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Pecuária de leite capixaba: como superar os desafios?

POR WOLMAR ROQUE LOSS

ESPAÇO ABERTO

EM 16/08/2011

3 MIN DE LEITURA

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Nos últimos dois anos, em razão de compromissos profissionais, tenho me dedicado, com especial atenção, à pecuária de leite capixaba. Esta incursão sobre o tema me forçou a buscar uma compreensão mais ampla da cadeia do leite, alcançando realidades setorial e tributária de vários estados, além do Espírito Santo.

A propósito do II Seminário Estadual das Cooperativas de Laticínios, promovido pela OCB-SESCOOP/ES, em que tive o prazer de participar do painel sobre a pecuária leiteira capixaba, e considerando a palestra principal sobre "Tendências do mercado de Lácteos no Brasil e Mundo" do Diretor Executivo da Agripoint, Dr. Marcelo Pereira de Carvalho, algumas constatações e inferência podem ser extraídas para a situação da pecuária leiteira capixaba. Eis algumas das constatações que gostaria de compartilhar com os senhores:

(i) A produção brasileira cresceu cerca de 4,10% a.a., nestes últimos 10 anos, bem acima do crescimento populacional. O crescimento da demanda, fruto da estabilidade da moeda propiciada pelo plano real, e do crescimento da renda subsequente, fez com que a demanda crescesse proporcionalmente mais, ou seja, cerca de 5% - saltando de um consumo aparente per capita/ano de aproximadamente 130l, no início de 2000, para aproximadamente 160l de leite, nos dias atuais;

(ii) As importações brasileiras, depois do arrefecimento das políticas antidumping início da década passada, voltaram a crescer a partir de 2008, alcançando 330 milhões de dólares em 2010, contra exportações de 155 milhões. Estes números, sem maiores delongas, significam que voltamos a patamares de importações equivalentes aos anos anteriores às políticas antidumping.

(iii) A instabilidade de preços internacionais e das moedas, com valorização do real, e a dispersão em tecnologias e produtividades dos produtores, postergam a inserção competitiva do Brasil, no mercado internacional, expectativas que vinham sendo alimentadas desde fins dos anos 90.

(iv) No Espírito Santo, a produção cresceu nos últimos 10 anos à taxa de 1,7% a.a., bem inferior à média nacional de 4.1%. Será que somente a estrutura familiar e a pequena escala, na produção e no processamento, explicam nosso desempenho menor? Acho que não, e explico:

Primeiramente, há que se considerar que o Espírito Santo ampliou suas opções de produção agropecuária, o que força a atividade leiteira ser tão competitiva quanto às demais (café, silvicultura, fruticultura e olericultura, principalmente).

Além disso, nossas estatísticas precisam ser reavaliadas. Há dados contraditórios em diferentes fontes do próprio IBGE e entre o IBGE e os dados de controle de vacinação do IDAF, por exemplo. O censo agropecuário de 2006, comparativamente a 1995/96, revela uma redução de 500mil hectares de pastagens, apenas para ficar em um registro concreto.

Ora, se isto é verdade, ganhamos pelo menos em produtividade da terra, porque o rebanho aumentou de 1816 mil cabeças para 2187 mil, entre os dois censos.

O número de vacas ordenhadas cresceu muito pouco nos últimos 10 anos, com percentual inferior ao crescimento da produção de leite (de 320 mil, Para 362 mil), o que indica haver ganhos de produtividade por vaca em lactação, o que se confirma para algumas regiões do Estado. Isto está coerente com os esforços de melhoramento do rebanho empreendidos por iniciativa dos produtores, com apoio dos governos, cooperativas e sindicatos.

No Espírito Santo, aos efeitos do câmbio sobrevalorizado, e aos custos crescentes de produção se somam os desequilíbrios tributários e os incentivos à importação, que patrocinam a desigualdade de competição local.

Considerando, ainda, o consumo aparente per capita/ano de 160l e uma população de 3,50 milhões de habitantes, teríamos um consumo aparente anual de 560 milhões de litros/ano. Nossa produção total gira em torno de 460 milhões, o que significa um déficit de 100 milhões de litros/ano.

Sobre essa ótica, resgatadas e mantidas as condições de igualdade de competição, verifica-se um espaço de crescimento expressivo no mercado capixaba, cuja conquista está diretamente associada às cooperativas, por sua expressão econômica e social na produção capixaba de leite, e pelas características estruturais da cadeia produtiva no Espírito Santo.

Os problemas de amplitude de variação de produtividade na produção de leite, e de escala e logística de captação, processamento e distribuição no segmento industrial precisam ser superados. Temos uma base de parcerias, equipamentos e infraestrutura, e uma amostra de excelência de mais de 1000 produtores, com elevado desempenho técnico, que deve ser referência para um programa mais focado no desenvolvimento de comunidades de produtores de leite. Mas é essencial ampliar e focar as parcerias entre governos, iniciativa privada e associativa, com forte integração entre as cooperativas, visando aos ganhos de escala e de eficiência, e ao desenvolvimento da pecuária leiteira em todas as regiões capixabas.

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OTO

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 10/01/2014

Janeiro chegou e como é cara a taxa do Conselho.
FÁBIO BITTI LOUREIRO

ARACRUZ - ESPÍRITO SANTO - MÉDICO VETERINÁRIO

EM 23/08/2011

Gostaria de comentar que o crescimento da produção no estado é extremamente comprometido pelo custo elevado de impostos e frete incidentes sobre os insumos produtivos, dos quais somos eminente importadores(grãos, núcleos e medicamentos veterinários e agronômicos).

Sou Médico Veterinário e trabalho nos estados de ES, MG e BA.

Vejo que temos de formatar soluções que contemplem o aspecto pré e pós porteira observando as características únicas do ES. Por exemplo, a aquisição de insumos via modal ferroviário.

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