Segundo Fernando Reis, sócio-fundador da Gênica, até o momento a startup, com 15 funcionários, apenas desenvolve em laboratório esses ativos, reproduzidos por fornecedores. O faturamento esperado para 2018 é R$ 8 milhões a R$ 10 milhões. "Mas a expectativa de expansão é de 35% a 40% por ano", diz o executivo.
Segundo Reis, o investimento veio em momento oportuno. "Sozinhos, nós íamos demorar muito para aproveitar as oportunidades do mercado. Eu teria de ir buscar capital em banco - e me endividar - ou receber dinheiro de um fundo. Preferimos o segundo caminho", explicou.
O aporte ocorre num momento em que muitas empresas investem no segmento biológico, diante dos problemas de resistência de plantas registrados no mundo. Em dezembro, uma das pioneiras em controle biológico no Brasil, a Bug Agentes Biológicos, de Piracicaba, foi comprada pela holandesa Koppert. Antes, a Stoller do Brasil e a japonesa Arysta LifeSciense também investiram no setor.
O mercado de biodefensivos ainda tem um forte potencial de crescimento no mundo. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABC Bio), o mercado de biodefensivos agrícolas cresce entre 10% e 12% ao ano no mundo, e no Brasil deverá avançar 15%. No país, os produtos biológicos correspondem a entre 1% e 2% dos US$ 9,6 bilhões do mercado de químicos agrícolas.
A expansão do setor ocorre na esteira do crescimento da resistência de pragas e doenças aos produtos químicos tradicionais, utilizados na agricultura intensiva. Custos altos e com tempo de desenvolvimento extenso, as moléculas químicas passaram a ser cada vez mais complementadas pelo uso de microorganismos no combate a doenças e pragas das lavouras - opção mais sustentável e barata.
As informações são do jornal Valor Econômico.