ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Bactérias ácido-lácticas: principais características e aplicações tecnológicas em alimentos

VÁRIOS AUTORES

CLAUCIA FERNANDA VOLKEN DE SOUZA

EM 02/05/2017

4 MIN DE LEITURA

3
6
As bactérias ácido-lácticas se caracterizam, principalmente, por serem micro-organismos Gram-positivos e catalase negativo, podendo ser encontradas na forma de cocos ou bacilos. Estão presentes em leites e produtos derivados, além de representarem a microbiota dominante do intestino delgado de humanos e animais (JENSEN et al., 2012). Algumas bactérias ácido-lácticas possuem funções probióticas, as quais conferem benefícios à saúde do consumidor quando ingeridas em quantidades adequadas.

Para serem caracterizadas dessa forma, elas devem se aderir ao epitélio intestinal e apresentar resistência às condições adversas, como aquelas geradas pelo trato gastrintestinal (TGI) humano, tais como ácido gástrico, sais biliares e enzimas digestivas. Dessa forma, atuam como probióticos, proporcionando uma série de benefícios para a saúde, como a estimulação e regulação do sistema imune, prevenção de doenças intestinais por meio da promoção da resistência gastrointestinal à colonização de patógenos e também pela produção do ácido láctico. Ainda, contribuem para a digestão da lactose, diminuição dos níveis de colesterol, aumento da absorção de minerais e produção de vitaminas (SAAD, 2006; BOSCH et al., 2014).

Na indústria alimentícia, as bactérias ácido-lácticas são utilizadas devido à capacidade de produção de ácido láctico, a partir da lactose, reduzindo o pH e contribuindo com o aspecto sensorial, além de ampliar a vida-de-prateleira dos alimentos (OLIVEIRA, 2009; KASSAA et al., 2014). De acordo com os produtos da fermentação, são classificadas como homofermentativas, quando produzem somente ácido láctico; e heterofermentativas, quando além do ácido, produzem também dióxido de carbono e outros compostos flavorizantes. Dessa forma, os micro-organismos heterofermentativos são amplamente empregados com a função de atribuir melhor sabor e textura aos alimentos, sendo que a escolha das espécies de bactérias ácido-lácticas influencia nessa sensorialidade, pois diferentes espécies produzem diferentes compostos (IKEDA et al., 2013).

A aplicação tecnológica de bactérias ácido-lácticas probióticas em alimentos vêm sendo amplamente explorada, tendo em vista o aumento da demanda por alimentos fermentados funcionais, estimulando o desenvolvimento de novos produtos. Um alimento funcional se caracteriza como um produto que promove a saúde e o bem-estar, além de nutrir. Dentre esses alimentos, podemos citar: leites fermentados, iogurtes e bebidas lácteas. Ainda, há estudos que aplicam bactérias ácido-lácticas probióticas em chocolates, sucos e barras de cereais (MEIRA et al., 2012; BRASIL, 2005; BRASIL, 2007).

O uso de bactérias ácido-lácticas combinadas ou não com as probióticas também é amplamente explorado em diversos alimentos, como em queijos, nos quais contribuem positivamente para o sabor e o aroma. É válido lembrar que para cada tipo de queijo existem diferentes processos e aplicação de diferentes espécies de bactérias ácido-lácticas. Outras aplicações desses micro-organismos em alimentos são na fermentação de massas de pães (LIN; GÄNZLE, 2014), de vinhos (CAPPELLO et al., 2016), e de salsichas fermentadas (RUBIO et al., 2014).

O microencapsulamento de bactérias ácido-lácticas é um método que confere proteção ao micro-organismo às condições adversas (como à passagem ao TGI), mantendo alta viabilidade e potencializando os efeitos probióticos. A técnica permite o empacotamento do material bioativo em pequenas cápsulas seladas, dessa forma, criando uma barreira física entre o micro-organismo e o meio exposto (DE PRISCO et al., 2015).

Frente às aplicações citadas, as bactérias ácido-lácticas estão disponíveis no mercado em diversos produtos alimentícios e a procura por esses alimentos está aumentando. Devido a isso, vem se buscando a caracterização do potencial probiótico de diferentes cepas de bactérias ácido-lácticas e o desenvolvimento de novas estratégias de preservação da viabilidade desses micro-organismos visando à obtenção dos efeitos benéficos.

Referências bibliográficas

BOSCH, M.; FUENTES, M.C.; AUDIVERT, S.; BONACHERA, M. A.; PEIRO, S.; CUNÉ, J. Lactobacillus plantarum CECT 7527, 7528 and 7529: probiotic candidates to reduce cholesterol levels. Journal Science Food Agriculture, v. 94, p. 803–809, 2014.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa Nº 16, de 23 de agosto de 2005. Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Bebida Láctea.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa Nº 46, de 23 de outubro de 2007. Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Leites Fermentados.

CAPPELLO, M. S.; ZAPPAROLI, G.; LOGRIECO, A.; BARTOWSKY, E. J. Linking wine lactic acid bacteria diversity with wine aroma and flavour. International Journal of Food Microbiology, v. 243, p. 16–27, 2016.

DE PRISCO, A.; MARESCA, D.; ONGENG, D.; MAURIELLO, G. Microencapsulation by vibrating technology of the probiotic strain Lactobacillus reuteri DSM 17938 to enhance its survival in foods and in gastrointestinal environment. LWT - Food Science and Technology, n. 61, p. 452 – 462, 2015.

IKEDA, D. M.; WEINERT Jr., E.; CHANG, K. C. S.; MCGINN, J. M.; MILLER, S. A.; KELIIHOOMALU, C.; DUPONTE, M. W. Natural Farming: Lactic Acid Bacteria. University of Hawai. College of Tropical Agriculture and Human Resource. Sustainable Agriculture, p. 1-4, v. 8, 2013.

JENSEN, H.; GRIMMER, S.; NATERSTAD, K.; AXELSSON, L. In vitro testing of commercial and potential probiotic lactic acid bacteria. International Journal of Food Microbiology, v. 153, p. 216–222, 2012.

KASSAA, I. A.; HOBER, D.; HAMZE, M.; CHIHIB, N. E.; DRIDER, D. Antiviral Potential of Lactic Acid Bacteria and Their Bacteriocins. Probiotics and Antimicrobial Proteins, v. 6, p. 177–185, 2014.

LIN, X. B.; GÄNZLE, M. G. Quantitative high-resolution melting PCR analysis for monitoring of fermentation microbiota in sourdough. International Journal of Food Microbiology, v.1, n. 186, p. 42-48, 2014.

MEIRA, S. M. M.; HELFER, V. T.; VELHO, R. V.; LOPES, F. C.; BRANDELLI, A. Probiotic potential of Lactobacillus spp. isolated from Brazilian regional ovine cheese. Journal of Dairy Research, v. 79, p. 119–127, 2012.

OLIVEIRA, M. N. Tecnologia de Produtos Lácteos Funcionais. São Paulo: Atheneu Editora, 2009.

RUBIO, R.; JOFRÉ, A.; MARTÍN, B.; AYMERICH, T.; GARRIGA, M. Characterization of lactic acid bacteria isolated from infant faeces as potential probiotic starter cultures for fermented sausages. Food Microbiology, v. 38, p. 303-311, 2014.

SAAD, S. M. I. Probióticos e prébióticos: o estado da arte. Revista Brasileira de Ciências Farmacêutica, v. 42, n. 1, p. 1-16, 2006.

 

CLAUCIA FERNANDA VOLKEN DE SOUZA

Professora Titular da Univates, atuando nos Programas de Pós-Graduação em Biotecnologia e Sistemas Ambientais Sustentáveis e nos cursos de Engenharia de Alimentos, Engenharia Química e Química Industrial. Doutora em Biologia Celular e Molecular.

MÔNICA JACHETTI MACIEL

Bióloga e professora adjunta da Univates. Pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Sistemas Ambientais Sustentáveis (PPGSAS)- Univates. Atua nos mais diversos cursos de graduação ministrando disciplinas relacionadas a Microbiologia.

3

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

SAMUEL JUNIOR

EM 18/06/2018

Achei informativo e prático. Parabéns.
CLAUCIA FERNANDA VOLKEN DE SOUZA

LAJEADO - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 18/06/2018

Olá Samuel, muito obrigada!
Se precisares de mais informações, estamos a disposição.
Um abraço
Claucia
CLAUCIA FERNANDA VOLKEN DE SOUZA

LAJEADO - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 18/06/2018

Olá Samuel, muito obrigada!
Se precisares de mais informações, estamos a disposição.
Um abraço
Claucia

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures