O conflito gerado no setor leiteiro do Uruguai devido às reivindicações feitas por trabalhadores da Cooperativa Nacional de Produtores de Leite do país (Conaprole) chegou ao final após terem chegado a um acordo na última sexta-feira.
O presidente da Conaprole, Álvaro Ambrois, disse que “não foi um bom acordo”. Ele disse que o conflito foi “desagradável e triste”. Além disso, advertiu sobre o impacto que este conflito pode ter sobre a alguma indústria de porte menor “que poderia ficar pelo caminho”.
No dia 19 de abril, chegou-se a um acordo de três anos, com um crescimento de 2,5% para o primeiro ano; 2% para o segundo ano e 1,5% para o terceiro. Além disso, incorpora-se um “valor de partida fixo” de US$ 1.000 mensais, dependente da quantidade de captação de leite e horas trabalhadas. O presidente da Conaprole considerou positivo que esse valor seja ajustado considerando a produtividade, já que se trabalhará com indicadores que permitem capturar valor.
Além de destacar esse elemento como positivo, Ambrois advertiu sobre as sequelas do conflito. Uma delas é sobre o efeito que pode ter sobre as empresas menores. Se o impacto foi importante, “provavelmente alguma indústria que não seja forte ficará pelo caminho”. A poucas horas de fechar o acordo com os trabalhadores, o presidente da cooperativa não descartou que o aumento salarial fixado pode prejudicar, em algum momento, o preço do leite pago aos produtores. Como os salários são custos que incidem na formação do preço, o aumento salarial poderia jogar, mais para frente, contra o preço recebido pelos produtores.
No mesmo dia do acordo, associações de produtores emitiram um comunicado crítico após realizar uma assembleia em Canelones. Em um dos pontos, eles estimularam a indústria a “se comprometer com o estudo de medidas que marquem uma mudança radical na forma como encara as relações laborais com seus funcionários, especialmente no momento de negociar os salários. Não se pode seguir por esse caminho onde é mais fácil conseguir mais salários aos empurrões”. Sobre isso, Ambrois disse que há um trabalho contínuo sobre o relacionamento com os empregados e falou da importância do rol do Governo “marcando pautas e marcando caminhos”.
No mesmo sentido, o comunicado reclamou ao Ministério do Trabalho “uma mudança clara de atitude para o futuro, uma postura mais aberta que considere a realidade de todos os membros que participam nessa cadeia produtiva, declarada pelo Governo de importância relevante para a economia do país todo”.
Dessa forma, fechou-se o conflito após mais de 20 dias de medidas sindicais.
A reportagem é doBlasina y Asociados, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
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Uruguai: Termina o conflito no setor leiteiro
O conflito gerado no setor leiteiro do Uruguai devido às reivindicações feitas por trabalhadores da Cooperativa Nacional de Produtores de Leite do país (Conaprole) chegou ao final após terem chegado a um acordo na última sexta-feira.
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