ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Produção de leite no Brasil: de onde surgem os dados

ESPAÇO ABERTO

EM 08/11/2004

3 MIN DE LEITURA

2
0
Por Paula Marques Meyer1

Muitos se perguntam de onde surgem os dados da produção brasileira de leite e como eles são obtidos. Para elucidar, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é o órgão coordenador do Sistema Estatístico Nacional e, consequentemente, é responsável pelos dados oficiais da agropecuária brasileira. O grande equívoco é que boa parte da população apenas associa a imagem do IBGE ao "instituto que realiza o Censo". É verdade... ele é o instituto responsável pelos Censos Demográfico e Agropecuário. Mas é bem mais que isso.

Como curiosidade, o Brasil atualmente conta com 5.560 municípios, sendo que 645 estão no estado de SP. Para dar conta de coletar todos os dados do território brasileiro, o IBGE possui 515 agências espalhadas pelo país. Somente o estado de São Paulo conta com 100 agências coletoras, o que representa uma agência para cada 6,5 municípios. Estas agências são as responsáveis pela coleta de todos os dados, ou seja, das pesquisas econômicas, sociais e agropecuárias, além dos Censos.

Cada estado brasileiro conta com uma Supervisão de Estatísticas Agropecuárias (SEPAGRO), que é responsável por 9 pesquisas na área. Dentre estas, duas são diretamente relacionadas à produção de leite, que é o nosso assunto em questão.

A primeira é a "Pesquisa da Pecuária Municipal" (PPM), que levanta, entre outras variáveis, o número de vacas ordenhadas no ano e a quantidade de leite produzida por município. É uma pesquisa realizada anualmente, de cunho subjetivo, uma vez que os produtores não são visitados de porta em porta, como é realizado no Censo Agropecuário. Desse modo, os técnicos das agências do IBGE são os responsáveis por fazer e manter contatos com produtores, técnicos, cooperativas, indústrias, entre outros, com a finalidade de obter os dados. Nesta pesquisa, não há especificação sobre qual o destino do leite e, sim, a quantidade produzida. Desse modo, a quantidade de leite produzida refere-se ao leite formal, clandestino e de auto-consumo, sem distinção.

Outra importante pesquisa relacionada ao leite é a chamada "Pesquisa Trimestral do Leite" (PTL). Ela teve início em 1976, sendo coletada mensalmente até 1996. A partir de 1997, passou a ser trimestral. É uma pesquisa objetiva, uma vez que se baseia em um cadastro de estabelecimentos, investigando todos aqueles que se dedicam à atividade de industrialização do leite e estão, obrigatoriamente, sob inspeção federal, estadual ou municipal. Sua finalidade é levantar informações sobre a quantidade de leite cru de vaca, resfriado ou não, entregue às indústrias, assim como a quantidade destinada à industrialização, inclusive pasteurização. Vale a pena enfatizar que os postos de resfriamento de leite estão fora do âmbito da pesquisa, para não gerar duplicidade na coleta dos dados. Desse modo, esta pesquisa reflete o "leite coletado formalmente" pelo setor, e a sua publicação se dá por unidade da federação, ou seja, por estado. Entretanto, como muitos laticínios do estado de São Paulo também coletam leite de outros estados, o "leite coletado" por SP não reflete o leite produzido no estado.

Para o cálculo do tão discutido "leite informal", uma possibilidade é de se subtrair o "leite coletado" (PTL) da quantidade de leite produzida no país (PPM). Percebam que este cálculo não é válido para cada estado, uma vez que o leite pode ser advindo de estados vizinhos.

Para quem se interessar em conhecer as pesquisas, fazer análise dos dados históricos ou mesmo conhecer os novos dados publicados, o caminho é www.ibge.gov.br . Neste site, o usuário deve entrar no banco de dados chamado SIDRA, escolhendo a pesquisa desejada e, em seguida, a variável, o ano e a região. É um banco de dados de fácil acesso, que gera planilhas em "excel", permitindo seu uso posteriormente.

___________________________
1 Dra em Ciência Animal e Pastagens (ESALQ/USP)
Analista Agropecuário (SEPAGRO - IBGE/SP)

2

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

CLEA SANTOS RAHAL

SÃO PAULO - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 29/11/2004

Interessante o artigo. Creio que faltou explicitar melhor o fato mais curioso da pequisa pecuária municipal: como se obtém a estimativa de leite informal.
ROSANGELA ZOCCAL

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 16/11/2004

Paula

Muito esclarecedor seu artigo. Espero que muita gente que reclama possa ler.
É possível conseguir do IBGE a relação de todas as indústrias de laticínios que tem inspeção federal, estadual ou municipal ?

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures