Nova Zelândia se beneficiou do aumento de 48% nos preços dos lácteos nos últimos 12 meses

Chamada de Arábia Saudita do leite, porque é responsável por um terço das exportações mundiais, a Nova Zelândia se beneficiou de um aumento de 48% nos preços dos lácteos nos últimos 12 meses. Os ganhos de preços pressionaram os termos de comércio do país para o maior valor em [...]

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Os investidores da Nova Zelândia-Estados Unidos, que estão apostando que o relaxamento da política de um filho só da China impulsionará a demanda por leite, ganharam acesso para comercializar diretamente futuros do leite na Nova Zelândia, maior exportador mundial de leite.

A operadora de bolsa da Nova Zelândia, NZX Ltd. disse na segunda-feira que foi registrada pela Commodity Futures Trading Commission dos Estados Unidos, permitindo pela primeira vez que os investidores americanos tenham opções de comércio em uma gama de produtos lácteos, incluindo leite em pó desnatado e integral. Anteriormente, os investidores americanos podiam apenas participar da NZX Dairy Futures Exchange através de terceiros.

Isso surgiu porque os investidores estrangeiros estão cada vez mais buscando acesso à indústria de lácteos da Nova Zelândia, à medida que os consumidores asiáticos estão se voltando a dietas mais ricas em proteínas, aumentando a demanda global.

“O que isso faz é abrir uma seção totalmente nova do mercado em termos de clientes querendo ter acesso ao mercado”, disse a chefe de derivados da NZX, Kathryn Jaggard. “Durante os próximos 30 anos, a demanda (por produtos lácteos) continuará ultrapassando a oferta”.

O comércio global de futuros de lácteos nos Estados Unidos e em outros locais é relativamente pequeno. A Chicago Mercantile Exchange (CME) lançou um contrato internacional de leite desnatado em maio de 2010, que foi retirado mais tarde, após comercializar apenas um contrato, de acordo com Jaggard. Porém, nessa pequena nação-ilha que tem mais vacas que pessoas, o setor de lácteos é um grande negócio.

Chamada de Arábia Saudita do leite, porque é responsável por um terço das exportações mundiais, a Nova Zelândia se beneficiou de um aumento de 48% nos preços dos lácteos nos últimos 12 meses. Os ganhos de preços pressionaram os termos de comércio do país para o maior valor em 40 anos.

As exportações de leite em pó da Nova Zelândia à China alcançaram um recorde de NZ$4 bilhões (US$ 3,24 bilhões) em 2013, de acordo com o Statistics New Zealand.

Na época de seu lançamento em outubro de 2010, a Bolsa de Futuros de Lácteos da NZX foi o primeiro mercado do mundo liquidado em dinheiro para futuros de lácteos, ou seja, nenhum produto lácteo mudava de mãos. A maioria dos outros mercados, como a CME, comercializa produtos físicos.

Grande parte da demanda por derivados lácteos comercializados na NZX veio do exterior, de acordo com Jaggard. Em agosto passado, a bolsa mudou suas horas de negociação para coincidir com os dias comerciais nos Estados Unidos e na Europa. Quase 37.000 lotes de leite foram comercializados em 2013, mais que os apenas 210 em 2010, com cerca de 45% do comércio ocorrendo durante o horário de negociação no exterior.

A dependência da Nova Zelândia da indústria de lácteos tem seu lado ruim, tornando-a especialmente vulnerável aos retrocessos da indústria, bem como às mudanças no sentimento dos investidores globais.

Em agosto, o dólar neozelandês teve queda de quase 2% de seu valor quando a Fonterra Co-Operative Group Ltd., maior exportador mundial de lácteos, disse que alguns de seus produtos podiam conter uma bactéria nociva (leia matérias relacionadas). A descoberta levou a recolhimentos de produtos na China, Nova Zelândia e outros locais.

As unidades do Fundo de Acionistas da Fonterra caíram em dezembro, após a empresa não ter conseguido cumprir a sua previsão de lucro para o ano fiscal 2014. O fundo foi lançado em 2012, dando a investidores externos acessos à cooperativa pela primeira vez.

A reportagem é do The Wall Street Journal, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
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