Índia deverá exportar produtos lácteos à Rússia a partir de dezembro

A Índia começará a exportar produtos lácteos à Rússia a partir de dezembro, após uma inspeção proposta das plantas de processamento por uma equipe de especialistas da Rússia e um relaxamento das normas por sua autoridade fitossanitária, Rosselkhoznadzor. A equipe russa deverá se reunir com o ministro do comércio da Índia em setembro.

Apesar de a Rússia ter aberto seu mercado para os produtos lácteos da Índia, esse país não podia enviar produtos devido às rígidas normas determinadas pelo Rosselkhoznadzor. As orientações eram de que “o leite cru usado para a produção de lácteos deveria se originar de fazendas que tivessem pelo menos 1.000 animais”.

O chefe da Diretoria de Inspeções Veterinárias no Sistema de Cooperação Internacional e da Organização Mundial de Comércio (OMC), Vasiliy Lavrovsky, argumentou que esse requerimento foi introduzido no rascunho do acordo, à medida que os animais indianos estão infectados com doenças perigosas, como febre aftosa, brucelose e tuberculose.

Lavrovsky disse que o controle de doenças animais é mais fácil em fazendas maiores do que em menores. Os principais elementos desse sistema devem ser identificação individual de animais, rastreabilidade de seus movimentos e monitoramento de sua saúde e segurança do leite.

“A cláusula do número mínimo de animais é irrelevante hoje, quando todo o mundo negocia em termos de qualidade. Uma vez que a qualidade for garantida, a Rússia não deve ter nenhum problema em importar produtos lácteos da Índia. Nós poderemos começar as exportações imediatamente após as normas serem liberadas”, disse o presidente da Cooperative Milk Marketing Federation Ltd, que comercializa leite e produtos lácteos da marca Amul, R S Sodhi.

A Amul começou a negociar os termos comerciais com alguns importadores russos imediatamente após o acesso ao mercado de lácteos da Rússia ter sido aberto para exportadores indianos no começo desse ano.

A equipe de negociação da Índia, liderada pelo diretor geral do departamento de comércio, Guruprasad Mohapatra, disse que “os exportadores de lácteos estão enfrentando dificuldade por causa dessa cláusula à medida que somente dois rebanhos desse tamanho existem na Índia e isso restringe as possibilidades de envio de produtos lácteos ao mercado russo”.

Assumindo a significância das exportações de lácteos da Índia para alcançar o comércio bilateral de US$ 30 bilhões até 2025 contra US$ 10 bilhões no momento, ambos os lados concordaram em negociar essa questão na reunião de setembro. Os exportadores de lácteos acreditam que a autoridade russa pode reduzir o número mínimo de animais para 500 ou até 100 se não omitir a cláusula totalmente. Na reunião, a exportação de carne de búfalo também deverá ser discutida.

De acordo com fontes, Parag Dairy e Dynamix Dairy Industries são as duas únicas companhias de lácteos que possuem 1.000 animais. Porém, o Ministério do Comércio ainda precisa assinar um protocolo para começar as exportações à Rússia. “Explicamos que devemos ter permissão para exportar enquanto o Centro continua engajado com a Rússia para trazer novos fornecedores. Por que outros players determinam se o protocolo deve ser assinado? Nossa planta recebeu a aprovação e deixamos claro que aqueles que perderam não devem decidir nossas chances. Se a Rússia está sugerindo qualquer coisa sobre o processo de manejo do leite, devemos aceitar isso positivamente”, disse o vice-presidente sênior de planejamento estratégico da Parag Milk Foods Pvt. Ltd., Shirish Upadhyay.

A reportagem é do Business Standard, traduzida pela Equipe MilkPoint.