SC: Queda acentuada no preço do leite preocupa a FAESC

Uma acentuada queda nos preços pagos aos produtores pelas indústrias lácteas na aquisição de leite preocupa a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (FAESC). Em apenas dois meses a queda chega a 9%. Os valores de referência dessa matéria-prima, projetados para este mês de novembro pelo Conselho Paritário Produtor/Indústria de Leite do Estado (Conseleite), reduziram 7,28%. No mês de outubro a redução foi de 1,7% e em setembro 0,5%.

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Uma acentuada queda nos preços pagos aos produtores pelas indústrias lácteas na aquisição de leite preocupa a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (FAESC). Em apenas dois meses a queda chega a 9%. Os valores de referência dessa matéria-prima, projetados para este mês de novembro pelo Conselho Paritário Produtor/Indústria de Leite do Estado (Conseleite), reduziram 7,28%. No mês de outubro a redução foi de 1,7% e em setembro 0,5%.

Foto: Nelton Rogério de SouzaDepois de sete meses de altas sucessivas e de ter atingido os maiores patamares dos últimos anos – o que incrementou a renda das famílias rurais em Santa Catarina – a acelerada retração revela que os preços estão recuando e retirando a lucratividade do setor, lamenta vice-presidente do Conseleite e da FAESC, Nelton Rogério de Souza.

A queda do preço em Santa Catarina é decorrência do aumento da oferta de leite no mercado nacional pelos produtores do centro oeste brasileiro. “O regime de chuvas beneficiou aquela região com boas pastagens, o que antecipou em dois meses o aumento da oferta de leite no mercado doméstico, com a consequente queda geral nos preços”, expõe o dirigente.

A FAESC está preocupada com a desproteção dos produtores rurais porque, nessas condições de mercado em queda, as indústrias reduzem os valores pagos aos criadores para fechar suas contas, mas o produtor rural fica sem mecanismos de compensação. “Os custos de produção não recuaram, a inflação continua corroendo as margens de lucratividade e, para piorar, a produtividade está caindo em razão da chegada do verão e a queda de qualidade das pastagens”, relata Nelton. Em algumas regiões catarinenses essa diminuição é de 20%.

De acordo com projeção do Conseleite, os valores de referência baixam 7,28%, neste mês de novembro, para o leite-padrão (R$ 0,8271 o litro), para o leite de qualidade acima do padrão (R$ 0,9512) e para o leite abaixo do padrão (R$ 0,7519).

Na segunda quinzena de dezembro, o Conselho volta a se reunir para anunciar os números definitivos de novembro e a nova projeção para o mês de dezembro. Embora tenha esses valores como referência negocial, o mercado – como de praxe – está praticando preços superiores, mas também em movimento de queda.

Santa Catarina é o quinto produtor nacional, o Estado gera 2,7 bilhões de litros/ano. Praticamente, todos os estabelecimentos agropecuários produzem leite, o que gera renda mensal às famílias rurais e contribui para o controle do êxodo rural. O oeste catarinense responde por 73% da produção. Os 80.000 produtores de leite (dos quais, 60.000 são produtores comerciais) geram 6 milhões de litros/dia. 

As informações são da MB Comunicação Empresarial/Organizacional
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Adilson de Barros
ADILSON DE BARROS

INDEPENDÊNCIA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/12/2013

É complicado, o concentrado alta de mais de 20%, o conbustível, diesel 8% e gasolina 4%. isso sem falar nos agroquimicos e insumos. Fica cada vez mais difícil se manter na atividade.  E temos que achar lindo ô brasil... que venha a copa do mundo.
André weiler
ANDRÉ WEILER

SÃO MARTINHO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/12/2013

Concordo com todos os comentários, eu e meu pai produzimos leite por mais de 20 anos,

e afirmo que o comentário mais sensato e realista é o do sr. Edvalson de Sousa Martins, pois sentimos na pele o que esta falando. Hoje estamos fora da atividade a um ano e meio, e ainda estamos pagando a conta dos investimentos que fizemos na atividade. O que acontece é que esse ramo apaixona e a gente acha sempre que vai melhorar e acabamos levando mais um ano e  depois mais outro até que chega num ponto insuportável quando não temos mais o que sacrificar para nos manter na produção. Muitos estão conseguindo quando a mão de obra é totalmente familiar, mas nem todos tem essa condição, e mesmo assim se não fosse os pronafes eles também não estariam em pé hoje.
leonardo
LEONARDO

EM 01/12/2013

engraçado sempre e culpa do atravessador temos que amadurecer que comercio todos ganham, cada um tem o seu custo uns custos primarios outros mais complexos.
Edvalson de Sousa Martins
EDVALSON DE SOUSA MARTINS

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/11/2013

A mesmice de sempre! Chega no mês de novembro, dá a primeira chuva, no outro dia as pastagens já estao prontas para substituir a silagem, aumenta na imaginação da ganância a produção de leite, a  industrai abaixa o preço do leite pensando em pagar as despesas trabalhistas e o coitado do produtor é quye vai pagando o pato. A ração subiu 2,00 reais em saca e o preço do leite cai nove centavos em litro. A prova do crime é que a liquidação de plantéis está aumentando a cada ano, e o desestimulo a atividade continua. Já estamos próximo do aumento do salário mínimo, tudo subiu, a mão de obra está cada vez mais cara e difícil.Não tenho coragem de investir mais na atividade, pois as contas não fecham; e se insistir a fazenda vai pro brejo(Banco que não perdoa)
ELIAS DA SILVA MENDES
ELIAS DA SILVA MENDES

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 27/11/2013

ENTENDI QUE NA VERDADE ,O QUE ESTA MATANDO O NEGOCIO É O ATRAVESSADOR COMO O SR LEONIR COMENTOU,ATRAVESSADORES FICANDO COM MAIS DE 50% DO LUCRO BRUTO,O CONSUMIDOR FINAL PAGANDO O PATO,(OU MELHOR O QUEIJO)ESTA CLARO QUE NEM PRODUTOR DE LEITE E NEM FABRICA DE QUEIJO ESTÂO COM LUCROS,MAS SIM OS VAREJISTAS,EMTÂO TEM QUE UNIR PRODUTORES DE LEITE E FABRICANTES DE QUEIJO PARA CONTROLAR ESTE NEGOCIO.ESTOU PLANEJANDO TAMBEM PARA SER UM PRODUTOR DE LEITE,MAS A INSEGURANÇA DOS PREÇOS DA MEDO,ELIAS MENDES....
Roney Jose da Veiga
RONEY JOSE DA VEIGA

HONÓRIO SERPA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/11/2013

Amigo Adriano, podemos sim tentar um movimento, não nos custa; mas bem sabemos que não será nada fácil!

Amigos Donos de Indústria que se manifestaram acima: Não há excesso de leite no Brasil, o que há é um aumento sazonal no Centro-Oeste, que ocorre todos os anos como os senhores bem sabem; morei e trabalhei no MT por 10 anos!

Concordo também que o varejo ganha muito, aliás concordo até que ganha mais até que a Indústria!

Mas isso não anula o fato que a Indústria está mal distribuída no País, mal aparelhada (até hj devem estar jogando soro de leite fora) , e também porque não dizer mal organizada entre si. Os Senhores só entram em concordância quando é pra ajustar preço ao produtor; quando é para se juntar e negociar melhores preços dos produtos comercializados por vcs, inclusive montando escritórios  de venda conjunta nos grandes centros como SP, RJ, aí é cada um por si.

O leite no mundo está em um patamar de preços muito bom para  todos, vejam os números dos leilões da gDT, saltaram de U$ 3.000/T do início do final do ano passado para U$ 5.000/T ,( agora recuou um pouco), porque só aqui no Brasil é que as perspectivas são ruins?

Entendo que a organização do setor deva passar por parcerias entre produtor e indústria, e que os resultados dessas parcerias resultem em justiça ao consumidor!

Quem vai iniciar? De quem será o primeiro movimento? Os Conseleites são altamente manipulados pelas grandes Indústrias!

O Brasil está perdendo grande oportunidade de dar um salto enorme na produção de leite!

A demanda cresce mundialmente. Vários Países já estão investindo e melhorando cada vez mais! E nós, Brasileiros, vamos fazer o que?

Continuar brigando entre nós? Isso serve a quem?

Vamos acordar Brasil!!!
LEONIR CHAVES
LEONIR CHAVES

CUIABÁ - MATO GROSSO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 26/11/2013

Concordo plenamente sr. Paulo Sergio Nogueira, hoje infelizmente a gente que  fabrica está n a mão do atravessador .... hoje o custo de produção de uma mussarela de BOA QUALIDADE ( lembrando que não se faz mussarela de boa qualidade com menos de 9,2 lts . leite) não fica por menos de 12,30 em nossa região, e o preço ofertado pelos atacadista está na casa dos 11,00, precisamos sim nós INDUSTRIAS, tomar uma providência urgente, caso contrário a história se repete todos os anos, com industrias e industrias fechando as portas todos os anos......
paulo sergio nogueira
PAULO SERGIO NOGUEIRA

CRUZÍLIA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 26/11/2013

Paulo Sergio Nogueira -  Minas Gerais

Prezados, Roney e Adriano.  Sou proprietario de Industria, concordo que, o preço ao consumidor se mantem. Quem ganha e o atravessador, VAREJO !!! Qdo vou vender meus produtos hoje o cliente me diz que tem mussarela e parmesao a R$ 11,00, caso eu queira vender para ele o mesmo quer que eu faça o preço de R$ 10,80 ou menos, pois a 11,00 ele ja tem. E o que acontece com todos os fabricantes se nos nao vendermos o produto fica na fabrica e o dia de pgto do Leite e sagrado, nao pode falhar.

Com isso o varejo aumenta sua margem de lucro comprando mais barato e vendendo pelo mesmo preço, e quando vem a entre safra quando o leite sobe, o varejo aumenta novamente os preços e alega estar pagando mais caro....Nao e so o problema de desuniao estre os produtores, nosso PAIS nao tem fiscalizaçao e sim CORRUPÇAO. LEI DA OFERTA E PROCURA.. O PAIS ESTA COM ESCESSO DE LEITE.
adriano marcelo rigon
ADRIANO MARCELO RIGON

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/11/2013

Prezado Roney. Concordo com sua visão e mais, com a nossa desunião como produtores. Sou parceiro para iniciarmos um movimento e tentar fomentar um grupo representativo dos produtores. Assim poderemos, quem sabe, melhor representar o setor primário e ver a indústria se comportar como deve. Segue meu e-mail, se interessar o início de um debate. Abraços.

Adriano Rigon



e-mail: adrianorigon@ig.com.br
Roney Jose da Veiga
RONEY JOSE DA VEIGA

HONÓRIO SERPA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/11/2013

O engraçado é que o preço ao produtor baixa, mas o preço dos produtos finais ao consumidor não!

Moro no sudoeste do  PR, por aqui já estão falando em baixar o preço da matéria prima, mas o que vejo nas gôndolas dos supermercados é um preço ainda alto dos produtos.

Nao entra na minha cabeça, que um Kg de mussarela custe em SP R$ 25,00 KG ao consumidor, e olha que a mussarela é uma das variedades mais baratas de queijo; se falarmos em parmesão o preço vai além dos R$ 70,00. E para se produzir 1 Kg de queijo vai de 8 a 9 litros de leite!! É um absurdo as margens da Indústria e do Varejo!!

O grande problema ainda é a desunião entre os produtores.

Já trabalhei em Laticínio e hoje sou produtor de leite, sei bem como pensam os donos de Indústria!!

No  início do ano , quando iniciou a majoração de preços ao produtor, houve um aumento abrupto do queijo nos mercados, que pulou de R$ 13,00/ Kg para R$ 18,00/ KG, o que propiciaria um aumento de preço no leite de R$ 0,50/ Lt. Mas o que houve foi um aumento gradativo, que se estendeu por ate 7 meses, e que não chegou as R$ 0,20/ Lt.

As Indústrias retém o lucro, e sempre querem repassar o prejuízo. É assim que agem, que pensam e que fazem!!

Qual a sua dúvida hoje?