A cooperativa implantará quatro condomínios automatizados (em Nova Bréscia, Arroio do Meio, Candelária e Roca Sales), com investimento de R$ 16,4 milhões. Além de tornar a captação de leite mais eficiente, o sistema reduz o problema da falta de mão de obra e reúne as informações do rebanho na tela do computador.
"O grande diferencial é que os criadores terão controle total do rebanho", ressalta Gilberto Piccinini, presidente do conselho de administração da Dália, marca operada pela Cosuel.
Também é considerada inovadora a associação de pequenos produtores em um mesmo espaço. Pelo Programa Associativo de Produção Leiteira, a infraestrutura, a tecnologia e a administração técnica são responsabilidade da cooperativa.
Os produtores são sócios do empreendimento e responsáveis pela aquisição das vacas e pela alimentação por meio da venda de silagem para a associação. Eles adquirem cotas, de acordo com o número de animais que alojarão, pagam aluguel e recebem o valor da venda de leite correspondente a sua participação.
Mais novo entre os membros do futuro condomínio de Nova Bréscia, Ricardo Schena, 25 anos, está ansioso para conhecer o equipamento. "Já pesquisei sobre o sistema e acho que vamos ter mais qualidade de vida e também leite melhor", disse Ricardo.
Com gestão compartilhada, passam a ser melhor utilizados os equipamentos, a mão de obra e o tempo. O sistema permite que as vacas circulem livremente pelo estábulo e, ao passarem pelo robô, o equipamento identifica se está pronta para a ordenha, se precisa de suplementação, de comida ou água ou se está com algum sintoma anormal. Assim que o estado do animal é determinado, o próprio sistema abre o portão correto, para onde a vaca é direcionada.
Assessor de política agrícola da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Airton Hochscheid avalia que a robotização incrementa a produção e facilita a vida do produtor, mas não considera o sistema uma tendência no setor:
"Pode ajudar em áreas com falta de mão de obra, mas o equipamento está longe de ser uma realidade no Estado. Mais de 80% dos produtores são da agricultura familiar, sem condições de fazer investimento como esse", disse Airton.
O projeto em números:
- R$ 16,4 milhões é o investimento total na compra de 12 robôs e na construção dos quatro estábulos automatizados;
- Aproximadamente 70 produtores estão se associando em quatro condomínios, situados em Nova Bréscia, Roca Sales, Arroio do Meio e Candelária;
- 1.048 vacas estão envolvidas no projeto. São 262 em cada condomínio;
- 30 litros por dia por cada vaca é a meta da cooperativa com o investimento. Atualmente, a média é de 19 litros por dia.
Como funciona a ordenha robotizada:
1 – Monitoramento
O sistema automatizado monitora e identifica cada vaca por meio de um chip preso a um colar carregado pelo animal. Chamado de sistema voluntário de ordenha, permite que as vacas circulem livremente pelo estábulo.
2 - Identificação
Ao passarem pelos robôs, eles identificam se o animal está pronto para ser ordenhado, se precisa de suplementação, de comida ou água ou, ainda, se está com algum sintoma anormal. Assim que o estado é determinado, um ou outro portão se abre, direcionando o animal.
3 - Pré-ordenha
Quando for a hora da ordenha, o equipamento faz a limpeza das tetas (com jatos de água morna e ar), estimula as mamas, tira os primeiros jatos de leite e seca. Após essa preparação, começa a ordenha.
4 – Ordenha
Em seguida, as teteiras são colocadas por um braço robótico, após o laser identificar o posicionamento das tetas, e se adaptam a tamanhos e formatos irregulares. Caso alguma das mamas esteja com problema, como febre ou bactéria, o leite de lá é desviado para outro tanque.
5 - Pós-ordenha
Após a finalização da ordenha, um spray é aplicado nas tetas das vacas de modo uniforme. A aplicação funciona como uma barreira contra bactérias e assegura que a pele permaneça macia e flexível. Além disso, todas as teteiras são lavadas por dentro e por fora antes de passarem de uma vaca para outra.
6 – Controle
Todas as informações são coletadas automaticamente pelo equipamento e encaminhadas diretamente a um computador. Os dados podem ser acessados no local ou à distância. Com isso, o produtor pode controlar os robôs e mudar as funções do local onde estiver.
As informações são do Jornal Zero Hora, adaptadas pela Equipe MilkPoint Brasil.
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