RS: Lactalis inaugura nova linha de envasamento e mira exportações

Em meio à expectativa da decisão judicial sobre a compra da mineira Itambé, a francesa Lactalis apresentou nesta quarta-feira (28) duas novidades que estão sendo produzidas na unidade de Teutônia, no Vale do Taquari, fruto de um investimento de R$ 70 milhões. Uma é a manteiga Président Gastronomique, de receita francesa e que vem sendo produzida na planta. A outra é a utilização dae garrafas PET para o leite UHT (nas marcas Elegê e Parmalat), uma novidade para o mercado gaúcho.

Publicado por: MilkPoint

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O grupo francês Lactalis inaugurou nesta quarta-feira (28) a fábrica de leite UHT das marcas Parmalat e Elegê envasado em garrafas. Os produtos sairão da nova linha da unidade de Teutônia, no Rio Grande do Sul, informa a empresa.

Para adaptar a fábrica de Teutônia, a Lactalis investiu R$ 50 milhões em equipamentos para produção de leite UHT em garrafas e R$ 20 milhões para a linha de manteiga premium, muitos deles importados da Europa. O processo durou 12 meses e foi concluído no fim de 2017.

Lactalis inaugura nova linha de envasamento no Rio Grande do Sul

As garrafas Multiprotect apresentam barreiras de revestimento que evitam o contato do leite com o ambiente externo, ajudando a mantê-lo fresco por mais tempo. A embalagem ainda tem alta resistência, fácil acondicionamento e manuseio simples, evitando perdas e respingos. A aposta da Lactalis é na capacidade de amadurecimento do mercado brasileiro, uma vez que, na França, por exemplo, o leite em garrafa PET representa 43% do mercado. No Reino Unido, a embalagem lidera com 75% das vendas. Tendência no mercado europeu, as embalagens representam apenas 2,2% do volume de leite comercializado no Brasil.

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Os investimentos na nova fábrica também permitiram a inauguração de uma nova unidade de produção de manteiga. Agora, será produzida no Rio Grande do Sul a manteiga da marca Président Gastronomique. “É um produto que traz ao Brasil inovação, diferenciação e qualidade que desenvolverá o mercado”, informou em comunicado o CEO da Lactalis do Brasil, André Salles.

Exportações para o Mercosul e o Chile faz parte da estratégia

Os primeiros embarques de produtos para o Uruguai, considerados ainda pilotos, explica o diretor de comunicação da empresa, Guilherme Portella, foram há duas semanas com envio de achocolatados, creme de leite e manteiga. Depois, será a vez do Chile, em maços; e; na sequência, Argentina e Paraguai. Portella diz que ainda não volume previsto e que serão vendidos itens com marcas já conhecidas, como Parmalat e mesmo a Président, desde manteiga a queijos. O Rio Grande do Sul será a principal base de vendas. Nesse contexto, Salles apontou que o Estado - onde fica a sede da direção nacional - precisa elevar a produtividade da bacia leiteira e deve agregar novas linhas de produtos, como em segmentos premium, para abastecer o mercado nacional e para exportação. 

Produtores pedem que Lactalis use leite gaúcho e não uruguaio

Antes da inauguração da nova linha de envasamento da fábrica da francesa Lactalis em Teutônia, um grupo de produtores de leite protestou na porta da fábrica contra a importação de leite do Uruguai. "Comemoramos a nova fábrica, mas queremos que seja leite gaúcho dentro das garrafinhas", defendeu a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Teutônia e Westfália, Liane Brackmann.

Nos cartazes, o recado é claro: "Parabéns Lactalis pela nova alternativa (leite em garrafa pet). Valorizem o leite gaúcho. Não uruguaio". 

Figura 2
Produtores de leite cobram que indústria utilize leite gaúcho e não uruguaio em nova unidade PATRÍCIA COMUNELLO /ESPECIAL/JC - Jornal do Comércio

O alvo do protesto foi principalmente o governo estadual. O governador José Ivo Sartori (PMDB) chegou bem na hora da manifestação. Sobre a pauta dos agricultores, Sartori falou: "Acho que todo mundo tem direito de solicitar e querer a melhor coisa para a sua família". Sobre a cobrança para não permitir a importação de leite do Uruguai, Sartori alegou que "já fizemos tudo que podia fazer até hoje", disse o governador.

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Salles esclareceu que a unidade só usa leite produzido no Estado. Ele negou que a companhia tenha importado em anos recentes. Em 2016 e 2017, houve aquisição de leite em pó por brasileiros, o que fez o setor gaúcho cobrar medidas do governo federal. Sobre os preços do leite, que experimentam baixa, o CEO aponta entre as razões a crise econômica e desemprego, que afetaram consumo. "Acreditamos em recuperação este ano", disse, mas não sabe avaliar patamar de preços: "só se eu tivesse bola de cristal".  

As informações são do Jornal do Comércio, Dinheiro Rural e Zero Hora.

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