ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Cadeia láctea: por que estamos pisando em ovos?

POR VALTER GALAN

PANORAMA DE MERCADO

EM 31/05/2021

2 MIN DE LEITURA

3
11

A situação de produtores e indústrias lácteas este ano está igualmente crítica.

Começando na base da cadeia, os preços de milho e soja seguem pressionando fortemente os custos de produção na fazenda e, pior, o cenário futuro (principalmente para o milho, com uma provável frustração da 2ª safra) indica que este cenário persistirá, pelo menos, até o final do ano.

Sem uma contrapartida proporcional em preços de leite, a rentabilidade dos produtores vem caindo fortemente (veja o gráfico 1, com a evolução do RMCR), o que tende a repercutir (negativamente) em produção nos próximos meses — isso sem falar na relação (bastante desvantajosa para o leite) em relação à arroba de boi e as questões climáticas que vem atrapalhando a produção de forrageiras em diferentes bacias.

Gráfico 1. Evolução do RMCR – Proxy da rentabilidade do produtor de leite.

Fonte: elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados do Cepea e do Deral/Seab/PR.

Os preços pagos pelo varejo à indústria estão subindo fortemente, principalmente na muçarela e no leite UHT; a muçarela subiu R$ 6/kg (isso mesmo, seis Reais por quilo!) desde a terceira semana de abril e o leite UHT aumentou 50 Centavos por litro na venda da indústria ao varejo. Isso significa que a indústria está “nadando de braçada” em relação a suas margens de lucro, certo? Errado!

Como mostram os gráficos 2 e 3, tanto o UHT quanto a muçarela devem fechar o mês de maio com margens levemente positivas, depois de 4 meses bastante ruins e de margens negativas.

Gráfico 2. Evolução das margens aparentes da Muçarela.



Fonte: elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados próprios e do Cepea.
 

Gráfico 3. Evolução das margens aparentes do leite UHT.


Fonte: elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados próprios e do Cepea.


Assim, tanto produtores quanto a indústria (ao menos nas cadeias de leite UHT e queijos) estão no “fio da navalha” entre o lucro e o prejuízo. O cenário para os próximos 2 a 3 meses é de oferta muito restrita em relação à produção nacional (além da rentabilidade baixa, estamos em plena entressafra nas principais bacias do país).

Esta baixa oferta explica os fortes aumentos observados no leite spot nas últimas quinzenas e aponta para subidas fortes no leite ao produtor.

No caso do spot, na média Brasil apurada aqui pelo MilkPoint Mercado, a elevação de preços foi de 53 Centavos/litro da segunda quinzena de abril até o momento (curioso e irônico notar que, em equivalente leite, praticamente todo o aumento verificado na venda do UHT e da muçarela já foi repassado no spot).

Toda a cadeia então passa a olhar para o consumo e o repasse de preços pelo varejo. A economia dá alguns sinais de reação — alguns bancos revisam (para cima) suas projeções de PIB e as notícias são de reação de venda no varejo — mas os chamados “fundamentos” ainda são relativamente frágeis.

Estamos “pisando em ovos” e, provavelmente, quebrando uma boa parte deles.

*Fonte da foto do artigo: Freepik

VALTER GALAN

MilkPoint Mercado

3

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

MARIUS CORNÉLIS BRONKHORST

ARAPOTI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 31/05/2021

Bom dia Galan
Não vou me ater da porteira pra fora .
Mas da porteira pra dentro surge uma pergunta ?
A onde começar com a produção de leite e qual o tempo que é o ciclo de produção ?
O ciclo de produção é de 365 dias em média.
O ciclo agrícola é de 365 dias .
Temos nos produtores a ter uma reserva de forrageira de no mínimo para 560 dias , justo para podermos jogar com o que temos e o custo dos concentrados , além disto o produtor não pode mudar a estratégia em meio caminho .
São só dois pontos , que são a base da produção de leite , pois da porteira pra fora o produtor não tem decisão .
Abraço
ARETA LÚCIA DA SILVA

SANTA ISABEL - SÃO PAULO

EM 07/06/2021

Eis a questão, quando você fala o produtor não tem poder de decisão pós porteira.
A cadeia produtiva de leite é desorganizada, a tempos com elos que mais competem entre si em margem de lucro (sendo o produtor o mais afetado) do que cooperando .Como vc é do Paraná, cito com exemplo as cooperativas de abate que tanto amo. Mesmo elas sendo voltadas para gado de corte a estrutura pode ser moldada pra qualquer setor do Agronegócio.
Enquanto, não mudarem a maneira geral de coordenação da cadeia a pecuária de leite sempre estará sujeita a isso. Como vc disse não se pode mudar de estratégia no meio do caminho, pois estratégia é para um certo período. Se os elos não se unem e otimizam o fluxo de produção do leite, fica difícil mitigar ameaças como custo de concentrado.
ARETA LÚCIA DA SILVA

SANTA ISABEL - SÃO PAULO

EM 07/06/2021

Gostaria de destacar dois pontos do seu comentário a meu ver são muito relevantes. O primeiro fala sobre o produtor não ter poder de decisão pós porteira. A cadeia de produção de leite é desorganizada, na prática os elos competem mais do que cooperam, muitas vezes um elo fica com a maior margem de lucro. Essa falta de organização e cooperação, pois são uma cadeia e querem o mesmo objetivo rentabilidade, o produtor etapa de maior importância em qualidade do produto se sinta isolado. E se pra diminuir custos de produção precisa otimizar o processo fica muito difícil mitigar ameaças como aumento de preço de concentrados.
E aí cai em outra coisa dita no seu comentário a estratégia que é um planejamento de médio e longo prazo e que não da pra ser mudado rapidamente e muitos produtores não tem um amplo conhecimento em gestão pra conseguir isso, e nem tem condições pra uma consultoria com um gestor , tecnólogo em Agronegócio (profissional voltado pra custo, mercado e planejamento da Produção rural).
Como uma sugestão, caso o senhor entenda um pouco mais de gestão comece fazendo uma análise da sua produção em Swot e Porter, não são difíceis de fazer, é simples e uma maneira de por no papel e em evidência a situação contra e favorável que o produtor tem e o poder de barganha em relação a fornecedores de insumos e de clientes (laticínio) e até se da pra implantar o sistema integrado lavoura, pecuária e floresta. Como o senhor é do Paraná, há excelentes cooperativas de abate, embora seja voltada pra carne seu modelo pode ser utilizado em outro setor do Agronegócio como o leite

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures