MG: Cadeia do leite lista prioridades para fim da crise
Em um debate entre produtores, sindicatos, cooperativas e indústrias do setor durante a realização do Workshop da Cadeia Produtiva do Leite, nesta terça-feira (2), em Belo Horizonte, destacou-se dentre os principais temas, a necessidade de implementação de políticas públicas que defendam a competitividade da produção láctea mineira no mercado doméstico.
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Dentre os principais temas, destacou-se a necessidade de implementação de políticas públicas que defendam a competitividade da produção láctea mineira no mercado doméstico. Foi unânime a constatação de que é preciso regular as importações desenfreadas, sobretudo da Argentina e do Uruguai. Solicitações antigas do setor, a isenção do PIS/COFINS das rações e suplementos minerais e a subvenção do frete do milho e caroço de algodão para minimizar os efeitos da crise em razão da alta nos custos (milho e soja), refletem a necessidade de se desonerar a cadeia; produtores e indústria.
Outro ponto é a oferta de capacitação e aperfeiçoamento da mão de obra, além da ampliação de assistência técnica continuada, fortalecendo programas como o Balde Cheio, Minas Leite e Educampo. O objetivo é trabalhar pontos do processo produtivo de forma a minimizar os custos de produção, já que não tem sido possível trabalhar o preço do produto.
A melhoria da qualidade foi estabelecida como outra prioridade. Os participantes do encontro destacaram a necessidade de mais políticas públicas com investimentos em programa de sanidade animal e qualidade do leite, além do reconhecimento pela indústria, com remunerações que façam jus à qualidade alcançada.
Outras demandas destacadas foram por mais investimentos em tecnologia, pesquisa e transferência de conhecimentos para o desenvolvimento do setor em todas as etapas da cadeia produtiva, além da criação de um Conseleite em Minas. Assim como já acontece em outros estados brasileiros, o conselho paritário entre produtores e indústria serviria como espaço democrático e transparente para discussão de temas diversos e negociação de preços diante do mercado.
Mercado
Realizado pela FAEMG dentro da série de encontros Fórum da Agropecuária Mineira: Realidade e Rumos, o Workshop da Cadeia Produtiva do Leite reuniu o setor em momento de crise, com altos custos de produção, grande volume de importação e queda de preços ao produtor. Cenário ideal para se repensar os caminhos seguidos e seus impactos, segundo o coordenador do Programa Balde Cheio da FAEMG, Walter Ribeiro. "As crises são importantes para o setor produtivo avaliar os pormenores de tudo que está fazendo e descobrir quais pontos podem ser melhorados para ganharmos competitividade".
A análise do mercado foi o foco das palestras do diretor da FAEMG e presidente das Comissões Técnicas de Leite da Federação e da CNA, Rodrigo Alvim, e do presidente do Silemg, Guilherme Olinto Resende, que apresentaram números e comparativos que deram uma boa ideia dos principais problemas vividos pelos pecuaristas de leite e pela indústria de laticínios.
Eles lembraram que a crise tem início da porteira para dentro, com os custos de produção muito altos atualmente, sobretudo a partir do segundo semestre de 2011 com a alta dos preços do milho e da soja, principais componentes da ração animal. Enquanto os custos em agosto de 2012, comparados com agosto de 2011, são 27,26% maiores (de acordo com o IPCLeite, da Embrapa Gado de Leite), o preço do leite pago ao produtor caiu em torno de 7,8% (corrigido pelo IGPDI da Fundação Getúlio Vargas, segundo o Cepea/Esalq/USP).
O reajuste salarial, antecipado e acima da inflação, também pesou sobre a produção, com um aumento real, pelo terceiro ano consecutivo, de 12% no custo da mão de obra em 2012. Para se ter uma ideia, este item representava cerca de 10% dos custos totais. Hoje, reflete entre 15 a 25% sobre o custo da produção. A soma de ração e mão de obra passou de 50% para cerca de 70 a 75% dos gastos atuais do produtor de leite (COE - Custo Operacional Efetivo).
No pós-produção, a política cambial é outro fator preocupante. A valorização do real frente ao dólar reduz a competitividade do leite brasileiro no mercado mundial e propicia um cenário muito melhor para a importação de produtos lácteos de países como a Argentina e o Uruguai. Importações elevadas e quedas de preços dificultam a competitividade e desestimulam a produção interna.
Amatéria é da Assessoria da FAEMG, adaptada pela Equipe MilkPoint.
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DATAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 22/10/2012
Abraço amigos. VAMOS FALANDO UMA HORA PEGA.
Paulo Guimaraes

SANTA VITÓRIA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS
EM 17/10/2012
Algum dia deixaremos de amar nossas vaquinhas, e passaremos a fazer contas, quem sabe esse dia, iremos chutar o balde.
DATAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 10/10/2012
DEVERIAMOS NOS UNIR E REVETER A SITUAÇÃO,trabalhar como formigas,aumentar o volume de comentarios sobre o assunto e desistir nunca.
Um abraço amigo,
Paulo Guimarães

DIVINÓPOLIS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 09/10/2012
Concordo em gênero, número e grau com as abordagens colocadas. O pagamento por qualidade realmente é o futuro, não deixando de lado a cota, volume entregue, que muito melhora a logística do laticínio.
O grande problema é a manipulação dos resultados pelas empresas, que ocorre sim, desacreditando todo o sistema de pagamento por qualidade.
Sabemos que uma grande empresa situada em BH o faz. Sem contar que colocam no campo coletadores de amostra que nunca sequer foram preparados para efetuar tal operação.
Como diria Boris: "Isto é uma vergonha"
RIO BRANCO - ACRE - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 06/10/2012
Parabéns.