As famílias guardam na memória a sobra de ovos presenteados por pais, tios, avós e padrinhos, o que representa gasto e um desperdício nada educativo. As lojas especializadas tornaram-se concorrentes fortes dos supermercados. E os chocolates em tablete e bombom ganharam espaço graças ao baixo desembolso - aliás, foram as redes sociais que ajudaram a estimular o consumo ao comparar o preço do quilo do chocolate ao dos ovos de Páscoa. Resumo: a indústria reduziu produção como um todo e aumentou a oferta de ovos com menor gramatura, mais baratos, e com brinquedos menores.
“Ajustamos o portfólio para evitar sobras e excesso de promoções”, diz André Laporta, gerente da Nestlé, uma das empresas que mudaram a estratégia. A Arcor também está investindo mais em ovos de tamanho menor e preço de até R$ 19,90, além de elevar oferta de tabletes e bombons”, segundo Lais Colla, gerente de chocolate. Diante da nova realidade, os varejistas se adaptam. Alguns já estão a todo o vapor.
Novas atitudes
Por Carvalho e Fernandes - 46 lojas - (PI)
“Fazer sempre a mesma coisa é prejuízo na certa. Vamos ser mais pró-ativos diante das mudanças de comportamento do consumidor. Já definimos várias iniciativas que misturam o tradicional ao novo”, disse Sérgio Silva, Coordenador de Trademarketing.
Estratégias
- Iniciar a exposição de ovos logo após o carnaval;
- Seguir trabalhando com mais ovos de até R$ 19,90;
- Promover ações nas redes sociais que estimulem público a ir até as parreiras;
- Expor barras de chocolate e caixas de bombom na seção de vinhos e em ilhas;
- Expor os chocolates em pontos extras e pontas de gôndola na entrada das lojas;
- Montar toca do coelho com o apoio dos fornecedores.
Mudança de foco
Por Bistek - 18 lojas - (SC)
“As barras de chocolate e as caixas de bombom oferecem margem menor do que a dos ovos, mas não exigem queima de preço ao fim da sazonalidade. Essa é uma vantagem que vamos explorar”, por Matheus Rocha, Gerente Comercial.
Estratégias
- Dobrar a compra de barras de chocolate e caixas de bombom em relação aos meses normais;
- Oferecer caixas de bombons de maior valor agregado;
- Incrementar o sortimento de barras com versões sem lactose e maior teor de cacau;
- Disponibilizar kits de caixas de bombom e barras de chocolate para presente;
- Trabalhar com expositores verticais;
- Preparar as lojas com, no mínimo, 30 dias de antecedência da Páscoa.
Reduzir mix
Por Futurama - 7 lojas - (SP)
“Seja pela concorrência com as lojas especializadas ou pela crise, o fato é que a cada ano a Páscoa fica mais complicada para os supermercados. Varejistas e fornecedores ainda precisam pensar juntos num melhor rumo para a data. Mas o Futurama já tomou decisões para enfrentar a nova realidade”, disse Antonio Ferreira de Souza, o Gerente de Loja.
Estratégia
- Reduzir sortimento de ovos de marcas tradicionais;
- Trabalhar com mais marcas alternativas de preço acessível e qualidade;
- Reduzir sortimento de ovos acima de 500 gramas, em especial de 1 kg;
- Manter apenas uma parreira por loja, duas a menos do que em 2016 e 2017;
- Elevar sortimento de ovos de 200 g a 250 g, de maior giro.
Maior criatividade
Por Super Apolo - 7 lojas - (RS)
“A Páscoa é muito tradicional nos supermercados. Quando a data se aproxima, os clientes querem ver a loja decorada. Por isso, em momentos de queda nas vendas, é preciso usar a criatividade para preparar a exposição e as ações de marketing”, comentou Antônio Cesa Longo - Diretor do Apolo e presidente da Agas (Associação Gaúcha de Supermercados).
Estratégias
- Expor brinquedos de até R$ 50 embaixo das parreiras;
- Oferecer cestas de Páscoa para presente com itens sazonais;
- Reduzir em 10% a compra de ovos de Páscoa e o tamanho das parreiras;
- Reduzir mix de ovos com brinquedos (muito caros);
- Elevar sortimento de barras de chocolate importadas e versões gourmet;
- Ampliar a exposição de barras e caixas de chocolate em 10%.
As informações são do Supermercado Moderno.