Apesar da Nova Zelândia ter sete vezes mais ovinos que pessoas, as vacas direcionam sua economia atualmente. Os produtos lácteos representam um quarto das exportações do país, sendo responsáveis por um terço do comércio mundial de lácteos. Grandes propriedades de criação de ovinos e florestas estão sendo convertidas para produzir mais leite.
Com uma participação no mercado local de mais de 90%, a Fonterra, cooperativa formada em 2001, tem receitas anuais de quase NZ$ 20 bilhões (US$ 16,49 bilhões). Ela opera em 100 países e conta com 10.500 produtores.
No mês passado a Fonterra anunciou que deixaria investidores que não são produtores comprar participação pela primeira vez. Esse pronunciamento gerou um grande interesse entre investidores no mercado de ações do país e de gestores de fundos estrangeiros. A Fonterra pretende levantar pelo menos NZ$ 500 milhões (US$ 412,35 milhões) com a emissão, cujos preços serão anunciados em 27 de novembro. A cooperativa não está vendendo ações com direitos de voto. Os investidores de fora receberão ofertas de unidades no Fundo de Acionistas da Fonterra, legalmente separado da companhia, mas com os dividendos pagos com seus lucros. Dependendo do preço dessas unidades, a companhia previu que renderão até 7% em 2013.
A Fonterra também começará a permitir que seus produtores proprietários comercializem suas ações entre eles mesmos. No momento, eles podem somente vendê-las de volta à Fonterra (em períodos em que a produção está fraca). Quando eles fazem isso, o capital da empresa é consumido, justamente quando ele é mais necessário. A esperança é que ao permitir que os produtores vendam para outros produtores, seu risco seja reduzido.
O lucro líquido da Fonterra de NZ$ 624 milhões (US$ 514,61 milhões) no ano até julho caiu em 19% com relação ao ano anterior, principalmente porque os créditos fiscais do ano anterior não foram repetidos. Os preços dos lácteos caíram em 2011, mas se recuperaram depois, à medida que os custos de produção em outros países vem impulsionando sua demanda por importações de leite. A Fonterra fez investimentos inteligentes na Ásia e na América Latina, onde a demanda por produtos lácteos está crescendo. Porém, em mercados maduros, os maiores preços cortaram a demanda.
Assim como em muitos outros negócios, os competidores chineses estão se tornando uma ameaça crescente. O ranking do Rabobank ainda tem companhias de países ricos, lideradas pela Nestlé, da Suíça, no topo, mas as companhias chinesas como Yili e Mengniu estão subindo. Cerca de um quinto das exportações de lácteos da Nova Zelândia vão para a China e a Fonterra fabrica produtos lácteos lá sob marcas locais. Porém, a força do dólar neozelandês está tornando mais fácil para os rivais chineses ganharem participação de mercado.
Os produtores da Fonterra já estão descontentes porque o preço que recebem pelo leite caiu em um quinto no ano passado. Agora, alguns deles estão preocupados que a venda de ações para investidores podendo ser o primeiro passo para uma saída gradual de produtores da posse da cooperativa.
A reportagem é do The Economist, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
Fonterra busca capital para manter-se à frente
No mês passado a Fonterra anunciou que deixaria investidores que não são produtores comprar participação pela primeira vez. Esse pronunciamento gerou um grande interesse entre investidores no mercado de ações do país e de gestores de fundos estrangeiros.
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