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Escore de locomoção para avaliar o conforto das vacas

POR ALEXANDRE M. PEDROSO

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/06/2006

4 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 21/12/2020

O escore de locomoção baseia-se na observação das vacas em pé e caminhando e é bastante eficaz para detecção precoce de problemas de casco, e consequentemente, avaliar o conforto dos animais.

Recentemente tive a oportunidade de participar de algumas reuniões de produtores, e um assunto sempre vinha à tona quando se falava em melhorar o desempenho das vacas: o conforto.

Sempre destaquei a importância desse assunto em palestras e nos meus artigos aqui no MilkPoint, e fiquei satisfeito em constatar que técnicos e produtores também consideram o conforto animal como um item fundamental a ser considerado na fazenda.

E dentro dos diversos aspectos ligados ao conforto animal, um tópico que tem preocupado bastante alguns produtores é o aumento na incidência dos problemas de casco que normalmente vêm junto com o aumento na média de produção dos rebanhos.

Infelizmente essa é uma ocorrência esperada, pois vacas de produção mais elevada, via de regra consomem rações que "desafiam" mais o rúmen, colocando-as em maior risco de acidose, o que está diretamente relacionado à ocorrência de laminite. Além disso, a média de peso das vacas também tende a subir com o aumento no nível de produção, o que também aumenta o risco de ocorrência de problemas de casco.

De maneira geral, os problemas de casco têm causas multifatoriais. Pesquisas recentes têm apresentado cerca de 15 diferentes causas para as afecções dos cascos. Alterações metabólicas e físicas podem predispor o animal a essas ocorrências. O elevado peso corporal associado à má conformação do animal pode promover alterações na carga de peso sobre os pés gerando estresse físico nos membros. Pisos de concreto são mais abrasivos além de manterem uma maior umidade dos cascos por deficiente drenagem.

Corredores de deslocamento em mau estado de conservação, com pedras ou buracos também são uma das grandes causas de problemas de casco. Doenças infecciosas (p.e. mastite, metrite, pneumonia) podem provocar um aumento da produção de toxinas bacterianas causando alterações circulatórias. Apesar dos exemplos citados acima relacionando a laminite ao indivíduo, ao manejo e a doenças sistêmicas, a nutrição sem dúvidas é o componente chave para o desenvolvimento da laminite.

A nutrição pode ser responsável pelo surgimento de problemas de casco devido ao excessivo processamento dos grãos da dieta ou reduzido tamanho das partículas de fibra, elevados níveis de carboidratos fermentáveis na dieta de animais não adaptados, teor muito elevado de concentrado na dieta em relação ao volumoso ou volumoso de baixa qualidade, ou presença de micotoxinas na ração. Exceto pelo último item, a nutrição desencadeia a laminite devido a uma inicial alteração do pH ruminal.

Para minimizar os prejuízos causados pelos problemas de casco, é fundamental o diagnóstico precoce dessas afecções para que as devidas providências possam ser tomadas antes do agravamento das lesões, o que resulta em queda na produção de leite e piora nos índices reprodutivos do rebanho. Para identificar rapidamente os animais problema é preciso monitorar o índice de vacas mancando ou que apresentam algum grau de dificuldade para se locomover. Isso é um claro indicativo de desconforto, e via de regra está relacionado ao estado geral do piso por onde as vacas circulam.

O índice de locomoção é uma técnica bastante útil para essa avaliação, conforme ilustrado nas figuras a seguir. Baseia-se na observação das vacas em pé e caminhando, com atenção especial à postura das costas. É bastante eficaz para detecção precoce de problemas de casco.
 


Fig 1 - Escore de locomoção 1 - a vaca para em pé e anda normalmente, apoiando-se firmemente sobre as 4 patas; as costas permanecem retas.

 


Fig 2. - Escore locomoção 2 - a vaca para em pé normalmente, com as costas retas, mas ao caminhar arqueia as costas; as passadas mostram ligeiramente manqueira.

 


Fig 3 - Escore de locomoção 3 - tanto parada em pé como ao caminhar as costas ficam arqueadas; passadas mais curtas com pelo menos uma das patas.

 


Fig 4 - Escore de locomoção 4 - tanto parada em pé como ao caminhar as costas ficam arqueadas; evita, ao menos em parte, depositar o peso em uma ou mais patas.

 


Fig 5 - Escore de locomoção 5 - tanto parada em pé como ao caminhar as costas ficam arqueadas; evita totalmente depositar o peso em uma ou mais patas; pode recusar ou apresentar grande dificuldade em caminhar.

As avaliações do escore de locomoção devem sempre ser feitas em piso plano e seco, que proporcione segurança para as vacas caminharem. Se o objetivo é uma avaliação do manejo, especialmente o que se refere ao conforto das vacas, recomenda-se avaliar pelo menos 25% das vacas, com uma amostragem mínima de 50 vacas. Se o objetivo é identificação de problemas de casco, recomenda-se avaliar todas as vacas do rebanho.

A tabela 1 mostra os prejuízos associados à ocorrência de problemas de casco, monitorados através da avaliação do escore de locomoção.

Tabela1. Reduções no consumo de matéria seca (CMS) e na produção de leite em relação ao Escore de Locomoção (EL).

 


As pesquisas realizadas com a avaliação do escore de locomoção mostram que vacas que apresentam escores acima de 3 têm 8 vezes mais chances de serem descartadas e 15 vezes mais chances de apresentarem atrasos na reprodução, em relação à média do rebanho.

Literatura consultada

ROBINSON, P. Locomotion scoring cows. 2001 https://www.availa4.com/locomotion/pdf/LocmotionScoring.pdf - acessado em 26/5/2006.

ALEXANDRE M. PEDROSO

Engenheiro Agrônomo, Doutor em Ciência Animal e Pastagens, especialista em nutrição de precisão e manejo de bovinos leiteiros

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ODAIR JOSÉ GERÔNIMO

CAPELA NOVA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 03/04/2011

Sou extensionista e estou coordenando um programa de pecuária leiteira. Gostei do artigo e vou compartilha-lo com os técnicos participantes no programa.
ANTONIO GERALDO SANTOS

MONTES CLAROS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/02/2008

Sou técnico agropecuário e gostei de ter lido este artigo do Alexandre, pois trabalho com casqueamento em minha região, e toda boa informação será bem aceita, principalmente com bases práticas, o que facilita a visualização e o entendimento do leitor.

Obrigado pela atenção.

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