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Sinal de alerta 2: caminham as negociações para integração dos setores lácteos do Brasil e Argentina

POR MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

ESPAÇO ABERTO

EM 22/02/2010

2 MIN DE LEITURA

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O jornal Correio Popular de Campinas de 20 de fevereiro de 2010, trouxe a matéria "Argentina e Brasil definem áreas para iniciar integração", onde, segundo Reginaldo Arcuri, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial diz que, nos dois dias de discussão em Buenos Aires, os governos da Argentina e do Brasil definiram oito setores, divididos em duas categorias, para dar início ao processo de integração produtiva. A segunda categoria envolve os setores de madeira e móveis, linha branca, vinhos e lácteos, considerados sensíveis e que geram frequentes atritos, mas que também têm potencial de integração.

Arcuri disse que uma nova reunião já foi marcada para o dia 17 de março, e que até lá os dois governos têm muito o que fazer para avaliar com o setor privado o que fazer, e que o papel dos governos é criar condições para que os negócios sejam mais atrativos para as empresas. A ideia é promover uma rodada de contato com esses setores para saber se eles têm interesse de que realizemos todo esse esforço.

Ora, a primeira coisa que chama atenção é que essa rodada com os setores para saber dos interesses dos mesmos deveria ter sido feita antes dessa reunião em Buenos Aires. A impressão é que puseram a carroça na frente dos bois.

Quando se fala em fazer reunião com os setores, em que as cadeias produtivas que envolvem a agricultura e pecuária, não se pode esquecer que da parte do Governo tem que haver a participação do MAPA e das entidades que representam os produtores.

Esse é o caso do setor lácteo, onde tem que ser ouvidas entidades como a CNA e CBCL, e o assunto deve passar por discussão na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados e até pela Comissão de Agricultura e Pecuária da Câmara.

Se não for possível fazer essas reuniões e discussão do assunto até o próximo dia 17 de março, que se adie a reunião para outra data. Afinal, qual é a pressa? A discussão da integração dos setores lácteos do Brasil e Argentina é de fato uma questão muito sensível, precisa ser bem discutida pela cadeia produtiva do País, e não pode ser feita a "toque de caixa", mesmo porque não há nenhuma urgência nisso. A integração dos setores lácteos dos dois países pode ser importante, mas com certeza não é urgente, e as decisões nesse sentido precisam ser bem amadurecidas, principalmente considerando a pecuária leiteira, que é atividade que gera muitos empregos e renda nesses países.

Não pode ser esquecido que o Brasil foi grande importador de leite por muitas décadas, conseguindo a autossuficiência para abastecer o mercado interno e alguns excedentes exportáveis por muito tempo, voltando a importar em 2009 o equivalente a cerca de 0,5 bilhão de litros de leite fluido, e corremos o risco de, para o futuro, voltarmos à situação de sermos grandes importadores de leite como fomos na maior parte do passado recente.

A nossa sugestão é que a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados do MAPA agende uma reunião extraordinária o mais breve possível, convidando para participar membros da Comissão de Agricultura e Pecuária da Câmara e as pessoas que participaram da reunião em Buenos Aires, falando em nome do Governo Brasileiro. E que nenhum acordo de integração do setor lácteo com a Argentina seja decidido antes que o assunto tenha sido debatido por toda a cadeia produtiva de forma exaustiva e transparente.

MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

Membro da Aplec (Associação dos Produtores de Leite do Centro Sul Paulista )
Presidente da Associação dos Técnicos e Produtores de Leite do Estado de São Paulo - Leite São Paulo

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MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/02/2010

Prezado Helio Cabral Junior

Agradeço os comentários.

Como presidente da Leite São Paulo me abstenho de qualquer julgamento e manifestação política partidária, me atendo a questões do interesse da categoria de técnicos e produtores de leite que represento.

É o caso da negociação relativa a integração dos setores lácteos do Brassil e da Argentina, onde me parece que dois êrros graves foram cometidos:

1) O Governo antes de abrir discussão sobre a integração dos setores lácteos brasileiro e argentino, deveria discutir o assunto internamente, em profundidade e com transparência. com toda a cadeia produtiva;

2) Nessas discussões internas é fundamental do MAPA e das entidades e lideranças dos produtores de leite, que formam o elo básico e fundamental de toda a cadeia, cuja atividade de forma direta e indireta responde pela maior parte dos empregos gerados pelo agronegócio do leite. E ao que parece, não foram consultados.

O sinal de alerta que levantamos é para evidenciar que o assunto não pode ser "tocado a toque de caixa", mesmo porque embora seja importante não é urgente. E que se faz necessário adiar a reunião com a Argentina programada para o dia 17 de março próximo, para uma data futura, a ser marcada depois que o assunto for devidamente debatido e esclarecido com toda a nossa cadeia produtiva do leite.

Quanto ao pouco caso, não apenas desse Governo, mas de todos os Governos passados, bem como outros elos da cadeia produtiva do leite, tem tido com nossa pecuária de leite é em parte por culpa de nossas lideranças que não tem sabido organizar e mobilizar os produtores de leite a lutarem por sua legítimas reinvidicações, e emparte por culpa dos próprios produtores que não fazem o trabalho que tem que fazer da porteira para fora, escolhem mal seus reprewsentantes e esperam que outos, como o Governo vão se empenhar para resolver os problemas, dos quais reclamam mas não lutam por uma solução.

Quanto a sua pergunta final "até quando seguiremos não reagindo", a minha resposta é: até o dia os produtores deixarem de acreditar em milagres e que outros vão se interessar por resolver os problemas, trabalhando também da porteira para fora e assumindo a luta pela solução dos seus problemas.

Abraço

Marcello de Moura Campois Filho

HELIO CABRAL JUNIOR

GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS

EM 24/02/2010

Caro Marcello,

Infelizmente quem produz no Brasil não tem voz ativa; mesmo quando a diplomacia brasileira era uma das melhores e mais respeitadas do mundo ( há quase 8 anos atrás ) e não este "monstrengo" eivado de viés ideológico, a praxe era o setor produtivo ficar em um hotel enquanto os diplomatas costuravam os acordos políticos e depois simplesmente comunicavam aos empreendedores as decisões tomadas e a partir disso é que nosso setor privado ia discutir a forma apenas de se implementar o que já havia sido acordado.

Hoje a situação se reveste de uma gravidade ainda maior, pois o nosso governo e diplomacia no afã de gerar holofotes para o presidente da república, por vezes prejudicam nossa economia e setores produtivos em nome de uma dúbia liderança regional para concomitantemente obter reconhecimento internacional não para o pais, mas para o seu governante maior!

O governo "mete os pés pelas mãos" em uma série de questões de política e comércio internacional e o nosso setor produtivo e a nossa economia ( o que na prática significa dizer nossa população ) é que arcam com os ônus destas trapalhadas e "generosidades" do mandatário da república!

Temos que o mudar o lema "Brasil para os brasileiros", pois a situação parece ser melhor representada com este novo e lamentável lema: " Brasil para UM brasileiro e seus companheiros".

E nós, até quando seguiremos não reagindo?

Cordialmente,

Helio Cabral Jr

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