ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Especial Taça Silagem: Silagens de milho estocadas por períodos prolongados - Quanto leite a mais?

POR JOÃO LUIZ PRATTI DANIEL

E ALEXANDRE M. PEDROSO

ESPAÇO ABERTO

EM 01/06/2015

2 MIN DE LEITURA

5
0

No artigo publicado anteriormente no especial Taça Brasil de Silagem de Milho (Silagens de milho estocadas por mais tempo são mais digestíveis e mais estáveis quando expostas ao ar) ficou evidente os ganhos de digestibilidade e estabilidade aeróbia ao longo da fermentação. Assim sendo, a pergunta que nos surge: “Quantos litros de leite a mais minhas vacas poderiam produzir se, ao invés de 3 semanas, eu esperasse 4 meses para abrir o silo?”

Para responder esta pergunta, lançamos mão de uma simulação utilizando o NRC Dairy Cattle (2001), visto que não há experimentos publicados que respondam à questão apresentada. As dietas foram simuladas com o objetivo de atender as exigências de vacas com alto potencial produtivo (>35 kg leite/d), utilizando apenas silagem de milho como fonte de forragem (Tabela 1).


Inicialmente, formulamos uma dieta com a silagem de milho estocada por pouco tempo (3 semanas), que apresenta menor digestibilidade de amido, mas contém menor teor de proteína solúvel, ou seja, maior fração de proteína não degradável no rúmen. Interessantemente, o modelo indicou equilíbrio entre a disponibilidade de energia e proteína para produção de leite (38 kg/d).

Na sequência, apenas substituímos a silagem de milho “nova” (estocada por 3 semanas) por uma silagem de milho “velha”, fermentada por período longo (4 meses). Como esperado, o potencial de produção determinado pela disponibilidade de energia elevou-se de 38 para 39 kg de leite por dia. Entretanto, a atividade proteolítica durante a fermentação aumentou a fração N solúvel e, portanto, a degradabilidade ruminal da proteína da silagem, resultando em menor aporte de proteína metabolizável (aminoácidos) para o intestino das vacas. Consequentemente, o potencial de produção foi reduzido para 36 kg de leite por dia, por falta de proteína metabolizável. Assim, a maior degradabilidade ruminal de amido não foi totalmente suficiente para captar todo o excesso de proteína degradável no rúmen, por meio de maior síntese microbiana. Na prática, a troca da silagem “nova” pela silagem “velha” poderia resultar em menor produção de leite e maior ganho de reservas corporais (sobra de energia), caso se mantivesse a mesma composição de ingredientes da dieta.

Neste sentido, para explorar o benefício da maior digestibilidade da silagem fermentada por períodos longos é necessário substituir parcialmente o farelo de soja das dietas por fontes protéicas de menor degradabilidade ruminal. Para exemplificar, utilizamos dois produtos disponíveis no mercado nacional: farelo de soja protegido e grãos de soja tostados. Em ambos os casos, o maior suprimento de proteína não degradável no rúmen resultou em aumento da resposta potencial de produção de leite. Em suma, a utilização de silagens fermentadas por períodos longos tem potencial para aumentar a produção de leite em aproximadamente 2 kg/vaca/d, desde que o balanceamento proteico da dieta seja adequado.

Neste ponto, mais uma pergunta surgiu: “Quanto de dinheiro eu poderia ganhar ou perder com estas dietas?”. Para obter os custos das dietas, adotamos os preços do dia 28/05/2015, para ingredientes na região de Piracicaba-SP. Considerando a ração contendo silagem de milho “nova” como padrão, observamos que a substituição da silagem “nova” por silagem “velha” resultou em menor lucro sobre custo alimentar (- 8%). Entretanto, após a inclusão de fontes proteicas de menor degradabilidade ruminal, a maior produção de leite resultou em maior receita e também maior lucro sobre custo alimentar (+ 6%), apesar do maior custo alimentar por vaca/dia.

ARTIGO EXCLUSIVO | Este artigo é de uso exclusivo do MilkPoint, não sendo permitida sua cópia e/ou réplica sem prévia autorização do portal e do(s) autor(es) do artigo.

JOÃO LUIZ PRATTI DANIEL

ALEXANDRE M. PEDROSO

Engenheiro Agrônomo, Doutor em Ciência Animal e Pastagens, especialista em nutrição de precisão e manejo de bovinos leiteiros

5

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

JOÃO LUIZ PRATTI DANIEL

MARINGÁ - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 03/06/2015

Prezado Claudio,

muito obrigado pela sugestão. De fato o custo da silagem aumenta com o passar do tempo, visto o capital imobilizado, mas especielmente devido a ocorrência de perda de matéria seca ao longo da estocagem. Entretanto, como o ciclo de produção de silagem geralmente é anual, fica difícil não ter silagens estocadas por vários meses. Logo, o custo do capital imobilizado deveria entrar no custo global da silagem ao logo de todo o ano. Por outro lado, isto poderá ser compensado por aumento na produção de leite e diluição dos custos fixos.
CLAUDIO WINKLER

CARAMBEÍ - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/06/2015

Muito bom artigo. Como sugestão, poderia se considerar o maior custo financeiro da "silagem velha", visto que o capital ficará parado dentro do silo durante pelo menos 1/3 do ano, o que diminui o capital de giro e provavelmente encarece a silagem velha em comparação com a nova em uns 3 a 4%.
ROBERTO DE ANDRADE BORDIN

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 02/06/2015

Muito bom material.



A profissionalização do setor leiteiro o tornará forte e lucrativo...conhecer realmente custos e potenciais produtivos torna o produtor mais competitivo e menos leigo.



Parabéns.
JEFFERSON BANDEIRA

IMPERATRIZ - MARANHÃO - PESQUISA/ENSINO

EM 01/06/2015

Boa tarde! Ótimo artigo, por isso gostaria de sua autorização para compartilhá-lo em minha fan page com as devidas referências. Grato!
JULIANO BERGAMO RONDA

UBERABA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 01/06/2015

Como técnico tenho observado que a cada dia estamos caminhando para um balanceamento de dietas de precisão.  Hoje em dia  utilizar ferramentas de %PDR, %PNDR e até mesmo proteína metabolizavel no balanceamento de proteínas da dieta já não é mais luxo e sim necessidade.  Estamos encaminhando para isso. Parabéns pelo excelente material.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures