ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Organização da cadeia produtiva para qualidade do leite

ESPAÇO ABERTO

EM 13/04/2005

2 MIN DE LEITURA

1
0
Por Prof. Dr. João Walter Dürr1

O leite é o alimento da vida, através do qual a mãe pode cumprir a mais extraordinária das missões: garantir que seu filho cresça com saúde. Felizmente, a humanidade aprendeu a conviver com espécies que, além de garantir a sobrevivência de suas proles, ainda são capazes de produzir quantidades excedentes desse alimento para consumo humano. Mas esse leite percorre um longo caminho desde a sua síntese na glândula mamária de uma vaca leiteira até chegar à mesa do consumidor de produtos lácteos, envolvendo uma série de agentes, cada qual devendo desempenhar seu próprio papel para que a sociedade tenha acesso a produtos saborosos, seguros e de alto valor nutritivo. A qualidade do leite é, portanto, o indicador de sucesso ou de fracasso dessa combinação de esforços dos elos da cadeia produtiva do leite.

O setor leiteiro no Brasil vem passando por significativas mudanças nos últimos anos, partindo de um patamar de 15 bilhões de litros produzidos por ano no início dos anos 90 para alcançar os 23 bilhões de litros em 2004, o que permitiu inclusive um superávit inédito na balança comercial. Mas uma questão que vem preocupando autoridades, lideranças e pesquisadores é a qualidade do leite produzido no país. Leite de baixa qualidade causa grandes perdas econômicas ao setor, representa um risco à saúde pública, inviabiliza a conquista de mercados mais lucrativos e compromete a credibilidade da cadeia como um todo. O debate em torno do tema tem sido constante na última década, motivando, inclusive, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a publicar a Instrução Normativa 51/2002, que estabelece novos regulamentos técnicos para a produção, identidade e qualidade dos diferentes tipos de leite no país, estando prevista para julho de 2005 a adoção de novas exigências para o setor. E o que falta para que a qualidade do leite melhore no Brasil? A cadeia precisa se organizar para que as tecnologias adequadas sejam adotadas desde a ordenha até a gôndola do estabelecimento varejista.

Organizar uma cadeia produtiva depende basicamente de conscientização e de vontade política. Ou seja, cada elo deve perceber claramente os benefícios advindos das mudanças para que se disponha a fazer a sua parte. O consumidor, mola propulsora de qualquer cadeia, precisa aprender como identificar os produtos confiáveis e deixar de comprar somente pelo preço; o varejo, elo que mais lucra nas cadeias de alimentos, não terá dificuldades em vislumbrar os benefícios de produtos com maior valor agregado e traduzir as exigências dos consumidores aos seus fornecedores; a indústria de transformação, que não pode mais se esquivar da responsabilidade de liderar a busca por qualidade, deve adotar critérios objetivos de remuneração da matéria prima que compra para que possa reduzir perdas, melhorar o rendimento industrial e valorizar suas marcas; o produtor rural, elo carente de lideranças que realmente zelem por seus interesses, tem inúmeras vantagens na adoção de tecnologias que o tornem um profissional no que faz, sendo a principal delas o aumento de sua renda.

É enorme a expectativa em torno dos novos regulamentos da qualidade do leite. Mas engana-se aquele que pensa que essa qualidade será obtida por decreto. O papel do MAPA como órgão fiscalizador é crucial neste processo, mas as ações concretas devem ser tomadas por todos os elos da cadeia produtiva. Desconfie de quem aposta no lucro fácil e torce para que tudo permaneça como está. Este certamente não merece trabalhar com leite, o alimento da vida


_______________________________________
1Prof. Dr. João Walter Dürr é presidente do CBQL

1

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

JOSÉ ALMEIDA DE OLIVEIRA

MAJOR ISIDORO - ALAGOAS - EMPRESÁRIO

EM 16/04/2005

Dr. João Walter:



Nada mais justo do que o produtor de leite se enquadrar nas orientações do MAPA através da IN - 51. Tenho dúvidas de que esse mesmo produtor obtenha melhores preços para seu produto porque o CARTEL ainda permanece em moda. Veja que o produtor que produz leite com melhor qualidade não obtém preço condizente com a qualidade que oferece. Nossa esperança está no comportamento do Governo com relação a determinação de preços de acordo com a qualidade oferecida. Que a medida venha de cima para baixo. Por reconhecimento, jamais. A avareza dos organizadores do CARTEL não admite ganhar pouco. É lamentável não termos lideranças que lutem pela classe. É uma historia longa e dolorosa. REVOLTA!



<b>Resposta do autor:</b>



Prezado José,



Obrigado pelo seu comentário.



Tenho dito onde eu ando que a bola da qualidade está com a indústria, não com o produtor. Digo isto justamente por estar convicto de que a indústria ignora de forma inexplicável o quanto ganharia se investisse na melhoria da qualidade do leite. Acho isso muito mais grave até mesmo do que a tua acusação de cartelização do setor, pois demonstra falta de competência técnica. No dia em que a indústria "fizer as contas", vai ver que seu lucro será muito maior se apostar nos produtores que investem em qualidade (não vale nem a pena eu repetir porque). A solução para isso (se é que me pertence) é trabalhar o consumidor. Mas concordo que uma representação política articulada ajudaria bastante. Defendo a IN51 pois é uma oportunidade de fecharmos o cerco ao redor da mediocridade e avançarmos em questões como, por exemplo, a remuneração do produtor. O que pouco produtor entende é que o MAPA vai cobrar da indústria, e ela vai ter que organizar seus fornecedores de matéria-prima (produtores). Por

isso, tenho esperanças e estou trabalhando muito para que a coisa saia do papel.



Um abraço,



João Dürr

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures