Uma pesquisa recente da FGV constatou que no Brasil há cerca de 440 milhões de dispositivos digitais (computadores, notebooks, tablets e smartphones) em uso.
Atualmente, é difícil encontrar um produtor rural que, ao pedir-lhe o seu número para contato, ele lhe fale pausadamente um número “residencial”, ou que seja apenas este e não também o número do smartphone, muitos ainda endossam a resposta com um “é o mesmo do zap”.
E este é o primeiro ponto a ser considerado, a internet está no campo. Nossa próxima reflexão é a seguinte, quanto conteúdo de qualidade está disponível na barra de busca? Enquanto escrevo estas linhas (07/2021) digitei o termo “Silagem de milho” no portal MilkPoint e os resultados da busca foram surpreendentes 1224 matérias correlatas ao tema, casualmente, na mesma hora, abri o YouTube para fazer algo parecido, e para minha surpresa, na minha janela de “início” havia uma live em andamento intitulada “A velha guarda da silagem - onde estávamos, onde estamos e para onde vamos?” com membros do quilate do professor da Esalq/USP Luiz Gustavo Nussio.
Voltando ao portal MilkPoint, procurei o termo “bezerras”, e então, mais de 500 matérias...
Segundo ponto, há muita informação acessível. No propósito de tentar enxergar alguma mudança positiva que a pandemia nos trouxe, a possibilidade de interagir com um pesquisador/professor/técnico do outro lado da tela foi um dos maiores benefícios para o agro, trazendo ainda mais acessibilidade a informação.
Nesse sentido, a distância de um clique é o que separa a dúvida da tentativa de solucioná-la, separa a incerteza do resultado (ou como você quiser chamar o benefício que a leitura de uma matéria pode lhe proporcionar).
A terceira consideração será um questionamento, ficamos mais convictos ou mais confusos em meio a tanta informação?
Se a reflexão não ficou clara, vou torná-la ainda mais digesta com um exemplo. Quinze anos atrás a TV à cabo era raridade, mas mesmo entre os poucos canais que a TV aberta possuía facilmente se encontrava alguma opção para assistir, ao passo que hoje, há pacotes acessíveis com dezenas (talvez centenas) de canais, e a frase “não há nada na TV para assistir” ainda pode ser recorrente.
Muitas opções nos dão (impõem) múltiplas escolhas, e fazer escolhas toma nosso tempo e gasta nossa energia! Cuidado para não se perder em meio à rede.
Siga bons perfis, compre bons jornais, acesse bons portais, escolha entre informação no papel, na tela ou no áudio e vídeo, mas escolha, e dedique-se inteiramente a ela por alguns minutos. “A arte de ser sábio é a arte de saber o que ignorar” – William James. A informação está a um clique, que saibamos tirar proveito dela.