UE acena com melhora na oferta, mas quer lácteos no acordo com o Mercosul

Além de carne bovina, a União Europeia (UE) indicou ao Mercosul a possibilidade de melhorar sua oferta para a entrada de produtos como carne de frango, açúcar e milho, ao mesmo tempo em que cobrou liberalização para entrada de lácteos europeus no Cone Sul.

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Além de carne bovina, a União Europeia (UE) indicou ao Mercosul a possibilidade de melhorar sua oferta para a entrada de produtos como carne de frango, açúcar e milho, ao mesmo tempo em que cobrou liberalização para entrada de lácteos europeus no Cone Sul. O Valor apurou que, nas discussões entre ministros do Mercosul e comissários da UE, anteontem em Bruxelas, em diferentes momentos os negociadores sinalizaram onde podiam "se mexer", ou seja, conceder um pouco mais para o parceiro, mas sem detalhes.

Sem surpresa, a central de produtores agrícolas europeus Copa Cogeca imediatamente soltou sua artilharia, considerando 'inadmissível' a oferta de 99 mil toneladas para a carne bovina do Mercosul e pedindo a redução de importações de açúcar, frango, arroz, etanol e suco de laranja procedentes do bloco.

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Na oferta europeia do ano passado, a UE oferecia cotas de 90 mil toneladas para carne de frango, de 750 mil/t para milho, de 45 mil/t para arroz. E para açúcar, ofereceu cota de 100 mil toneladas com alíquota de € 98, taxa que pode ser derrubada, dependendo das barganhas.

A Copa Cogeca faz seu papel no teatro da negociação cobrando da UE um limite às concessões. Responsáveis europeus, por sua vez, dizem ao Mercosul que sofrem pressão e precisam ter em retorno boas concessões para poder avançar nas negociações finais do acordo.

Já o ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Nin Novoa, avisou à imprensa uruguaia que seu governo não aceitará de jeito nenhum a abertura do mercado para os lácteos europeus, subsidiados, competirem com os produtos do Mercosul. Para ele, isso significaria destruir a produção do Cone Sul.

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Na verdade, na atual oferta do Mercosul há concessão para alguns lácteos europeus. Mas não há prazo para eliminação da tarifa, como existe o prazo entre 10 e 15 anos para a abolição de alíquotas de importação para a grande parte dos produtos que fazem parte da lista de exportações da UE para o bloco.

O diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi, declarou que "os europeus não apresentaram ainda o nível de tarifa intracota nem a melhora em produtos do agronegócio como açúcar e etanol. Mas ainda não é uma frustração. As discussões de amanhã sobre bens vão dizer se há ou não algo de mais concreto na oferta''.

A CNI diz entender que se trata de uma negociação complexa e pioneira entre os dois blocos. "A indústria continua otimista com um acordo político no primeiro trimestre, mas quer que o acordo não proíba a utilização de drawback nem inclua bens remanufaurados'', afirmou Aijaodi.

O vice-presidente da Comissão Europeia responsável por comércio, o finlandês Jyrki Katainen, se disse esperançoso no avanço das negociações. "As coisas foram adiante e agora esperamos o Mercosul nos dar sua visão de como podemos finalizar essas negociações". 

As informações são do jornal Valor Econômico.

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