Novas regras para produção de leite ainda geram questionamentos
Em 2012, normas como a IN 62 e a lei 12.669 estipulam novos desafios para a cadeia do leite. Mas ainda há muitos questionamentos por parte dos produtores e das indústrias. O que você está fazendo para atingir os níveis aceitáveis de CBT e CCS? Em sua região, a lei número 12.669 está sendo cumprida? Participe!
Publicado por: MilkPoint
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Com prazo estimado até 2016 para se adequar às novas regras para a produção de leite instituídas por meio da Instrução Normativa número 62, o cumprimento dos parâmetros exigidos ainda é visto como incerto dentro da pecuária leiteira. A medida passou a vigorar em janeiro deste ano em substituição à outra IN, a de número 51 (norteou a proposta do Plano Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite), sendo válida para os produtores da região Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Por outro lado, a dificuldade em acessar recursos para realizar todas as mudanças necessárias e mesmo o acesso à informação ainda são empecilhos para colocar em prática a instrução.
Pela nova determinação, o país precisará reduzir gradualmente os limites máximos tanto da Contagem Bacteriana Total (CBT) quanto Contagem de Células Somáticas (CCS). Desta forma, por exemplo, prevê-se que os índices de contagem bacteriana baixem para 600 mil por mililitros de leite (antes eram 750 mil por mililitro). Da mesma forma torna-se menor o número de células somáticas.
Já em 2014 o controle torna-se ainda mais rígido. O máximo permitido passa a ser de 300 mil por mililitro na contagem de bactéria e outros 500 mil para células somáticas. O governo estipulou que para 2016 o índice de placas não deverá ser superior a 100 mil por mililitro e 400 mil para célula somática.
Para produtores do Norte e Nordeste as novas regras só serão exigidas a partir de janeiro de 2013. Pesquisador da Embrapa Gado de Leite, o médico veterinário Guilherme Nunes de Souza diz que as reduções cada vez mais frequentes objetivam garantir a qualidade do leite como também a saúde do animal, diminuindo, por exemplo, o risco de problemas como a mastite .
Para Souza, o cumprimento das exigências no prazo estabelecido pelo governo federal ainda é o desafio para a pecuária. "No Brasil, cerca de 50% dos rebanhos de gado de leite registram mais de 400 mil células somáticas por mililitro no leite, ou seja, volume acima do permitido na IN 62. Os produtores têm somente até 2016 para conseguir diminuir isso. O Reino Unido, por exemplo, demorou 22 anos para diminuir o índice de mastite no rebanho", frisou o especialista da Embrapa.
"Os produtores têm capacidade de cumprir as exigências da IN 62, mas também precisam do apoio da indústria e do Governo para terem condições estruturais de armazenamento e transporte corretos do produto. Isso significa boas estradas e fornecimento de energia regular. No fim, quem ganhará com isso será o consumidor", afirmou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado.
Lei número 12.669
Em vigor desde junho deste ano, a Lei número 12.669 - que estabeleceu a obrigatoriedade às empresas de beneficiamento e comércio de laticínios a informarem ao produtor de leite o valor pago pelo litro do produto até o dia 25 de cada mês - não surtiu efeito em algumas regiões. Mesmo sancionada a legislação ainda não dispõe de uma regulamentação, tornando-a uma incógnita. A avaliação é do presidente da Associação dos Produtores de Leite de Mato Grosso (Aproleite), Alessandro Casado.
De acordo com o representante, ainda vigora o modelo tradicional com o criador sendo notificado do valor a ser recebido até 45 dias após deixar a matéria-prima na indústria. "Os produtores estão trabalhando às cegas. Hoje o produtor entrega seu produto, mas só vai saber o preço na hora do pagamento", destacou.
Mas a reclamação quanto à Lei 12.669 não parte apenas dos produtores. Para os representantes das indústrias, a inércia no cumprimento da medida deve-se especialmente à falta de regulamentação.
"Falta criar uma regra clara de como se deve informar ao produtor o valor pago pelo litro do leite. Existe a sanção da lei, mas o próprio governo precisa dizer quem vai fiscalizar, quais são os passos em relação a essa lei", pontuou Ademar Furtado da Silva, presidente da Cooperativa Agropecuária do Noroeste de Mato Grosso (Coopnoroeste), que também responde por um dos maiores laticínios em operação em Mato Grosso.
A matéria é do Agrodebate, resumida e adaptada pelaEquipe MilkPoint.
E você? A qualidade do seu leite está dentro dos parâmetros exigidos? O que está fazendo para atingir os níveis aceitáveis de CBT e CCS?
Em sua região, a lei número 12.669 está sendo cumprida?
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CÁCERES - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 01/01/2013
DRACENA - SÃO PAULO - ZOOTECNISTA
EM 22/11/2012
As regulamentações por parte de quem as formalizou, até que estão adequadas, mas fazer valer tanto a IN - 62 ,quanto a lei 12.669 é outra questão, que por sinal nos dará muito mas trabalho, reportando-se aos técnicos, indústria, governo, produtores, instituições de pesquisa e universidades.
Também para o sucesso da melhoria da qualidade do leite, as 4 partes mencionadas acima, deveriam ser totalmente competentes e comprometidas para os resultados, sendo:
Técnicos - ter competência técnica para propor as mudanças caso sejam necessárias, estar totalmente envolvidos com os resultados dos produtores, ter paciência e muita base para passar os conhecimentos aos produtores.
Indústria - adotar políticas de atuação junto aos produtores para a melhoria de seus resultados, dando suporte para isso (contratando técnicos, pagando por qualidade e penalizando também, enviar informativos educacionais entre outros).
Governo - não só formular a lei, mas sim enviar fiscais as indústrias e produtores para pelo menos ter conhecimento do que esta sendo feito na realidade com os produtores, e a partir daí através da coleta de dados tomar as ações mais concretas para o país alcançar bons resultados. Porque só formular a lei e não fazer o acompanhamento, com até possíveis sansões ou advertência as partes, definitivamente não conseguiremos os resultados esperados. Também fazer com a assistência técnica de órgãos públicos cheguem efetivamente até os produtores.
Produtores - estarem mais dispostos a mudanças e receber as orientações técnicas necessárias para conseguirem bons resultados, visto que a questão da melhoria da qualidade do leite, implica normalmente mais na questão de manejo do que investimentos financeiros.
Instituições de pesquisa - que continuem a desenvolver técnicas e manejos simples, adequados e eficazes para a melhoria em questão.
Universidades - que estimulem mais seus alunos para a extensão rural durante a graduação, para que possam ver mais a realidade de perto enquanto são alunos, e assim saberem quais as principais dificuldades que enfrentarão, e a partir daí saírem com um bom embasamento técnico para propor as mudanças.
Os docentes também acredito que em minha opinião deveriam acompanhar e participar mais da extensão rural para verem as dificuldades e assim poderem fazer aulas melhores direcionadas aos seus alunos, visto que muitos ficam na pesquisa e esquecem que muitas vezes os seus alunos irão a campo trabalhar, onde saem sem base algum.
Pelo visto temos muito trabalho por fazer, mas conseguiremos ótimos resultados com o comprometimento e envolvimento real e verdadeiro de todos.

ESPUMOSO - RIO GRANDE DO SUL - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS
EM 21/11/2012

CRUZ ALTA - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO
EM 21/11/2012
Realmente leite de qualidade deve ser valorizado pelas industrias.
Ainda temos um longo trabalho pela frente.

OLARIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 20/11/2012

PERDÕES - MINAS GERAIS - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS
EM 20/11/2012
Ex: O laticinio passa o preço de 74 centavos e os outros 10 seria por qualidade, e paga entre 80 e 84 centavos, sendo que este seria o preço base e a qualidade bonificada daí em diante.
Conclusão, os laticinios pegaram a lei 12669, e a colocaram a seu favor para penalizar os produtores que ainda não fazem qualidade e mais uma vez a lei não esta do lado do produtor rural
CERRO LARGO - RIO GRANDE DO SUL - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS
EM 20/11/2012
É visto que o processo da cadeia leiteira vem com desgaste desde sua fundamentação no setor, ainda não se tem uma grande eficiencia econômica sustentável para a condução da atividade, tirando as propriedades que ja se qualificaram a mais de 30 anos tendo certa "solidez``, as mais novas sofrem para ter sua estabilidade, pois sofrem desde de falta de garantia de preços, a questão de logistica, acesso de estradas a propriedades, qualidade de solo, pastagem, extrutura física e mecanica, mão-de-obra disponível, recursos financeiros (próprios ou contratados), gestão da propriedade rural, assistência técnica permanente, falta incentivos públicos governamentais, a indústria também peca em parte, energia elétrica de qualidade, ainda além disso, a maioria dos funcionários que carregam o leite nas propriedades muitos são de péssima qualidade profissional.
- Claro, o produtor tem que fazer sua parte nesse bolo todo, mas por que só ele é visto como um mercenário muitas vezes?
Se coloquem no lugar de um produtor, você invistiria todo recurso necessário a essa atividade como o determinado a um preço admirável e mediano de R$ 0,70/lt sendo que o custo do litro em muitas propriedades chega a superar o preço pago?
Por isso afirmo, tem que haver uma política agrícola que possa envolver toda cadeia do leite, estimulando e dando condição de todos trabalhar e desenvolver a atividade, pois se ela só crescer, alguém vai perder dinheiro e vai cair.
Outro importante detalhe é a capacitação constante do produtor, funcionários, empresas de lacteos e o entendimento político de que o produtor agrícola merece um olhar mais detalhista.
Se colocarmos alguns políticos viver em nossas propriedades, quantos dias os colegas acham que eles levam para correr? só quem vive no dia a dia conhece as demandas e oportunidades, mas onde está o consenso de tudo isso entre o produtor, industria,consumidor e poder público?

ALTO BELA VISTA - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 19/11/2012

ALTO BELA VISTA - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 19/11/2012

MUTUM - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 17/11/2012
Quanto a lei é muito importante para termos como parametros para os nossos custos, mas não existe seriedade na aplicação da mesma no meu entender, poís somos informados o valor que será pago, sendo o preço minimo que poderá ser, mas se nós não estivermos de acordo com o preço informado ou se for menor que os nossos custos que poderemos fazer? temos opção de estar mudando o preço quando discutirmos com a indústria? temos talvez de mudar de laticínio ou cooperativa?
Quem nos garante que é realmente o preço que o nosso produto esta valendo? Continuamos do mesmo jeito sem colocarmos preço em nosso produto, e vamos continuar, porém hoje mais bem "informados". Concordo também com o Silvio a nossa questão é cultural, falta de informação técnica no campo, falta de comprometimento de todos os seguimentos da cadeia produtiva e do governo, mudança de atitude.
CAÇU - GOIÁS
EM 16/11/2012
1 - Utilização de pré e pós dipping com eficiência comprovada e de forma correta
2 - Manutenção periódica e higienização adequada da ordenhadeira mecânica
3 - Detecção eficiente através do teste da caneca e tratamento o mais rápido possível dos casos de mastite clínica.
4 - Secagem de todos os animais 60 dias antes do parto com produtos eficientes para cobrir todo o período seco
5 - Descarte de vacas que estão apresentando repetidos casos de mastite clínica ou CCS em níveis muito altos durante a lactação.
Utilizando-se esses procedimentos aliados a um controle zootécnico e sanitário dos rebanhos temos conseguido redução de CCS e CBT para níveis muito bons (CCS aproximadamente 200.000 cél. /ml e CBT abaixo de 10.000 cél./ml).
Vale ressaltar que esses procedimentos já são utilizados com sucesso há décadas na UE e nos EUA. O grande problema que enfrentamos no Brasil é o baixo grau de preparo dos técnicos que atuam no campo no quesito controle de qualidade do leite, pois muitas vezes recomendam procedimentos equivocados e sem procedência comprovada.
É possível conseguir índices melhores que os definidos na IN 62 no Brasil.

BAGÉ - RIO GRANDE DO SUL
EM 14/11/2012

GLORINHA - RIO GRANDE DO SUL - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS
EM 14/11/2012

SANTO ANTÔNIO DO CAIUÁ - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 14/11/2012

CUIABÁ - MATO GROSSO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 13/11/2012