De acordo com pesquisa da LatinPanel, citada na matéria, o volume de produtos não-duráveis (alimentos, bebidas, higiene pessoal e limpeza) consumido pelas famílias das classes D/E aumentou 11% ao longo do primeiro mandato do governo Lula. As classes D/E englobam famílias com rendimento médio de até quatro salários mínimos e representam atualmente 39% da população brasileira. No ano passado, era 44% e em 1994, antes do governo FHC, era 60%.
O gasto médio subiu bem mais: na classe D/E, aumentou 35%, enquanto a classe C aumentou 34% e a classe A/B também 35%. A distribuição do crescimento do volume médio comprado está mais concentrada na classe D/E, com aumento de 11%, contra 8% na classe C e 5% na classe A. O período analisado pelo estudo é de janeiro de 2003 a agosto de 2006.
O levantamento, entitulado "O Consumidor Na Era Lula", aponta sofisticação dos itens consumidos por esses estratos, incluindo produtos como leite longa vida, suco em pó, massa instantânea, caldo para tempero e salgadinhos. Entre janeiro de 2003 e agosto de 2006, a cesta de compras padrão aumentou de 21 para 27 itens de consumo. Um forte exemplo do aumento do número de categorias pode ser visto pelo telefone celular: em 1996, havia um aparelho para cada 57 pessoas, ao passo que em 2006, era 1 aparelho para cada 2 habitantes, sendo que o gasto médio é de R$ 20 por pessoa por mês, com o serviço.
Segundo a diretora comercial da LatinPanel, Margareth Utimura, citada na matéria do Meio&Mensagem, os reajustes reais do salário mínimo, Bolsa-Família e aumento do crédito foram os fatores que levaram ao aumento do consumo. A pesquisa mostrou que houve uma diversificação das marcas, com 48% das líderes perdendo participação de mercado.
A matéria cita ainda um estudo da Govêa de Souza & MD que aponta um crescimento de 9,8% no comércio nordestino, região que concentra boa parte da população das classes C, D e E. Isso representa mais do dobro do crescimento nacional, de 4,5%. No norte o crescimento chegará a 11,2%.
O Meio&Mensagem cita estratégia do grupo varejista Pão de Açúcar neste foco, com aquisição das marcas CompreBem e Sendas a partir da década de 90, através de um agressivo programa de aquisição de redes com atuação em bairros populosos. O destaque, em função do tamanho e faturamento, foi a aquisição da rede Barateiro, em 1998. O grupo realizou estudos buscando identificar as necessidades deste tipo de consumidor. O resultado apontou a importância da "dona de casa", exercendo papel fundamental na administração do lar.
As informações são da publicação Meio&Mensagem.