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Gargalos na produção leiteira: relação produtor, fornecedores e laticínio

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/08/2020

4 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 12/12/2022

Ma. Juliana Delgado Martins Raymundo – Administradora de Empresas, Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Agronegócio e Desenvolvimento, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Engenharia, Câmpus Tupã.

Prof. Dr. Eduardo Guilherme Satolo – Docente da Faculdade de Ciências e Engenharia da UNESP, Câmpus Tupã.

Prof. Dra. Priscilla Ayleen Bustos Mac-Lean – Docente da Faculdade de Ciências e Engenharia da UNESP, Câmpus Tupã.

 

A cadeia de produção leiteira passa por constantes transformações, assim como qualquer outro segmento do mercado agropecuário. Hoje o mercado é bastante competitivo e isso implica na necessidade de criar vantagens competitivas que agregue valor em todo o processo. Isso fará com que o produtor permaneça por mais tempo no mercado conseguindo destaque e chamando a atenção do consumidor.

A relação entre os diversos elos da cadeia, de forma clara, é extremamente importante para que a gestão ocorra de maneira a dar um bom andamento a toda a cadeia. Porém, são encontradas diversas restrições, principalmente voltadas à propriedade rural (formada por produtores, animais e instalações em geral) que podem interferir nas ações para melhoria do processo.

Esta matéria apresenta as principais restrições na gestão da cadeia produtiva leiteira englobando a relação entre produtor, fornecedores e laticínios em propriedades da microrregião de Tupã/SP, cujo método de pesquisa selecionado foi survey. Este método é utilizado para obter dados em um processo de pesquisa, aplicando um questionário em determinado grupo de indivíduos.

De acordo com dados fornecidos pela CATI (2017) e IBGE (2019), a microrregião de Tupã conta com sete municípios, responsáveis pela produção de 13,8 milhões de litros de leite por ano, distribuídos em 688 propriedades. Desta forma a microrregião de Tupã corresponde a 46,5% da produção leiteira da região de Marília, sendo 1,1% do estado de São Paulo (IBGE, 2019). Os dados foram obtidos entre os anos de 2018 e 2019, pela aplicação de um formulário com perguntas estruturadas à 68 produtores, obtendo uma amostragem de todos os municípios da região.

Os produtores leiteiros foram caracterizados com idade média de 44 anos, sendo 15% dos entrevistados do sexo feminino e 85% do sexo masculino, ainda, apenas 25% dos filhos dos entrevistados atuam no campo. As propriedades da amostragem tiveram início na atividade leiteira entre os anos de 1928 e 2018 e tem uma grande variação de produção diária, oscilando com uma produção média de 10 a 2700 litros de leite, e 98,5% tem a produção de leite como atividade econômica principal.

Controle de Insumos

  • A correta gestão do estoque impacta de modo positivo na quantidade de itens consumidos na produção leiteira. Por vezes, o produtor estoca itens em grande quantidade para “aproveitar” um bom preço do produto, entretanto gera um grande custo a ser pago.
  • Além disso, tem de fazer a gestão das datas de validade. Uma gestão dos itens de insumo é essencial para uma correta compra, em termos de quantidade e momento, e este ser mais bem estruturado se for conduzido em parceria com os produtores.

 

 

Gestão de fornecedores de insumos

  • A ampla maioria dos produtores leiteiros (94%) não possuem parceria de longo prazo com fornecedores, o que resulta na compra de qualquer fornecedor a qualquer momento, em qualquer quantidade e a qualquer preço, sem nenhum vínculo formal.
  • Sugere-se a busca por fornecedores que sejam parceiros, que estabeleçam preços justos e que permitam ao produtor planejar seus gastos, sem surpresas com oscilações inesperadas, principalmente para os componentes de maior impacto no custo da produção, como ração e medicamentos.
  • A ausência de controle na gestão dos insumos e de parceria com os fornecedores por vezes acarreta a compra de itens desnecessários e a um custo superior no mercado.

 

Qualidade de insumos

  • A qualidade dos insumos influencia diretamente na quantidade e qualidade do leite obtido.
  • Embora seja um dos itens de maior custo ao produtor, a ração é pouco analisada. O investimento na análise da qualidade e dos aspectos nutricionais deste item trará ao produtor benefícios econômicos.
  • O processo de ordenha é onde estão inseridos os maiores custos e cabe ao produtor uma constante atenção na melhora de suas etapas, seja nos aspectos sanitários como nos de armazenamento.

  • Embora haja diversos e distintos pontos a se melhorar na propriedade leiteira, destaca-se que atualmente o produtor rural já se vê como um empreendedor e que sua propriedade deve ser tratada como empresa.
  • Cabe ao produtor agora receber as capacitações e treinamentos de práticas e técnicas pertinentes para que possa melhorar sua gestão, haja vista que este é o principal elo da cadeia produtiva leiteira. 

 

 

 

 

Gestão de relacionamento com o cliente

  • A gestão de relacionamento com o cliente é um fator imprescindível para o estreitamento entre produtor e laticínios, e pode promover vantagens aos produtores.
  • Porém, apenas 16,42% dos produtores possuem parceria de longo prazo por contrato com clientes (laticínios).
  • Aproximar a relação entre produtor e laticínios reflete diretamente no processo de negociação do preço do produto. Para isso, o produtor precisa conhecer os seus custos de produção e, em parceria com o laticínio, estabelecer um preço justo de venda, que permita ter retorno financeiro e investimento em melhorias de sua propriedade.
  • Esta parceria resultará na melhora contínua de desempenho do produtor rural, que dará maior valor aos feedbacks enviados pelos laticínios (atualmente na faixa dos 46,3%).
  • Este acompanhamento e melhora contínua dos indicadores possibilita ao produtor uma melhor remuneração pela sua produção e ao laticínio receber melhor insumo para produção de seus produtos.

Sobre a pesquisa: Desenvolvida em parceria com o programa de Pós-Graduação em Agronegócio e Desenvolvimento e principalmente com o Projeto de Extensão Kamby (PROEX/UNESP), da Faculdade de Ciências e Engenharia, UNESP, Câmpus Tupã.

Agradecimento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Processo: 424722/2018-6

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EDUARDO SATOLO

TUPÃ - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 18/08/2020

Marcos e Murilo, agradeço em nome da equipe o comentário e incentivo das mensagens. Realmente é importante a participação efetiva dos produtores na gestão. A organização na forma de cooperativas e associações são caminhos importantes e que deve ser incentivado. Entendemos que uma relação real de parceria onde produtor e laticínio ganham deve ser cada vez mais valorizada, mas isso só acontecerá com a conscientização de todos os participantes da cadeia leiteira. Convidamos para conhecer nosso projeto: https://www.tupa.unesp.br/#!/comunidade/projetos/kamby/. Abraço Eduardo
MARCOS ROCHA

DIVINÓPOLIS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/08/2020

Boa Materia, sou novo no ramo agricola e pecuaria de leite, tenho visto e defendido que a salvação e a solução para o produtor rural e principalmente o de leite esta na reformulação das COOPERATIVAS e na mentalidades de seus administradores atuais. Que tem uma estrutura cara com mentalidade antiga. As cooperativas tem que assumir seu papel de treinar, buscar inovações, negociar preço e ate mesmo, dependendo da estrutura de organização, voltar a fabricar e industrializar produtos. Os laticinios não são os culpados e como negocio tem que ter o lucro, eles acharam e se encaixaram na falha das cooperativas.
MURILO

DOUTOR PEDRINHO - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/08/2020

A maioria dos pequenos produtores,pelo fato de serem pequenos, acabam se tornando refém do mercado. O fato de não formarem parcerias não é por falta de instrução ou vontade, mas sim desinteresse dos laticínios. Hoje mesmo as grandes "cooperativas" não fornecem esse tipo de parceria com pequenos produtores.

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