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Vale a pena ler de novo! Economia de água no processo de higienização na indústria de leite

POR LÍVIA RODRIGUES SALCEDO

INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 23/02/2016

3 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 21/09/2022

O setor lácteo encontra-se em expansão no Brasil com consequente aumento do beneficiamento do leite. Porém, na atual situação de escassez no abastecimento de água, esta expansão pode representar problemas uma vez que as indústrias de laticínios consomem grandes volumes de água para o processamento de seus produtos e para a higienização dos equipamentos.

A sanitização dos laticínios é realizada em várias etapas e abrange lavagens de silos, tubulações, tanques, pasteurizadores e equipamentos. A maior parte do volume da água utilizada no enxague dos equipamentos é finalmente transformada em efluente. Estima-se que cada litro de leite processado pode gerar até dez litros de efluente. Obviamente que esse índice pode variar de acordo com o tipo de produto industrializado, depende das operações de processamento ou de limpeza implementadas na indústria, tamanho da indústria, se trata de um laticínio independente ou cooperativa.

No quadro abaixo são apresentados alguns dados referentes à variação e à média das taxas de consumo de água de indústrias de laticínios em Minas Gerais:


Fonte: MACHADO et al. (2002).

Observa-se que laticínios de cooperativas consomem menor quantidade de água. Este fato pode ser explicado devido a maior parte do leite recebido pelas cooperativas passar por somente um resfriamento, para então ser transferida para cooperativas centrais. Portanto se trata de um fluxo mais simplificado comparado ao processo complexo de uma indústria beneficiadora.


Fotos: Exemplo de geração de efluentes no processo de higienização (Fonte: Danilo J. Da Silva, 2001).
Onde pode ser reutilizada a água recuperada?

Desde a limpeza de pisos externos e lavagem externa de caminhões, alimentação de caldeiras e até como água potável. Benefícios energéticos também podem ser obtidos com essa água, uma vez que ela é descartada a 55-60ºC. Esta água poderia aquecer a água de reposição de caldeiras por meio de trocadores de calor (gerando economia de combustível) e a mesma ser utilizada para repor torres de resfriamento, as quais não exigem excelente qualidade referente ao teor de matéria orgânica.  O local ou procedimento em que será feita a reutilização desse efluente dependerá do nível de concentração de matéria orgânica em que o mesmo se encontra.

Quais processos auxiliam na economia de água?

O próprio sistema de limpeza CIP (Cleanning in Place) utiliza menor volume de água comparado ao sistema manual de higienização de equipamentos. Ainda, o reuso e reciclo de águas são procedimentos que também auxiliam na diminuição do consumo de água. Exemplos desses processos são:

a. A recuperação de águas provindas do resfriamento das centrífugas em circuito fechado;
b. A recuperação da água de resfriamento das máquinas de envase;
c. O reuso da água evaporada na operação de concentração do leite;
d. O aproveitamento do rejeito do sistema de osmose inversa (dessalinização da água das caldeiras)
e. Em relação ao ajuste de equipamentos, pode-se instalar válvulas nas pontas das mangueiras de água, impedindo o desperdício.


Além desses fatores que visam a recuperação da água residual, deve-se otimizar o fluxo de processamento a fim de evitar limpezas desnecessárias entre intervalos de produção de modo a minimizar as operações de higienização geradoras de grandes volumes de efluentes líquidos.

Ainda, vale focar na implementação de programas educacionais aos funcionários através da demonstração de manipulação adequada de equipamentos de limpeza e manutenção de estruturas com o objetivo de conscientizar sobre a importância do uso racional da água bem como de qualquer outro recurso natural.

Atualmente, o conceito “poluidor pagador” (conceito de responsabilidade do poluidor em prevenir a ocorrência de danos ambientais como o de reparar integralmente eventuais danos) é pertinente a esse quadro de responsabilidade ambiental de forma a conscientizar técnicos e administradores de atividades produtivas a planejar a estrutura de sua indústria com o objetivo de diminuir o desperdício de água.

ARTIGO EXCLUSIVO | Este artigo é de uso exclusivo do MilkPoint, não sendo permitida sua cópia e/ou réplica sem prévia autorização do portal e do(s) autor(es) do artigo.

LÍVIA RODRIGUES SALCEDO

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JOSUE SILVA

LONDRINA - PARANÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 28/01/2019

O texto é bem interessante no que diz respeito aos procedimentos básicos de higiene e sanitização.Trabalho com higienização industrial há cerca de 20 anos e infelizmente um dos grandes problemas é a estrutura disponível para se implantar um procedimento de higienização (COP, CIP, PPHO,etc).Geralmente os problemas residem nas operações unitárias e condições da estrutura de limpeza( balanço hidráulico do sistema CIP, bombas de envio inadequadas ao volume bombeado, vazamentos e até mesmo utensílios de limpeza inadequados).Acredito que é possível melhorar e a informação em conjunto com um bom profissional, que conheça a realidade das plantas pode ser um bom aspecto de de mudança
OTHON VIOLATTI JUNIOR

GOIÂNIA - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/08/2016

Com relação à economia de água, um fator importante que não foi mencionado, seria quanto à PADRONIZAÇÃO de procedimentos de higienização. Isto constitui talvez num dos maiores desafios, pois, procedimentos executados de maneira não uniforme/padronizada, geram consumos diferentes para a mesma atividade.
SERGIO DA SILVA

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO

EM 24/11/2014

Acho que o escalonamento seria:



1. Cooperativas Agropecuárias - recepção até 20.000 litros/dia;

2. Cooperativas Agropecuárias - recepção acima de 20.000 litros / dia



3. Indústria de Laticínios - até 10.000 litros/dia;

4. Indústria de Laticínios - entre 10 e 20 mil litros / dia;

5. Indústria de Laticínios - acima de 20.000 litros.



Cooperativas também beneficiam o leite e, produzem derivados.



Att.

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