Uruguai: estimam crescimento leiteiro de 7 a 10% em 2012

O setor leiteiro do Uruguai se mantém em um processo de forte crescimento após a evolução que chegou a níveis inesperados no ano passado e prevê que, nesse ano, fique em um valor entre 7% e 10%, abaixo da taxa de 20% de 2011, mas com a diferença de que se concretiza sobre um volume muito maior.

Nesse marco, a relação de preços entre o leite e os insumos utilizados pelo produtor se mantém estável e, portanto, segue sendo favorável, destacou o assessor da Associação Nacional de Produtores de Leite (ANPL), Daniel Zorrilla.

"Há variações nos preços dos insumos de forma que a média que a ANPL acompanha se mantém bastante estável, assim como os preços do leite", disse ele.

Também o clima segue favorável e o volume de reservas de grãos úmidos garantirá a estabilidade do sistema produtivo para os próximos meses. Consequentemente, o produtor estará muito bem preparado para os próximos meses de inverno do ponto de vista da conservação de forragens, o que acompanha a conjuntura favorável dos preços que os produtores de leite recebem, disse Zorrilla.

"A não ser que tenhamos alguma surpresa do lado dos preços internacionais de produtos lácteos, que alguns indicadores estão mostrando de tendência à baixa, o setor leiteiro se mantém em condições para seguir crescendo a um ritmo muito bom, ainda que menor que em 2011, sendo possível que supere os 10%, ou seja, acima das taxas históricas que o setor tem que estavam entre 3% e 5%".

Nesse marco, Zorrilla disse que esses altos volumes alcançados pelo setor leiteiro determinam que a indústria pode competir com a tranquilidade gerada pela disponibilidade de matéria-prima, "mas, por outro lado, o setor fica mais dependente dos mercados internacionais se considerarmos que mais de 70% do leite se processa em produtos para exportação". Isso quer dizer que o desenvolvimento leiteiro depende cada vez mais dos preços internacionais dos lácteos e das aberturas de mercados que o Uruguai conseguir concretizar.

Nos primeiros dois meses desse ano, as captações de leite do país cresceram em 24,6%, mas, comparadas com um período de 2011 que sofria os efeitos da seca.

Os insumos que a ANPL acompanha incluem alguns indicadores como mão de obra, energia elétrica, combustíveis, que seguem crescendo com relação ao valor do dólar e ao preço do leite. Por outro lado, há alguns custos importantes que baixa, como por exemplo, o concentrado, de forma que esse setor permite uma melhor relação de preços a favor do leite. A situação dos fertilizantes é parecida, de forma que, medida em relação aos preços, segue sendo favorável para os produtores de leite.

A reportagem é do El Observador, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.