Apesar da queda em agosto, neste ano, o país vem ‘lutando’ para elevar a sua produção, mas enfrenta dificuldades devido às condições climáticas. No acumulado do ano (janeiro a agosto), a produção neozelandesa foi apenas 3% superior ao mesmo período de 2016. Porém, nos meses em que a produção foi superior à de 2016, ela subiu de forma acentuada. Como exemplo, o mês de março deste ano foi responsável por 61% do aumento no acumulado entre 2016 e 2017, sendo que, na comparação mensal, a produção foi quase 10% maior do que em março 2016.
Além disso, outro fator que comprova esse esforço neozelandês em elevar sua produção, é o aumento das importações de insumos para o concentrado. Na safra 2016/17, o volume importado de grãos foi de 113 mil toneladas, contra 37 mil na safra anterior (aumento também impulsionado pela proibição do uso de farelo de palma).
Gráfico 1. Evolução da produção mensal na Nova Zelândia. Fonte: DCANZ.
Abaixo, é possível verificar o nível mensal de chuvas no país desde o início da safra 2016/2017 até o momento atual nas principais regiões produtoras do país.
No primeiro semestre do ano, as precipitações foram abaixo da média histórica em quase todos os meses (impedindo um aumento ainda mais acentuado da produção), porém, a situação parece ter se revertido a partir de julho, o que pode ser um indício de safra cheia em 2017/2018.
Gráfico 2. Precipitação (média histórica e safra 2016/2017) – Hamilton (Waikato). Fonte: MetService – Elaboração: MilkPoint.
Gráfico 3. Precipitação (média histórica e safra 2016/2017) – New Plymouth (Taranaki). Fonte: MetService – Elaboração: MilkPoint.
Gráfico 4. Precipitação (média histórica e safra 2016/2017) – Christchurch (North Canterbury). Fonte: MetService – Elaboração: MilkPoint.
Gráfico 5. Precipitação (média histórica e safra 2016/2017) – Invercargill (Southland). Fonte: MetService – Elaboração: MilkPoint.
Este aumento que o país vem buscando em sua produção tem uma justificativa clara. Diferentemente do que o Brasil vem enfrentando, a Nova Zelândia (um exímio exportador de lácteos) registrou considerável aumento nos seus preços no último ano. Na última segunda-feira, a Fonterra anunciou que o preço pago na safra 2016/2017 por quilo de sólidos foi de US$ 6,52, 52% acima do valor médio da safra anterior, enquanto o preço pago ao produtor em dólares por litro foi 36,4% maior entre julho de 2017 (US$ 0,403) e julho de 2016 (US$ 0,296). Um dos maiores aumentos registrados para o período entre os principais produtores de leite do mundo.
Dessa forma, a safra 2017/2018, que iniciou em junho e tem seu “pico” de produção programado para o último trimestre deste ano, se tiver clima favorável e demanda internacional consistente, tem tudo para se tornar uma safra histórica para a Nova Zelândia.