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Uso da água, de novo e sempre

ESPAÇO ABERTO

EM 28/12/2018

2 MIN DE LEITURA

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*Por Ciro Rosolem, vice-Presidente de Comunicação Científico Agro Sustentável (CCAS) e Professor Titular da Faculdade de Ciências Agrícolas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FCA/Unesp Botucatu).
 

A Agência Nacional de Águas (ANA), através do estudo Conjuntura dos Recursos Hídricos-2018, dá conta de que o uso da água no Brasil deve crescer 24% até 2030. Segundo o levantamento, em 2017 somente a irrigação, consumiu 52% da água, ao que, somando-se o abastecimento rural (1,7%), mais o uso animal (8%), chega-se ao fato de que o agronegócio consumiu mais de 60% da retirada dos mananciais brasileiros. Daí se deve olhar o consumo de água pelo agro com lentes de aumento. Mas, será que esta análise está correta? O uso da água no agro pode ser comparado à água gasta em outros setores? Vejamos.

A própria ANA define, no Atlas Irrigação, que “a agricultura irrigada é um uso consuntivo da água, ou seja, altera suas condições na medida em que é retirada do ambiente e a maior parte é consumida pela evapotranspiração das plantas e do solo, não retornando diretamente aos corpos hídricos”. Por esta conta, a água gasta em irrigação seria da ordem de 75% da retirada. Então já não seriam os mais de 60%, mas 45%. Por outro lado, a água gasta em outros setores acaba indo para os rios e mares, evaporando muito longe da microbacia de origem. E vai virar chuva bem longe de casa. Só que isso não sai no jornal. Mas, ainda assim, a água usada na irrigação é evaporada em parte: boa parte vai para as plantas e para o solo, sendo em boa parte evapotranspirada. Parte volta para as minas locais, e evaporação e evapotranspiração significam volta à atmosfera. O seja, o ciclo é fechado. Esta água vai voltar, na mina local ou como chuva. Então não é água gasta, é água usada.

O fato é que se estima que, no Brasil, são irrigados aproximadamente 7 milhões de hectares, ou perto de 10% da área agrícola. É pouco. Para que o Brasil consiga cumprir a necessidade de produção de alimentos, fibras e energia que se espera, haverá necessidade de aumento da área irrigada, além de melhoria da eficiência. É muito mais barato, econômica, logística e ambientalmente, do que a exploração de novas áreas. Considerando ainda que são previstos cada vez mais veranicos e veranicos mais longos, é fundamental que se considere a expansão da irrigação como um investimento fundamental para a manutenção de nosso agro e para a estabilidade econômica do país.

Até 2030 é prevista uma expansão significativa da produção agropecuária no Brasil. Especificamente, está prevista uma expansão de 3,14 milhões de hectares na área irrigada, que deverá atingir pouco mais de 10 milhões de hectares em pouco mais de 10 anos. Embora signifique um aumento de mais de 40% sobre a área atual, representará o aproveitamento de apenas 28% do potencial estimado.

Ainda tem muito chão. Ainda podemos crescer muito. Só depende do estabelecimento de políticas públicas que o permitam, tais como simplificação na outorga de água e financiamentos específicos.

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ADILSON DA MATTA ANDRADE

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 31/12/2018

Fico contente quando alguém fala em, "uso da água" e não, "gasto da água", pois esta confusão das duas frases a muito me incomoda, e aproveitando o ensejo me incomoda mais ainda o falado gasto de água pelas cidades, sendo que se bem tratada poderia voltar quase toda ao seu rumo em direção ao mar sem alterar ambientalmente os rios, mas isto é tratado com descaso, chegam a gastar propagandas falando para economizar água para salvar o planeta. A ma gestão do crescimento das grandes metro polis é o erro ja ocorrido que poucos tocam no assunto, e os problemas de excesso de água de chuva nas grandes áreas cimentadas e consumo das águas usadas pela população gerando falha, a água é protagonista nos dois eventos e poucas lembram que o problema é de má gestão e não de falta nem excesso de água. Temos a obrigação de reverter este foco errado, e exigir de nossos administradores urbanos uma postura em relação ao tratamento das águas usadas para que retornem aos seu caminho para o mar limpa e sadia.

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