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Probióticos: aliados da saúde da mulher

POR ISABEL DE ALMEIDA VIEIRA

E ADRIANE ELISABETE ANTUNES DE MORAES

ADRIANE ELISABETE ANTUNES DE MORAES

EM 25/11/2021

4 MIN DE LEITURA

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Outubro, o mês de conscientização sobre a saúde da mulher, já passou. Mas a mensagem de que é essencial realizar exames de rotina, permanece. Dentro deste contexto destacamos que os probióticos podem representar importantes aliados da saúde feminina, prevenindo contra infecções urogenitais e até mesmo mastite.

As principais infecções  urogenitais em mulheres são as vaginoses bacterianas (VBs), as infecções do trato urinário (ITUs) e a vaginite por fungos. Elas se dão por diversos fatores. A infecção urinária ocorre principalmente devido ao fato do canal urinário ser curto e favorecer a chegada de microrganismos na bexiga. Já as outras infecções podem ocorrer devido a fatores como o desbalanço da microbiota vaginal pelo uso de antibióticos, por alterações hormonais ou pela atividade sexual desprotegida, por exemplo.

Além disso, um dos principais facilitadores para a ocorrência destas infecções vaginais é a ascensão de determinados microrganismos advindos do reto para área perineal, e então, para a vagina e para a uretra, devido à sua proximidade física (anatômica).

Portanto, a partir desta observação, sugeriu-se que a administração de probióticos via oral, principalmente de lactobacilos, poderia permitir que esses microrganismos promotores de saúde pudessem acessar e integrar a microbiota vaginal, que é naturalmente colonizada por este gênero microbiano. Outra via de acesso de probióticos à microbiota vaginal se dá pela aplicação local de produtos farmacêuticos.

Complicações advindas do uso de antibióticos, como baixa erradicação de biofilmes, destruição de bactérias comensais, resistência induzida por estes medicamentos podendo ocasionar infecções de repetição e de difícil eliminação, afetam a qualidade de vida de mulheres. Os probióticos representam uma alternativa terapêutica interessante, escapando de problemas associados aos antibióticos.

Estudos testaram o uso de probióticos como coadjuvantes ou como primeira opção de tratamento. Anukam et al. (2006) observaram a diferença de tratamentos para vaginose bacteriana ao oferecerem cápsulas gelatinosas vaginais contendo L. reuteri RC-14 e L. rhamnosus GR-1, duas vezes por dia, por 5 dias, comparado ao uso de um gel vaginal de metronidazol 0,75%, duas vezes ao dia, por 5 dias.

As participantes fizeram acompanhamento no dia 6, 15 e 30 e foi observado maior percentual significativo de cura da vaginose em mulheres tratadas com os probióticos (90% de eficácia), confirmando a potencialidade desta terapia.

Outra área de estudo emergente no campo da saúde da mulher são os efeitos de probióticos na prevenção do câncer de mama, tendo em vista que já foi demonstrado por Urbaniak e colaboradores (2016) que há diferença entre a microbiota do seio de mulheres saudáveis e aquelas com câncer de mama.

Isso abre portas para se investigar os fatores protetores da microbiota mamária e como o uso de probióticos pode interferir nestes aspectos. Ainda quanto à saúde mamária das mulheres, Arroyo e sua equipe (2010) demonstraram que o consumo de lactobacilos proporcionou a cura de mastite (inflamação das glândulas mamárias que pode ser ocasionada por infecção). Além disso, também favoreceu a veiculação destes microrganismos benéficos no leite materno, podendo assim serem transferidos aos bebês pela amamentação.

Por fim, ressaltamos que o consumo de probióticos deve ser associados a um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada e prática frequente de atividade física. Além disso, tratamento prescrito não pode ser trocado pela suplementação com probióticos, sem a devida orientação médica e nutricional. Você já sabe, mas não custa reforçar que probióticos podem ser encontrados em leites fermentados disponíveis no mercado. Procure essa informação no rótulo do produto. Cuide-se!

 

Referências 

ANUKAM, K. C.; OSAZUWA, E.; OSEMENE, G. I.; EHIGIAGBE, F. et al. Clinical study comparing probiotic Lactobacillus GR-1 and RC-14 with metronidazole vaginal gel to treat symptomatic bacterial vaginosis. Microbes and Infection, 8, n. 12-13, p. 2772-2776, 2006.

ARROYO, R.; MARTÍN, V.; MALDONADO, A.; JIMÉNEZ, E. et al. Treatment of infectious mastitis during lactation: antibiotics versus oral administration of Lactobacilli isolated from breast milk. Clinical Infectious Diseases, 50, n. 12, p. 1551-1558, 2010.

BEEREPOOT, M.; RIET, G. T.; NYS, S.; VAN DER WAL, W. et al. Lactobacilli versus antibiotics to prevent urinary tract infections: a randomized, double-blind, noninferiority trial in postmenopausal women. Nederlands Tijdschrift voor Geneeskunde, 157, n. 10, 2013.

BRUCE, A.; CHADWICK, P.; HASSAN, A.; VANCOTT, G. Recurrent urethritis in women. Canadian Medical Association Journal, 108, n. 8, p. 973, 1973.

BUSTAMANTE, M.; OOMAH, B. D.; OLIVEIRA, W. P.; BURGOS-DÍAZ, C. et al. Probiotics and prebiotics potential for the care of skin, female urogenital tract, and respiratory tract. Folia microbiologica, 65, n. 2, p. 245-264, 2020.

LIU, M.-B.; XU, S.-R.; HE, Y.; DENG, G.-H. et al. Diverse vaginal microbiomes in reproductive-age women with vulvovaginal candidiasis. PloS one, 8, n. 11, p. e79812, 2013.

MORELLI, L.; ZONENENSCHAIN, D.; DEL PIANO, M.; COGNEIN, P. Utilization of the intestinal tract as a delivery system for urogenital probiotics. Journal of clinical gastroenterology, 38, p. S107-S110, 2004.

REID, G. Extra intestinal effects of prebiotics and probiotics. Prebiotics: Development and Applications. London, UK: John Wiley and Sons, Ltd, p. 201-211, 2006.

REID, G. Cervicovaginal microbiomes–threats and possibilities. Trends in Endocrinology & Metabolism, 27, n. 7, p. 446-454, 2016.

REID, G. The development of probiotics for women’s health. Canadian Journal of Microbiology, 63, n. 4, p. 269-277, 2017.

SENOK, A. C.; VERSTRAELEN, H.; TEMMERMAN, M.; BOTTA, G. A. Probiotics for the treatment of bacterial vaginosis. Cochrane Database of Systematic Reviews, n. 4, 2009.

SWIDSINSKI, A.; MENDLING, W.; LOENING-BAUCKE, V.; SWIDSINSKI, S. et al. An adherent Gardnerella vaginalis biofilm persists on the vaginal epithelium after standard therapy with oral metronidazole. American journal of obstetrics and gynecology, 198, n. 1, p. 97. e91-97. e96, 2008.

URBANIAK, C.; GLOOR, G. B.; BRACKSTONE, M.; SCOTT, L. et al. The microbiota of breast tissue and its association with breast cancer. Applied and environmental microbiology, 82, n. 16, p. 5039-5048, 2016.

ÁLVAREZ-CALATAYUD, G.; SUÁREZ, E.; RODRÍGUEZ, J. M.; PÉREZ-MORENO, J. La microbiota en la mujer; aplicaciones clínicas de los probióticos. Nutrición Hospitalaria, 32, n. 1, p. 56-61, 2015.

 

*Fonte da foto do artigo: Freepik

ISABEL DE ALMEIDA VIEIRA

Graduanda do 10° semestre em Nutrição pela UNICAMP, no campus FCA em Limeira. Integrante do LLPP da FCA - UNICAMP, como bolsista de Iniciação Científica. Estagiária na área de Saúde Coletiva na Prefeitura Municipal de Limeira.

ADRIANE ELISABETE ANTUNES DE MORAES

Docente da Faculdade de Ciências Aplicadas-FCA/UNICAMP. Graduação em Nutrição (UFPEL), Mestrado em Ciência e Tecnologia Agroindustrial (FAEM/UFPEL), Doutorado em Alimentos e Nutrição (FEA/UNICAMP), Pós Doutorado no TECNOLAT/ITAL.

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ANGELICA CINTRA

FORTALEZA - CEARÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/12/2021

Feliz 2022 para você e sua Família.
Adriana Antunes.
Esperanças de poder voltar a Campinas
ADRIANE MORAES

LIMEIRA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 29/12/2021

Olá Angelica. Fico feliz com sua mensagem! Que o ano de 2022 seja de muita saúde para todos nós e que possamos retornar com nossas atividades profissionais o mais próximo possível do período pré-pandemia.

Abraços

Adriane
MARIA EDUARDA TAVARES

LIMEIRA - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 29/11/2021

Muito interessante, amei!
ADRIANE MORAES

LIMEIRA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 29/11/2021

Olá Maria Eduarda.

Que bom que esse tema trouxe informações de seu interesse.

Receba um abraço

Adriane
ISABEL DE ALMEIDA VIEIRA

LIMEIRA - SÃO PAULO

EM 29/11/2021

Olá, Maria Eduarda!

Fico muito feliz em saber disso! Espero que tenha contribuído de algum modo para você (:

Um abraço!

Isabel
MARIA EDUARDA TAVARES

LIMEIRA - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 29/11/2021

Que interessante !

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