Não adianta vender 'o Brasil', precisamos vender 'do Brasil' |
Por José Luiz Tejon Megido, mestre em Educação Arte e História da Cultura pelo Mackenzie, doutor em Educação pela UDE/Uruguai e membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS)
A agricultura no mundo representa apenas 3% do total do Produto Interno Bruto (PIB) de todas as nações. Porém, significa mais de 30% de todos os empregos.
Em muitos países africanos, como o Quênia, quase 58% dos empregos são no setor da agricultura; países asiáticos, como Índia, 44%. No Brasil, cerca de 10% dos empregos são no agro, e nos países mais avançados o percentual pode ficar abaixo de 4%.
Dessa forma, o que vamos assistir nos próximos dez anos no Brasil será cada vez mais tecnologias, mecanização de agricultura de precisão e a transformação de uma mão de obra de ‘mão na massa’ por cérebro nos robôs.
Por isso, é fundamental para o planejamento brasileiro da economia passarmos a compreender imediatamente o significado do conceito de agribusiness.
O campo continuará sendo fundamental, pois ali ocorre a originação. Porém, os empregos, o empreendedorismo, o cooperativismo, o comércio e os serviços serão crescentes em tudo o que ocorre antes das safras e da criação dos animais terem início. Ciência e tecnologia, e continua na agregação de valor agroindustrial, comercial, terceirização de serviços, sistemas financeiros e seguros.
Inclusive iremos assistir empresas especializadas em produzir e administrar propriedades rurais para investidores ou herdeiros que possuam terras, mas que não desejam gerenciar.
Dessa forma, se a agricultura significa 3% do PIB global e gera 30% dos empregos globais, o agronegócio como um todo significa 20% do PIB do mundo, e continuará absorvendo empregos, mantendo cerca de 35% de empregados no sistema direto das cadeias produtivas, e impactando outros 35% ao seu redor.
Só para exemplificar, a grande indústria do turismo mundial significa uma enorme conta para o agronegócio por meio de suas gastronomias, bebidas, especialidades e especiarias, pois além de visitar museus e observar belas vistas da natureza, o que mais se faz numa viagem turística é comer e beber.
A economia passará a determinar o sucesso dos governos, não importa mais se de esquerda, centro ou direita. Dessa forma, chegamos a uma nova supersafra no Brasil de 240 milhões de toneladas de grãos, mas já produzimos mais de um bilhão de toneladas quando somamos diversos itens.
Para a economia crescer, não bastará a produção agropecuária sozinha, precisaremos de uma política agroindustrial, comercial e de agressividade para conquistas de mercados internacionais em todas as cadeias produtivas.
Hora de um plano estratégico nacional do brasileiro. Sem isso, não adianta vender o Brasil… precisamos vender do Brasil.
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PAULO VITTORAZZEBRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - ESTUDANTE EM 20/09/2019
Desejo dizer que não é só essas medidas que precisam ser implantados no País. Por exemplo, esse negócio de produtores rurais, políticos, funcionários dos órgãos de agricultura e pecuária ficarem se vangloriando da produção e exportação de grãos do País, os únicos beneficiados são estes mesmos, o coitado do trabalhador rural continua todo ano do mesmo jeito, o mesmo salário de fome. Então, este negócio de falar que aumentou as exportações do País e que o País ganhou mais dinheiro, é tudo balela e história para boi dormir. O coitado do trabalhador rural não se beneficia em nada disto.
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PAULO VITTORAZZEBRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - ESTUDANTE EM 19/09/2019
Quando os entendidos do assunto "Exportação", tais como comentaristas, pesquisadores, e governos estaduais e federais, fazem comentários sobre o aumento da produção agrícola e das exportações de produtos agrícolas, eles tem a mania de falar que o BRASIL aumentou e faturou mais. Mas isto é tudo balela, e conversa para boi dormir. Os únicos beneficiados são os produtores rurais, os bancos e os Estados que cobram os impostos. O coitado do trabalhador rural não ganha nada com isto, o salário de fome deles continua a mesma coisa.
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