muito da vontade do produtor, do funcionário querer, porque se um não se empenhar não funciona, é trabalho de equipe, só dá certo se todo mundo trabalhar junto, se todo mundo estiver incentivado, pronto pra melhorar”, conta Adriano.
Para implantar a Metodologia de Análise e Solução de Problemas para Mastite (MASP-M), o primeiro passo foi realizar um diagnóstico avaliando todas as condições da fazenda: animais, ambiente, instalações, os procedimentos e as pessoas. Além disso, foram realizadas coletas de CCS individual por animal e amostras para cultura. O plano de ação foi elaborado de acordo com o entendimento dos problemas da fazenda, e aprovado pelo produtor. Após entender cada detalhe, era hora de começar a implantação das tarefas. As vacas foram divididas em lotes de acordo com o índice de CCS. O procedimento de ordenha mudou e a limpeza ficou ainda mais criteriosa, dentre muitas outras ações. A partir daí os resultados começaram a aparecer. “Depois que a tabela da Danone ficou mais rigorosa eu vi que tinha que mudar, foi aí que a gente entrou no projeto pra melhorar isso. Aí foi melhorando, no primeiro mês já caiu a CCS e foi análise em cima de análise, individual e de cultura. Foi mais ou menos por aí que a gente começou a trabalhar, e tendo os resultados todo mês na mão, você tem o controle sobre as vacas, isso facilita tudo”, explica o produtor.
Devido à alta CCS e a zquase nula chance de cura, algumas vacas tiveram de ser descartadas. Para o produtor, uma decisão difícil, mas necessária, afinal, estes animais eram reservatórios de agentes causadores da mastite, podendo contaminar animais sadios. A decisão foi fundamental para que os resultados aparecessem e houvesse um avanço na qualidade do leite. Além disso, a forma de utilização dos medicamentos também mudou, fazendo com que o tratamento dos animais ficasse mais eficiente. Com as mudanças, a fazenda São Miguel deu um importante passo para avançar em qualidade.
Retorno financeiro
Adriano conta que antes do projeto de redução de CCS e com a mudança na tabela de qualidade da Danone, ele estava perdendo na bonificação. Isso o deixou preocupado, já que na atividade leiteira as contas são feitas na ponta do lápis e cada centavo faz diferença. Hoje, depois de alguns meses da implantação do projeto na fazenda, o retorno financeiro já começou a aparecer. Mais um motivo para comemorar. “Eu estava perdendo dois centavos, agora eu estou ganhando seis, então quer dizer, agora estou ganhando oito centavos a mais. Hoje eu estou satisfeito porque deixei de perder e passei a ganhar, né? Isso é muito bom, no leite cada centavo faz uma diferença muito grande. “
Incentivo
Com tudo que vem alcançando o Projeto de Redução de CCS, Adriano é um grande incentivador da adesão ao projeto CCS. O produtor acredita que com esforço de todos os envolvidos no processo, uso correto da metodologia e mudança de postura, os resultados são alcançados com sucesso. O produtor tem metas a cumprir para aumentar a produção, hoje em 2.300 litros de leite por dia, sempre buscando qualidade. Por isso, nada melhor do que contar com a ajuda de especialistas para alcançar seu objetivo. “Eu tenho que agradecer muito à Danone por ter dado essa oportunidade de participar do projeto e ao pessoal da Clínica do Leite, sem eles a gente não teria os resultados que temos. Eu tenho uma relação muito boa com o pessoal da Danone, eles dão um suporte muito grande pra gente através da Central de Compras, dos técnicos do Programa Educampo e agora, com o programa de redução de CCS em parceria com a Clínica do Leite. Por isso eu incentivo todos a entrar no projeto porque o negócio dá resultado, o negócio é bom, só não vai pra frente se a pessoa não tiver força de vontade de melhorar, de mudar o que tem que mudar, porque a pessoa querendo mudar ela consegue. Vale muito a pena”, conclui Adriano.
“O sucesso do programa MASP-M de Redução de CCS depende de três fatores: o conhecimento técnico de como reduzir a CCS, utilizar um método adequado e validado e, o mais importante, a liderança. No caso da fazenda São Miguel, o produtor exerceu o seu papel de líder com excelência, cumprindo com suas responsabilidades, mantendo todo o time da fazenda engajado e alcançando os resultados planejados”, destaca Augusto Cesar Lima da Silva, gestor do Projeto MASP-M Clínica do Leite.