GO: Impactos da quebra da safra dos EUA chegam ao setor leiteiro goiano

Os reflexos da frustração da safra de grãos americana já chegaram ao segmento de pecuária leiteira. Com os Estados Unidos registrando quedas de produção de 27% no milho e 16% na soja, a pressão do mercado internacional sobre os grãos brasileiros elevou, por exemplo, em cerca de 30% o valor do milho em algumas regiões de Goiás.

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Os reflexos da frustração da safra de grãos americana já chegaram ao segmento de pecuária leiteira. Com os Estados Unidos - maiores produtores mundiais de soja e milho - registrando quedas de produção de 27% (101 milhões de toneladas) no milho e 16% (14 milhões de toneladas) na soja, a pressão do mercado internacional sobre os grãos brasileiros elevou, por exemplo, em cerca de 30% o valor do milho em algumas regiões de Goiás.

O acréscimo nos preços tem beneficiado o setor de grãos, mas impactado
substancialmente no custo de produção da pecuária leiteira. Soja e milho são as matérias-primas básicas das rações ministradas aos rebanhos. Em Goiás, a ração do gado leiteiro representa de 30% a 40% do custo operacional da atividade.

Para se ter uma ideia do impacto deste custo, a cotação do farelo de soja
no município de Rio Verde, no período de junho a agosto deste ano, teve um acréscimo de 41,93%; a tonelada do produto passou de R$ 910 para quase R$ 1,3 mil. Em agosto do ano passado, a tonelada do farelo de soja valia pouco mais de R$ 550.

Com o milho ocorreu o mesmo. No período de junho a agosto deste ano o
valor da saca do cereal aumentou 30%, saiu de R$ 19 para R$ 25, na região de Rio Verde. A elevação dos preços desses cereais fez com que o custo de produção do litro de leite, no estado, tivesse aumento substancial.

Hoje, os R$ 0,85 pagos, na média, segundo dados do Cepea, pelo litro do
produto em Goiás e o aumento na ração fazem com que a margem de rentabilidade do pecuarista de leite fique cada vez menor.

De acordo com o vice-presidente administrativo da Faeg e membro da
Comissão de Pecuária de Leite da entidade, Eurípedes Bassamurfo, outro fator agravante é que as oscilações no mercado internacional de grãos chegam durante a entressafra do leite em Goiás, período do ano em que já há uma natural dificuldade com os custos de produção, devido à redução da pastagem - provocada pela falta de chuvas - e necessidade de suplementação do rebanho.

Para o representante dos produtores - que esteve na manhã desta
quarta-feira (22/08) na abertura da 2 TecnoLeite, em Morrinhos, feira
promovida pela cooperativa Complem - o setor está sendo impactado por um fator que o pecuarista de leite não pode controlar que é o mercado internacional e, por isso, o desafio do produtor em manter a rentabilidade do negócio se torna mais complexo.

"Para reduzir custos, os produtores estão substituindo farelo de soja por
caroço de algodão, milho por sorgo", conta. Mas é preciso mais, defende
Eurípedes, ele recomenda que mais do que nunca o produtor deve fazer as contas e usar todas as técnicas de gerenciamento disponíveis. Integrar-se em grupos para comprar os insumos em volume e em menor preço é uma das alternativas recomendadas.

A matéria é do Safras resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
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Gilson Santana Filho
GILSON SANTANA FILHO

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/08/2012

Nossa realidade é critica ! Se o preço do leite não subir quem continuar na atividade vai quebrar. Subiu mão de obra, insumos,medicamentos, energia eletrica e o preço do leite abaixou, é brincadeira, se o governo não agir estamos perdidos.   
Alexandre Benvindo Fernandes
ALEXANDRE BENVINDO FERNANDES

RIO BRANCO - ACRE - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 23/08/2012

No dia que os produtores e alguns técnicos começarem a se importar com o custo de produção não só do leite como da carne também etc, períodos difíceis como este não serão tão agressivos ao produtor.
Qual a sua dúvida hoje?