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Coleta a granel de leite: problemas e vantagens

POR FRANCISCO ALOÍSIO CAVALCANTE

ESPAÇO ABERTO

EM 25/02/2008

2 MIN DE LEITURA

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No Acre, o governo vem definindo ações para os diversos segmentos produtivos do Estado. Uma dessas ações contempla a pecuária leiteira, com a implantação de tanques de expansão para coleta de leite in natura em propriedades previamente definidas em estudos realizados pela Embrapa, Seaprof e Seap, e que compõem as linhas de leite de Rio Branco.

Esta medida é extremamente necessária, tendo em vista que em um futuro próximo a região Norte deverá transportar leite in natura refrigerado para as plataformas dos laticínios em caminhões com tanques térmicos, a uma temperatura de até 4ºC, como forma de atender à Instrução Normativa nº 51 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A implantação deste sistema de captação de leite a granel trará benefícios para o setor, resultando em mais qualidade para o produto, uma vez respeitados os índices de agentes contaminantes determinados pelo Mapa. Além disso, o novo sistema de coleta exigirá mudanças no sistema de produção, pois tem como foco o produtor. Levantamento realizado no ano passado, em um dos laticínios do estado, mostrou que em seis meses cerca de 20 mil litros de leite foram devolvidos da plataforma por não oferecerem condições para pasteurização. O produto apresentava problemas como acidez, corpos estranhos, higiene inadequada dos utensílios e presença de água. Além disso, algumas amostras apresentaram contaminação por brucelose.

O problema mais freqüente do leite in natura é a acidez, o que demonstra que a maioria dos produtores não higieniza devidamente os latões usados para acondicionar o leite. Apesar de algumas vezes o produto demorar mais de três horas para ser entregue, na pesquisa realizada esta condição não foi determinante para a presença de acidez no momento da entrega na plataforma.

Práticas de higienização como lavagem e secagem dos tetos das vacas antes da ordenha, associadas à ações de controle da sanidade do rebanho pelos órgãos fiscalizadores, podem minimizar este problema. O acondicionamento do leite em baldes plásticos ou de alumínio facilita a limpeza, entretanto, muitos produtores ainda não adotam este procedimento.

Na coleta de leite a granel, o leite ficará armazenado em tanque de resfriamento com capacidade de 500 ou 1.000 litros. Deste modo, o processo de limpeza e higienização demandará ações mais complexas e, portanto, treinamento para o produtor.

No sistema de coleta a granel, a análise do leite será realizada por produtores nos postos de resfriamento. Portanto, um erro de diagnóstico nos testes de recepção poderá resultar em grandes perdas. As possíveis falhas na análise serão identificadas pela Vigilância Sanitária, no momento da recepção do produto no laticínio, podendo comprometer toda a produção diária, com prejuízos para o produtor, usineiro e freteiro.

Outro ponto crucial do novo sistema é a instalação de tanques nos ramais. Habituado a entregar o leite na propriedade, a distância entre o local de produção e o posto de recepção poderá ser um problema para o produtor, caso não haja uma distribuição geográfica coerente dos tanques.

As mudanças previstas no novo sistema de captação de leite exigem um trabalho de conscientização por parte dos órgãos ligados à extensão, fomento e pesquisa, junto aos produtores, sobre a importância de produzir leite de qualidade. É preciso entender que com um produto livre de contaminação e nos padrões ideais de consumo ganha o produtor, a indústria e, especialmente, os consumidores.

FRANCISCO ALOÍSIO CAVALCANTE

Sou Médico-Veterinário trabalho na Embrapa Acre com pesquisa em propriedades de pequenos produtores de leite.

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FABIO DE LIMA SILVA

RUSSAS - CEARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/06/2021

Parabéns amigos conto com o apoio de voçes obg
TUANE CONCEIÇÃO

MIRACEMA - RIO DE JANEIRO

EM 29/03/2008

Primeiramente, parabenizo ao pesquisador pelo trabalho publicado, um conteúdo informativo e esclarecedor para os envolvidos no assunto.

É importante ressaltar ao srº Carlos Mario Vargas que a IN 51 é uma medida para incentivar o pequeno produtor a produzir um leite de boa qualidade e não foi feita para atrapalhar o produtor. A coleta de leite a granel determinada pela IN 51 é para que se consiga manter um mínimo de propriedades naturais do leite antes do processo de industrialização, seja ele o pré ou o beneficiamento.E quanto à adição de lactoperoxidase é importante lembrar que independente do seu uso ser determinado ou não, é uma enzima antimicrobiana que permite com que o leite poça permaneçer em temperatura ambiente de 2 a 3 hs pós-ordenha.
JOSE PAULINO SIQUEIRA

IMPERATRIZ - MARANHÃO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 20/03/2008

Não se reclama aqui da IN 51, trata-se de inúmeros problemas que precisam ser solucionados, desde a reeducação do produtor bem como a conservação e transporte do leite a unidade produtiva, para se obter leite com o padrão qualitativo apontado pela IN 51. A cadeia completa, e não se consegue isso do dia para noite!
JOSE FRANCISCO HOFF

OUTRO - RIO GRANDE DO SUL - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 17/03/2008

Para uma pessoa reclamar da IN 51 reflete que esta pessoa não entendeu o teor desta Instrução. O que tem que ser melhorado para a IN 51 deslanchar está apenas em uma palavra, higiene, por si só o frio não resolverá e para que isto aconteça devem reativar os fomentos das cooperativas e empresas a fim de que o produtor possa se reorganizar e melhorar a qualidade do seu leite na propriedade rural.
DANIEL JOSE OLIVEIRA ANDRE GOMES

SÃO LOURENÇO DA MATA - PERNAMBUCO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 07/03/2008

Bem, sem dúvida que este artigo é de extrema importância para a classe produtora de leite, mas temos que ter a consciência de que a IN 51 não venha ser a pá de cal que faltava para os pequenos produtores de leite, que por falta de instruções e dificuldades financeiras, em sua grande maioria, venham a fazer parte de dados estatísticos do governo, aumentando os números do desemprego do pais.

A IN 51 tem que ser adequada à realidade de cada região, trazendo tranquilidade para o pequeno produtor, que sem duvida quer produzir leite com qualidade dentro das suas realidades.
MARCILIO PEREIRA DA SILVA

DOM AQUINO - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/03/2008

Parabéns pelo artigo escrito. Esta preocupação, nós técnicos, também temos que ter com os produtores de leite, orientando e conscientizando para controlar a sanidade do rebanho, a brucelose, a mastite, para produzir seu leite com boa qualidade e ter maior rentabilidade em sua propriedade.

Acho também que todos os laticínios têm que montar um departamento técnico e capacitar seus profissionais, para dar maior assistência técnica aos seus produtores.

Parabéns, Francisco Aloisio Cavalcante.
ADIMAR LEONEL SOUTO

SÃO FRANCISCO DE SALES - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 07/03/2008

Temos acompanhado diariamente a qualidade do leite que chega na plataforma da nossa cooperativa, realizamos dia de campo, palestras por empresas e profissionais qualificados na área de qualidade de leite, porém, o resultado ideal ainda está longe de acontecer, pois diariamente estamos devolvendo leite fora dos padões recomendados.

Estamos focados em instruir os nossos produtores tecnicamente, mas temos a sensação de que este quadro só irá mudar de fato quando houver conscientização por parte do produtor de que o leite é um alimento essencial à saúde humana, e que deverá ser produzido com todo cuidado possível sendo: adequada igienização dos baldes, latões, ordenhas, tanques, aguardar o tempo necessário para o fornecimento do leite das vacas recem-paridas, efetuar o controle de mastite, etc.

O comentário acima se justifica porque os resultados das análises realizadas pela clínica do leite mostra que há produtores enquadrados ou muito próximo do ideal, ao passo que mostra também produtores que residem divisas de cercas rebanho igual pastagens parecidas porém a qualidade totalmente prejudicada.

Muito importante seria se as autoridades defensoras da classe rural em conjunto com as Prefeituras Municipais desenvolvessem uma forma de cuidar das estradas rurais, sendo: fazendo os devidos reparos nas épocas certas para que nos períodos chuvosos apenas com pequenas manutenções anível de um pouquinho de cascalho aqui, um pouquinho de pedra ali, esgotando uma poça d`agua acola, com certeza o produto chegaria muito mais rápido ao destino o que contribuiria muito na questão da qualidade, sem contar o que evitaria de prejuizos.

Obrigado.

Adimar Souto / diretor comercial da Coopertril / São Frco de Sales MG
REINALDO DE OLIVEIRA MARQUES

ARAPUTANGA - MATO GROSSO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 07/03/2008

Olá, amigo Francisco,

Sem dúvida que hoje a maior dificuldade está na falta de informação ao produtor na questão de higienização. Em baldes latão e tanques de resfriamento muitos produtores pensam que o tanque de resfriamento melhora a qualidade do produto, na verdade ele conserva a qualidade anterior. Trocando por miúdos, se entrar porcaria vai sair porcaria.

A falta de higienização do tanque traz grandes prejuízos aos laticínios, como alta taxa de CBT.

Parabéns, um abraço.

REINALDO DE OLIVEIRA MARQUES
LATICÍNIOS LACBOM
ARAPUTANGA MATO GROSSO - MT
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/03/2008

Prezado Francisco Aloísio: O panorama que você expôs não se restringe, infelizmente, ao Acre, mas se espalha do Oiapoque ao Chuí. A produção leiteira do Brasil encontra-se, em grande parte, sendo executada por pequenos produtores, com produções entre cinqüenta e cem litros/dia e que não reúnem saúde financeira suficiente para adquirir tanques de expansão e ordenhadeiras mecânicas, no afã de cumprir a determinação da Instrução Normativa n.° 51.

A "distribuição" de equipamentos de refrigeração, embora louvável, não tem o condão, por si só, de mudar o cenário da qualidade do leite, já que o produtor, muitas vezes, ordenha suas vacas ao ar livre, sem qualquer condição higiênica básica (nem mesmo o simples teste da caneca de fundo negro realiza e, se o faz, dificilmente pode desprezar o leite mastítico,sob pena de não sobreviver), sem procedimentos pré e pós "dip" e o armazena em latões pouco desinfetados, lavados com água de qualidade sofrível. E o pior que, em grande parte, não é só por desconhecimento técnico, mas, sim, por problema financeiro.

Uma boa ordenhadeira mecânica (usada), custa em torno de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) e consome, junto com o tanque de expansão, muita energia elétrica, sem contar com os produtos de limpeza específicos, o que onerará ao pequeno pecuarista de leite. Lado outro, o comprador de seu leite é, via de regra, um laticínio pequeno, sem selo de inspeção federal (autorizado a funcionar somente pelo seu Estado), com produção semi-artesanal, que não possui condições de comprar caminhões-tanque e que continua a colher o leite em latões, sem qualquer refrigeração.

Estes seres (produtor e laticínio), com certeza, por falta de condições financeiras, serão banidos do cenário, porque seu produto não poderá circular pelo mercado do leite. O que se verá, então, é um grande desemprego, o aumento das favelas e da criminalidade nas grandes cidades e - ainda uma vez mais - o abandono do campo. Somente os grandes e mais abastados pecuaristas de leite é que sobreviverão. Será que é este o objetivo da Normativa 51?

Parabéns pelo brilhante estudo.

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
FRANCISCO ALOÍSIO CAVACANTE

RIO BRANCO - ACRE - PESQUISA/ENSINO

EM 03/03/2008

Prezado Mario Carlo Vargas,

Em relação ao seu questionamento do uso da Lactoperoxidase no processo de conservação do leite in natura, realmente a FAO recomenda, mas o processo da não aplicação da Lactoperoxidade no leite no Brasil não é permirtida pela Legislação Brasileira, pois o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), proibe terminantemente o uso de conservantes para evitar crescimento bacteriano no leite, onde o recomendado é a granelização e o leite estocado em tanques de resfriamento.

Por outro lado, iria abrir precedentes para alguns criadores colocarem outros tipos de substâncias quimicas no leite, com conservantes, pois se tem conhecimento até de se coloca no leite urina de vaca e "Veja o que aconteceu há pouco tempo". O outro fator é que o tempo que a Lactopexidases atua é muito pouco, talvez menos de 48 horas, como tembém irar depender do número de bactérias presentes no leite in natura e ficaria difícil se monitorar este leite.

Em relação aos outros questionamentos de estradas, higiene, energia melhor preço para o produtor, etc, colocados pelo Wilson, Marcelo, Felipe, Lucas e José Paulino, realmente é a verdade, pois aqui na região Norte temos os mesmo problemas e o o produtor de leite, antes de tudo é "um forte" , pois tirar leite com todos estes problema e viver dele é uma dificuldade tremenda,não sou criador de vacas leiteiras, mas acompanho e vejo de preto as colocações do criadores.

Mas o Governo Brasileiro tem que realmente melhorar estes parâmetros que entravam Brasil de ser um Grande produtor de Leite, mas com qualidade. Espero ter respondidos de uma maneira geral todas as colocações dos senhores.

Saudações,
Fco. Aloísio Cavalcante
Med.Vet. Pesquisador da Embrapa Acre.
JOSE PAULINO SIQUEIRA

IMPERATRIZ - MARANHÃO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 29/02/2008

Muito oportuno o artigo uma vez que retrata fielmente a realidade da qualidade da materia-prima no Acre. Diria que não somente um problema localizado mas de todo o norte do país. Além dos aspectos relacionados à qualificação do produtor (este que por sua vez quando bem orientado e capacitado, obtem-se resultado imediato), enfrenta-se ainda sérios problemas com fornecimento de energia e estradas de acesso para transporte do leite refrigerado às unidades produtivas o que tambem produz entraves significativos à manutenção da qualidade da materia-prima recebida, bem como perdas enormes. Entendo que ações conjuntas entre os produtores x empresa x entidades governamentais x parceiros, produzem resultados muito rápidos a exemplo do que ocorre em outros estados brasileiros que ja passaram por estes mesmos problemas e hoje estao colhendo os frutos da qualificaçao e profissionalização do setor.
L. AGUIAR

ARAXÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/02/2008

Coleta a granel é um tema muito polêmico, mas é muito bom ter um debate sobre o assunto. Existem muitas dúvidas e muitos problemas a serem resolvidos. Desde abril de 1998 na minha região, o Alto Paranaíba em Minas Gerais, foi implantada a coleta a granel.

No início havia muitos problemas, o maior era as estradas em péssimo estado de conservação e a falta constante de energia elétrica. Muitas vezes passamos dias e noites tirando leite resfriado do tanque e colocando o quente, pois se perdêssemos o leite teríamos que assumir o prejuízo.

Os tanques resfriadores sempre queimavam, pois havia muitas oscilações de energia e falta de proteção para os aparelhos e sempre no fim do mês tinha uma despesa extra com eletricista, o que também era um problema, pois havia poucos profissionais competentes. Hoje a coisa melhorou um pouco, a energia não é mais problema, os tanques são mais modernos e quase não estragam.

Mas as estradas continuam ruins e as indústrias que deviam seguir as regras da IN 51 não seguem, a coleta que devia ser feita a cada quatro ordenhas é feita até com sete. Muitas vezes a gente tem que ordenhar e não tem lugar para colocar o leite. E um problema sério que temos enfrentado é o fato da coleta muitas vezes ser feita no meio da noite e o volume do leite que entregamos quase sempre é diferente da medida que a gente fez.

Outro problema que enfrentamos é a falta de coerência nas análises de leite, pelo que parece dão resultados conforme a oferta de leite no mercado. Acho que o pagamento por qualidade e a granalização virou instrumento de manipulação de preço das indústrias compradoras.

Em minha opinião granalização em regiões onde não tem boas estradas, profissionais para dar manutenção nos tanques, energia elétrica com qualidade e indústrias idôneas para comprar o leite é simplesmente uma maneira de acabar com a atividade nessas regiões.

Lucas Aguiar.
FELIPE PEREIRA

AREIAS - SÃO PAULO - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 27/02/2008

Parabéns pela matéria!

Sem dúvida que a qualidade do leite é de fundamental importância. Produtores de leite deveriam receber por qualidade, não por quantidade, ao contrario do que busca as empresas fechando contrato por altos litros produzidos. A IN51 veio para somar junto às propriedades que se conscientizarem que um leite de qualidade, produzido com a higiene devida, é o leite que o mundo procura, e o Brasil tem condições de se tornar referência em produção de leite, principalmente a pasto.

Uma simples opinião.

Felipe
MARIO CARLO VARGAS PARETO

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/02/2008

Prezado Francisco,

No segundo semestre de 2007, então no auge do escândalo do leite, perguntei a um engenheiro de alimentos por que motivo adicionaram água oxigenada ao leite. Fui informado que este, assim como a colocação dos latões em curso dágua, é um dos métodos recomendados pela FAO para conservação do leite, em países sem infraestrutura desenvolvida.

Cheguei a pensar que a informação era fajuta, mas entrei na página da FAO, pela internet, e consultei por lactoperoxidase. Descobri uma quantidade muito grande de informação, inclusive um manual de procedimentos passo a passo, ensinando como conservar o leite.

No meu entender, o método apregoado pela FAO é mais racional que o uso de tanques resfriadores, para conservação do leite em regiões onde a infraestrutura é precária. Onde o abastecimento de energia elétrica não é confiável, e depende de geradores. Onde os cortes de energia elétrica são tão constantes, quanto o fornecimento em meia fase, e que resultarão em mais prejuízos por perda de produto e quebra do equipamento de conservação, que as atuais perdas por falhas na conservação.

Desde a época do escândalo, venho repartindo esta informação em todas as avaliações de textos, que versam sobre a conservação do leite. Infelizmente, a única reação obtida foi a critica negativa de um produtor, que provavelmente não entendeu meu texto.

O senhor, na qualidade de pesquisador da Embrapa, e sediado no Acre, qual sua opinião sobre o uso da Lactoperoxidase, tal como recomendada pela FAO para conservação do leite?

Veja bem, apesar de que nossa propriedade é no sul de Goiás, teremos que gastar mais de R$ 2.000,00 só para levar energia até o local onde podemos instalar o resfriador. O valor acima é apenas para a fiação, ainda não levantei os custos de cimento, tijolos, caibros, e telhas a serem usadas na casinhola que abrigará o equipamento, e nem mesmo os dijuntores e o eletroduto para levar o fio até o local.

Considerando-se que o valor total deste investimento será o equivalente a umas 25 vaquinhas. Claro que nada especializadas, apenas aqueles tatu-com-cobra bem rústicos, que produzem pouquinho mas não gastam em medicamento. Adequar-se a está maldita IN 51, está me soando igualzinho a estorinha prá Sisbov dormir.

Agradeço pelo espaço para o desabafo, mas realmente gostaria saber de sua opinião sincera sobre a Lactoperoxidase.
MARCELO PRADO TASSARA

GOIATUBA - GOIÁS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 25/02/2008

Reportagem muito boa e que mostra a importância de seguir corretamente a IN51.

Realmente o leite ácido que chega a Plataforma de descarregamento, em sua grande maioria, é devido à falta de higienização de utensílios ligados diretamente com o leite, ou seja, latões, baldes, tanques resfriadores, etc. Espero que com um trabalho bem elaborado naquele estado, onde órgãos do governo e iniciativa privada possam falar a mesma língua, juntos produzam e industrializem uma matéria prima de boa qualidade e o mais importante, seguindo todos os requisitos da IN51.
WILSON GILIS

REALEZA - PARANÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 25/02/2008

Gostei do artigo, mas infelizmente muitas empresas buscam só quantidade, se preocupam em não perder o produtor. A qualidade está ficando em segundo plano, pois a concorrência está ficando muito acirrada, já que muita gente quer construir laticínios - só pensam em ganhar dinheiro, qualidade eles vão pensar só quando a fiscalização começar a endurecer.

Sobre qualidade eu acho que todos os laticínios têm que ter um departamento técnico competente que trabalhe com entusiasmo para ajudar os produtores de leite, e que as empresas busquem aperfeiçoar os tecnicos. Parabéns, Francisco Cavalcante.

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