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As reclamações do Uruguai evidenciam a falta de política e planejamento do setor leiteiro nacional

POR MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

ESPAÇO ABERTO

EM 03/07/2009

2 MIN DE LEITURA

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Na matéria "Uruguai reclama das barreiras impostas pelo Brasil", chamam a atenção as declarações do senhor Jorge Panizzo, presidente da Cooperativa Nacional de Produtores de Leite do Uruguai - Conaprole. Panizzo reclama das barreiras impostas pelo Brasil, que bloquearam as exportações de US$ 23 milhões em leite em pó, leite que foi produzido e está armazenado para clientes brasileiros, e que se não for desbloqueado logo vai gerar um prejuízo para a Conaprole, pois passado esse momento de escassez de leite no Brasil, "nossos clientes não precisarão mais desse leite".

E Panizzo tem razão, passado esse momento de escassez de leite no Brasil, esse leite não interessará mais aos "clientes" que o teriam encomendado (quem seriam?). Mas como chegamos a esse momento de escassez no início de 2009, se no final de 2008 as indústrias baixavam drasticamente o preço ao produtor, alegando que havia enormes estoques gerados pelo crescimento da oferta e redução do consumo, inclusive as indústrias de lacticínios se queixavam das dificuldades financeiras decorrentes dessa situação? E como explicar nesse momento de escassez, onde o preço do leite subiu muito para o consumidor sem que aumento equivalente fosse repassado para o produtor nacional? Será que tem gente no Brasil - os clientes que Panizzo diz que encomendaram leite - que está querendo ganhar com importação de leite barato prejudicando os produtores de leite e a manutenção de empregos no campo no Brasil?

O presidente da Conaprole acha absurdo a dificuldade de concessão de licença de importação desse leite, sobre o qual há suspeita de dumping e/ou triangulação, por ver apenas um lado da moeda, onde "clientes" brasileiros estariam encomendando esse leite em decorrência da escassez da oferta no Brasil.

Mas vendo o outro lado da moeda, o absurdo é chegarmos a essa situação, que ensejou a "clientes" brasileiros quererem importar leite da Conaprole face a uma grande escassez do início de 2009, quando a indústria no final de 2008 alegava grandes estoques enormes decorrentes de oferta muito maior do que o consumo.

E esse absurdo, se não é decorrente de má fé, evidencia as deficiências da política e no planejamento do setor leiteiro brasileiro, que têm prejudicado muito os produtores nacionais, e que acaba sobrando um pouco de prejuízo para produtores de leite de países vizinhos. A política leiteira no Brasil parece ser conduzida por elefantes numa loja de cristal: a cada movimento é enorme o estrago que causam.

Espero que o absurdo dessa situação chame a atenção do ministro Stephanes e seus colaboradores no MAPA, da Kátia Abreu, do Rodrigo Alvim e seus colaboradores na CNA e dos produtores de leite de forma geral, de que precisamos de um mecanismo permanente e ágil, que tenha a participação da CNA, de representantes da indústria e do comércio, que tenha a coordenação e mediação de representante do governo, para para formulação da política e planejamento adequado para o setor leiteiro nacional, evitando os "trancos e barrancos" que vêm ocorrendo nesse setor, prejudicando principalmente os produtores de leite nacionais, e cujos respingos podem atingir vizinhos, como mostram as preocupações do senhor Panizzo.

MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

Membro da Aplec (Associação dos Produtores de Leite do Centro Sul Paulista )
Presidente da Associação dos Técnicos e Produtores de Leite do Estado de São Paulo - Leite São Paulo

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GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/07/2009

Estimado Javier: No si olvides que la situación del mercado brasileño és mui grave, con el productor sufriendo los rigores de una baja de produción, en virtud de la sequía, añadida a una disminución del precio del producto, que más peora su estado de pénuria. Si viene la introducción de mercaderias extranjeras a precios más bajos, el mercado productor brasileño se vá a la bancarrota. En esa hora, no se validán los convenios y los acuerdos comerciales, pero solamente la garantización de la producción nacional. Nadie puede apuntar nosa actitud como se fuera un embarazo a las reglas del Mercosur, más, sí, como una simple y sin mezcla protección a la clase productora patricia. Solamente nosotros, que vivimos la situación és que conocemos su complejidad.
Saludos,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
HACIENDA SESMARIA - OLARIA - MG - BRAZIL
SELECCIÓN DE GANADO HOLANDÉS
SELECCIÓN DE GANADO JERSEY
REBAÑOS CIEN POR CIENTO REGISTRADOS
JAVIER BERTERRECHE

CATALONIA - PESQUISA/ENSINO

EM 05/07/2009

Prezado Marcello,

Tudo bem com os seus comentários sobre a falta de planejamento do setor leiteiro brasileiro. Esse é um assunto de política interior sobre o qual eu nao vou opinar.

O que nao tem jeito nenhum, é bloquear as importaçôes que vem de um vizinho e sócio do Mercosul em violaçáo de todos os acordos comerciais do bloco, sob as suspeitas de "triangulaçâo" ou "dumping" (bem poderiam ter falado da Gripe "A", também...). O Sr. sabe muito bem que Uruguai nâo faz nenhuma das duas coisas. Uruguai exporta mais do que 65% da produçâo total há muitos anos. Nâo ten nenhuma possibilidade de fazer dumping nem ten necessidade nenhuma de triangulaçâo (¿triangulaçâo de ónde, por favor?).

Cordialmente,
RONALDO PEREIRA GUIMARÃES

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/07/2009

Inteligente e oportuno o artigo. Há mais de 20 anos o produtor de leite brasileiro espera por uma política adequada, que evite os trancos e barrancos. Mas, o governo brasileiro teima em não enxergar o problema. Em países desenvolvidos, um espirro de produtores de leite é visto como ameaça de gripe suína, pois os governantes sabem bem dos problemas sociais que causa uma quebradeira na produção de leite. Por aqui, é tudo na base do salve-se quem puder. Num país onde a gestão pública eficiente ainda é matéria desconhecida, produzir leite é uma aventura complicada.

Será que o ministro Stephanes, Kátia Abreu, Rodrigo Alvim e outros, leem esses artigos e comentários? Poderiam, pois assim saberiam um pouco do que acontece com o nosso setor produtivo de leite.

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