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Agendas da agricultura global

POR MARCOS SAWAYA JANK

ESPAÇO ABERTO

EM 14/06/2016

2 MIN DE LEITURA

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*Marcos Sawaya Jank, especialista em questões globais do agronegócio, para o jornal Folha de São Paulo. Caderno Mercado 11/06/2016

Recém-empossado, Blairo Maggi fez bem em escolher o encontro dos ministros da Agricultura do G20 em Xian, na China, como sua primeira missão internacional. A China, anfitriã dos encontros do G20 neste ano, tornou-se a principal compradora de produtos agropecuários do mundo e é o país que hoje demonstra maior interesse no Brasil.

Apesar dos esforços para aumentar a produtividade, a dependência externa da China vem crescendo. Sua presença na África e na América Latina aumenta a cada dia. A China começa a migrar para uma visão de “segurança alimentar estratégica orientada para o mercado”, que vai substituir o mantra secular da “autossuficiência a qualquer custo”, com imenso impacto sobre a organização futura das cadeias produtivas do agronegócio brasileiro.

Vivemos em um mundo cada vez mais interconectado pela internet e pela globalização. Novos vetores surgem a cada dia: redes internacionais de varejo, marcas globais, conveniência, integração de cadeias produtivas, multinacionais de países em desenvolvimento, máquinas e insumos extraordinários, menos produtores com maiores escalas, mudanças climáticas, bem-estar animal, biotecnologia, rastreabilidade, saúde e segurança dos alimentos.

Um evento que reúne os maiores países do mundo, sediado no país que mais demanda agricultura, deveria produzir resultados de grande impacto. Ocorre, porém, que grandes foros internacionais como o G20 parecem estar desconectados da velocidade que o mundo tomou. Fiquei com a nítida impressão de que a agenda das organizações internacionais praticamente não mudou desde os anos 80, quando comecei a acompanhar o tema.

É certo que houve uma multiplicação de programas com siglas exóticas –o documento cita 15 iniciativas– que alimentam grandes burocracias, mas são desconhecidas pela grande maioria dos produtores e empresas do agronegócio. Notei que alguns erros conceituais continuam firmes e fortes. Por exemplo, o documento diz, corretamente, que a solução para a segurança alimentar nasce do incremento da inovação e da produtividade agrícola. Surgem daí dezenas de programas voltados para a transferência de tecnologia para pequenos produtores, principalmente na África.

Porém, transferência de tecnologia sem organização de cadeias produtivas e acesso a mercados raramente cumprem o seu objetivo. Pouco ou nada se falou sobre o papel que os demais agentes da cadeia agroalimentar exercem sobre o produtor. Ganhos de produtividade dependem de relações e contratos sólidos entre agricultores e indústrias de máquinas e insumos, de um lado, e processadores e distribuidores, do outro.

O segundo equívoco é não considerar o comércio internacional como uma solução efetiva para a inovação e o desenvolvimento sustentável. Segurança alimentar é um tema que não pode se limitar às fronteiras nacionais. Ao fazê-lo, os países condenam os seus consumidores a comprar produtos mais caros e de menor qualidade e a falta de competição faz com que a inovação não ocorra na velocidade desejável. Além disso, o fechamento das fronteiras impede o melhor uso dos recursos naturais do planeta, já que a maior parte da população se concentra em regiões cujos recursos naturais estão se exaurindo.

O terceiro encontro dos ministros da Agricultura do G20 ainda não produziu a agenda sistêmica e aberta que o mundo precisa. Mas reuniões como essa são importantes e necessárias, pois permitem encontros bilaterais, construção de consensos e montagem de parcerias estratégias para avançar nos temas relevantes do século 21.

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