Aos poucos o passado do leite do Brasil está sendo desvendado nos livros do jornalista João Castanho Dias. Ele acaba de publicar 500 anos de leite no Brasil, 148 páginas, formato grande, ilustrado com cerca de 250 fotos e gravuras. É o primeiro livro sobre a história da pecuária, indústria e tecnologia leiteira nacional. Em 2004, lançou "O leite da Paulicéia", premiado pela rádio Eldorado, do Estadão, o livro do ano sobre São Paulo.

Tendo parte da tiragem em inglês, o livro revela descobertas importantes, como a foto da primeira ordenha de vaca no país, estampada na capa, batida em meados de 1850, no Rio de Janeiro. Mostra ainda a primeira referência do leite no Brasil, uma carta de 1554, escrita na Bahia pelo padre Manoel da Nóbrega. Mais adiante publica crônica de Olavo Bilac na qual o poeta parnasiano acusava o leite de ser o maior responsável pela grave crise que o café vivia na época.

Narrando a formação das bacias leiteiras e dos laticínios, exposições lendárias, antigas raças leiteiras criadas no país, como a cintada (lakenfeld), a obra descreve crendices que cercearam o consumo de leite durante todo o Brasil colonial. O absurdo foi corrigido a partir da chegada ao país, em 1808, da corte do rei D. João VI, cujo filho, D. Pedro I, montou uma fábrica caseira de manteiga na Fazenda Imperial, onde mantinha encontros com sua amante, a lendária marquesa de Santos.

Contando que os queijos eram feitos com estômago de antas e veados, que a manteiga da Amazônia vinha de ovos de tartaruga, a obra relata ainda o costume dos barões de café de levar vacas no navio para terem leite fresco em suas férias em Paris. Custa R$ 80,00 e está à venda no site www.leitebrasil.org.br. Tem o patrocínio da Nestlé e DPA e apoio da Leite Brasil e da Embrapa Gado de Leite, cuja história é também contada no livro.

Fonte: Assessoria de imprensa da Associação Leite Brasil.