Relatório de fundação holandesa questiona composição nutricional da linha de leites para bebês da gigante suíça Nestlé Foto: Denis Balibouse/Reuters
Segundo o relatório da Changing Markets Foundation, organização holandesa dedicada à análise de práticas de grandes corporações globais, a Nestlé apresentou “comportamento inconsistente” na comercialização de alguns dos seus 70 produtos em 40 países. Segundo a análise, muitas mercadorias exibem informações nutricionais questionáveis.
A Nestlé afirmou que vai responder às reclamações e recomendações do relatório nos próximos dias.
Inconsistências. O relatório da fundação apontou que os produtos são vendidos como “melhores para o crescimento do bebê” por não conter certos tipos de açúcares e aromas artificiais. Entretanto, em produtos na China, Hong Kong e África do Sul, esses componentes foram encontrados. Não há menção específica em relação à composição dos produtos vendidos no Brasil.
“O relatório conclui que a Nestlé não está se guiando pela ciência nutricional, mas sim por um foco prioritário no lucro e no crescimento às custas de crianças e de seus pais”, frisou a fundação.
A Nestlé se defendeu, dizendo que seus produtos são “seguros e tão nutricionalmente completos quanto possível”. A empresa afirmou que a composição é informada pelo que de mais avançado existe na ciência.
Uma reportagem da Reuters lembrou que a polêmica com a publicidade das papinhas da marca existe desde os anos 1970. Na época, diz o texto, propagandas veiculadas em países em desenvolvimento davam a entender que os alimentos processados poderiam substituir a amamentação. Este tipo de estratégia levou um grupo organizado a promover um boicote aos produtos para bebês da Nestlé que se estendeu até 1984.
As informações são do jornal O Estado de São Paulo.