Você sabe qual ou quais doenças reprodutivas tem acometido seu rebanho? Sabe que atuando atrás das cortinas elas trazem prejuízos produtivos e financeiros consideráveis à sua propriedade?
A eficiência produtiva da vaca não está ligada apenas a fatores nutricionais, infecciosos e de conforto, mas também diretamente influenciada pelo fator reprodutivo, no qual atuam algumas doenças que, de maneira silenciosa, roubam eficiência econômica da atividade. O sucesso da atividade depende de uma boa programação e cuidados com a saúde animal do rebanho, incluindo um protocolo de vacinação aos cuidados de um médico veterinário especializado, com objetivo de diminuir a doenças e até eliminá-las.
Dentre as principais doenças reprodutivas que afetam a pecuária leiteira, muito frequentemente encontramos a IBR (Rinotraqueíte Infecciosa Bovina) e a BVD (Diarreia Viral Bovina) se espalhando pelo rebanho de forma silenciosa causando abortos, perdas embrionárias, infertilidade e defeitos congênitos.
Rinotraqueíte Infecciosa Bovina – IBR
É uma doença causada por um herpesvírus, que tem a habilidade de alcançar os gânglios nervosos, permanecer em estado de latência e ser novamente excretado em condições de estresse, sendo assim, um animal infectado permanece portador do vírus por toda a vida.
A IBR causa impactos na fazenda na maioria das vezes na forma subclínica, tanto com a diminuição da fertilidade por meio de reabsorções embrionárias precoces, repetição de cio e abortos, como também pela diminuição na produção leiteira e retardo no crescimento dos animais jovens.
A transmissão ocorre pela via nasal e pela cópula. Sinais clínicos são enfermidades causadas no trato respiratório superior, facilitando a entrada de bactérias e desencadeando infecções secundárias, acometendo na maioria das vezes os animais jovens.
Diarreia Viral Bovina – BVD
É um doença causada por um pestivirus, que possui dois biotipos diferentes (citopático e não citopático), sendo uma das principais enfermidades de bovinos amplamente distribuída nos rebanhos de todo o mundo. As formas de transmissão são nasal e por cópula e os animais infectados excretam o vírus pela saliva, pela urina, pelo leite e pela secreção nasal.
O grande problema da BVD são os animais persistentemente infectados (PI). Acontecem quando a mãe é infectada pelo vírus entre 40 a 120 dias de gestação. Neste caso, o feto é infectado por via transplacentária e nasce sem problemas. Contudo, a presença deste animal é a causa da permanência da doença no rebanho, sendo responsável por disseminar o vírus. Nos casos das gestações entre 30 a 90 dias acontecem perdas embrionárias e no final da gestação acontecem os abortos e má formações.
O animal PI pode desencadear a doença das mucosas, sendo um quadro fatal, geralmente entre 6 meses e 2 anos de idade.
Como consigo ser eficiente na sanidade do meu rebanho?
Contamos com alguns pilares para o sucesso: controle, manejo e prevenção. Investindo qualidade na execução destes fatores conseguimos reduzir o risco de propagação das doenças e reduzir as perdas, consequentemente temos retornos produtivos.
As práticas fundamentais para execução dos pilares são:
- Controle e anotações de todos os dados, os quais chamamos de Índices Zootécnicos;
- Exames periódicos (ginecológico e sorodiagnóstico) ;
- Quarentena de animais adquiridos e exame sorológico para entrada no rebanho;
- Implantação de um calendário sanitário preventivo, seguido à risca conforme a orientação do médico veterinário;
- Manejo nutricional;
- Acompanhamento dos animais jovens, já que eles são o futuro na rentabilidade do rebanho.
Para identificar as doenças nos animais, além de observar os sinais clínicos, contamos com testes laboratoriais que devem ser feitos com frequência. Conhecendo as doenças e fazendo um diagnóstico do rebanho, é possível realizar a contenção de surtos e montar um plano de controle.
Há outras doenças que podem acometer sistema reprodutivo como: brucelose, campilobacteriose, tricomonose e neosporose, sendo muito importante ressaltarmos que cada fazenda tem um desafio diferente e devemos investigar qual agente tem afetado o rebanho. As perdas podem acontecer em períodos diferentes e de maneira silenciosa, deixando vacas mais tempo vazias. E vaca vazia significa menos leite e menos bezerras.
A prevenção é o melhor tratamento, por isso a vacinação tem se mostrado uma ótima estratégia para obter melhores resultados, reduzindo a circulação dos vírus na fazenda, já que o futuro da pecuária leiteira está diretamente ligada a prevenção.