As populações rurais da Europa ainda consomem leite cru e outros consumidores preferem leite não pasteurizado, acreditando que esse produto tem um valor nutricional maior. Entretanto, o consumo de leite cru ou inadequadamente pasteurizado foi associado com doenças, como Salmonella.
A pasteurização elimina bactérias, leveduras e fungos, mas as altas temperaturas usadas também mudam o sabor e reduzem os níveis de vitaminas e compostos bioativos. A iniciativa financiada pela União Europeia (UE) chamada SMARTMILK buscou uma tecnologia alternativa ao tratamento do leite que reteria os sabores naturais e os componentes do leite, enquanto garante a segurança dos consumidores.
Os desenvolvedores do projeto se comprometeram a tornar o sistema acessível, robusto e fácil de manter. Nos estágios iniciais do projeto, eles pesquisaram os processadores de leite, fabricantes de queijos e de iogurtes, bem como os fornecedores de equipamentos para a indústria de lácteos para definir as especificações industriais. A partir disso, uma unidade de protótipo modular que pode ser facilmente transportada e usada em plantas de lácteos industriais típicas foi desenvolvida.
A funcionalidade e a tecnologia do sistema foi validada em uma planta piloto na Espanha. O sistema foi testado para tratamento do leite, bem como para sua adequação para fabricação de queijos e processamento de iogurte.
Os resultados dos testes de validação indicaram que o sistema SMARTMILK pode ser usado para inativar os microrganismos presentes no leite cru. As características sensoriais do queijo feito a partir de leite pasteurizado foram preferidas com relação ao queijo feito com o sistema SMARTMILK. Diferentemente dos produtos lácteos pasteurizados de forma convencional, o iogurte SMARTMILK mostrou menor viscosidade e textura mais suave.
Nesse estágio, o protótipo provou o conceito em condições industriais, mas esse ainda não está adequado para uso sistemático industrial. Durante a fase pós-projeto, será feito mais trabalhos para levar a tecnologia a uma escala comercial. O potencial para esse sistema ser usado no tratamento de outros produtos líquidos, como sucos de frutas, vinho e cerveja é alto. O sistema SMARTMILK deverá beneficiar a segurança e a confiança dos consumidores, que poderão melhorar a competitividade de milhares de empresas pequenas e médias de processamento de leite europeu.
Os dados são do site http://cordis.europa.eu, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
