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SP: loja Mestre Queijeiro, em Pinheiros, está sob nova direção

ESPAÇO ABERTO

EM 12/02/2019

4 MIN DE LEITURA

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Bruno Cabral, fundador da loja Mestre Queijeiro, em Pinheiros, decidiu mudar para a Espanha. E vendeu sua loja para a mineira de Uberaba Mônica Resende, 39 anos.

“Para falar a verdade, eu queria uma lojinha pequena, mas Bruno é um idealista, buscava alguém que fosse dar valor ao que ele valoriza. Tivemos uma primeira conversa e, em três meses, ele me passou o ponto e a marca, uma oportunidade imperdível”, conta ela.


Mônica admira o queijo tipo comté do laticínio Serra das Antas. FOTO: Débora Pereira/SerTãoBras

O despertar da paixão queijeira

Biomédica de formação, antes de encontrar o queijo, Mônica trabalhou com produção de eventos até 2015. “Meu pai é médico e tinha fazenda em Alto Paranaíba, na divisa com Goiás, eu sempre fui de ir pra roça, fazer queijo, linguiça, broa, quitanda”, diz ela.

“Foi uma reportagem que li no Paladar sobre comerciantes de queijo que me motivou a escolher essa profissão e investir na minha educação queijeira. Há um ano e meio comecei a me interessar por queijo, depois de um curso d’A Queijaria sobre como empreender no ramo. Mas antes disso era uma busca pessoal, eu tentando me achar como profissional. Queria ter minha loja de queijos, mas foi uma longa terapia para encontrar meu verdadeiro caminho. Saí do emprego e comecei a fazer pão de queijo, porém sem expectativas de crescimento, pois eu queria manter um produto artesanal, o que era inviável em grande escala. Voltei para São Paulo e comecei a pesquisar locais. Quando apareceu a oportunidade de dar continuidade ao trabalho de Bruno”, diz ela.

"Mônica foi minha aluna em uma formação de tábuas de queijos na Expozebu em abril de 2017. Observei sua postura concentrada, os olhos brilhando nas composições de queijos mostradas durante a aula. Lá, ela já disse que seu sonho era ter sua loja de queijos".

“Quero colocar os queijos na vitrine”

Bruno acompanhou Mônica por cinco meses. "Visitamos os produtores. Foi muito produtiva a nossa visita na Canastra e no interior de São Paulo, vi que ele não tinha fornecedores – ele tem amigos. Eu recebi uma loja muito redonda. Eu vou mudar algumas coisas, quero implantar um cheese bar no inverno, quero colocar os queijos na vitrine na entrada da loja, mas a essência dessa loja é a alma do Bruno”, conta Mônica.


Mônica herdou também os dois antigos funcionários da loja, Michael e Paulo. FOTO: Débora Pereira/SerTãoBras

Como plano de negócio, ela espera recuperar o investimento em dois anos. “O queijo mais vendido sem dúvidas é o canastra”, confessa ela, “seguido do Tulha, do Cuesta e dos queijos de cabra do Rancho das Vertentes”. Sua gama é de queijos nacionais de Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraíba e Rio de Janeiro. “Não quero concorrer com supermercados que vendem queijos importados”, justifica Mônica.


Gama de queijos da loja Mestre Queijeiro. FOTO: Débora Pereira/SerTãoBras

“Cada mês a gama de queijos varia muito. Lançamos em janeiro o gorgonzola da Serra das Antas, de comer de colher, e em uma semana tivemos ruptura de estoque, começamos uma lista de espera e paramos no número 70 – o laticínio não esperava um sucesso tão grande”, diz.


Gorgonzola do Serra das Antas, peça cilíndrica de 500g e 15 cm de altura. FOTO: Débora Pereira/SerTãoBras

"As reações dos clientes foram as melhores: 'bem queridos e compreensíveis'. O movimento do bairro está aumentando, abriram nas proximidades outras lojas e uma padaria, então sempre tem gente passando”, conta Mônica. As vendas são divididas meio a meio entre varejo (direto na loja) e entregas em restaurantes, como o Maní e o Chou, bares e cafés. O comércio online representa entre 5% e 7% do total de vendas.


Queijo de ovelha tipo Serra da Estrela feito no Rio de Janeiro. FOTO: Débora Pereira/SerTãoBras

Pegada mineira

Mônica tem trabalhado dez horas por dia para manter a qualidade da loja e, ao mesmo tempo, dar seu toque pessoal. “Temos agora um pão de queijo recheado com pernil e bananada picante, que vem de Abadia dos Dourados, onde passei minha infância” anuncia.

Ela começou também a realizar eventos de tábuas de queijos e harmonizações. “Quero, no futuro, aumentar e penso em abrir outra loja em outro lugar, mas antes preciso entender mais o negócio”, promete ela.

Para não dizer que não falei das flores

O mundo queijeiro brasileiro deu boas vindas a Mônica do seu jeitinho particular.

A visita de um fiscal ameaçando prender toda a mercadoria aconteceu justamente no primeiro dia que ela ficou sozinha, Bruno tinha viajado. Foi um susto. Ela contou com a ajuda do advogado Marco Braga, especialista em assuntos do queijo artesanal, para regularização do alvará da vigilância sanitária. “Colocamos datas em todos os pedaços de queijo todos os dias, os queijos são identificados na câmara, tenho rastreabilidade de tudo”, garante ela, “cada queijo é respeitado em sua conservação na loja, é a nossa forma de respeitar o trabalho do produtor. Acho que o maior desafio para o queijo artesanal brasileiro é a nossa legislação, que impede que tenhamos queijos muito bons e uma oferta mais diversificada. Nossa lei é muito voltada pra indústria e dificulta a vida do pequeno produtor. Tenho amigos de Minas que estão com processo de certificação há mais de um ano e não conseguem autorização sanitária”, finalizou.

As informações são do blog Só Queijo, de Débora Pereira, para o Paladar, do Estadão.

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