As vendas de leite como bebida caíram para seu nível mais baixo em quase 30 anos nos Estados Unidos. Em 2011, as vendas totais de bebidas lácteas foram de 22,71 bilhões de litros - o menor nível desde 1984, de acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em agosto.
"Nós sabemos que tem ocorrido um declínio contínuo no consumo per capita de leite já há vários anos", disse a diretora executiva do Milk Processor Education Program, conhecido por campanhas publicitárias como "Got Milk?", Vivien Godfrey.
Mudanças nos hábitos dos consumidores e uma grande oferta de novas bebidas no mercado, incluindo bebidas esportivas e chás em garrafas, têm afetado as vendas de bebidas lácteas, disse ela. Os norte-americanos estão consumindo a mesma quantidade de bebidas, mas o leite tem perdido porcentagem de participação nesse consumo.
A indústria de lácteos lançou o tema "café da manhã em casa" como uma forma de aumentar as vendas de leite. Os norte-americanos ainda bebem mais leite no café da manhã do que durante qualquer outro período do dia.
O consumo de leite com chocolate como uma bebida de recuperação esportiva é outra promoção da indústria, baseado em evidências de que a proteína do leite, os carboidratos e o sódio são ótimos para recuperar os músculos cansados. Isso pode trazer de volta muitos adultos para a indústria de lácteos, especialmente se eles questionarem o valor nutricional de outras bebidas. "Acredito que muitos atletas consumiriam leite, que é natural, ao invés de algo fabricado em um laboratório".
As escolas são outro campo de batalha para a indústria de lácteos. "Temos 55 milhões de crianças indo para a escola todos os dias, precisamos apresentar a elas um produto gostoso e que vêm em uma embalagem conveniente, ou se não, as perderemos para o resto da vida", disse o diretor executivo do Dairy Management Inc. (DMI), Tom Gallagher.
Uma coisa que atrapalha a indústria de lácteos é que alguns produtos com os quais compete usam o nome "leite", mas não são leite na realidade, como o leite de soja e o leite de amêndoa.
As questões de rotulagem também precisam se resolvidas, para que o leite se torne um produto mais atraente aos consumidores, de acordo com Gallagher. Existe também a necessidade de inovação do produto. "Não podemos continuar pensando que podemos aumentar o negócio produzindo mais galões de leite. As pessoas querem embalagens convenientes e querem produtos com prazo de validade maior para que possam refrigerar quando quiserem e até não refrigerar".
As vendas de iogurtes e outros produtos lácteos têm compensado grande parte do declínio das vendas de leite como bebida. Só o consumo de iogurtes aumentou em 400% com relação há 30 anos, de acordo com o Wisconsin Milk Marketing Board (WMMB).
Outro ponto é que as pessoas estão com medo dos antibióticos e hormônios sintéticos, e por isso pararam de beber leite, disse a diretora sênior de assuntos culinários do Harmon Group, uma empresa de pesquisa de mercado em Bellevue, Washington, Melissa Abbott.
O galão de leite foi inventado para alimentar um país que, décadas atrás, fazia a maior parte de suas refeições em casa. Porém, os tempos mudaram e a indústria de lácteos nem sempre acompanhou as tendências de mercado visando estilos de vida mais diversos e menos previsíveis. A indústria não fez o que marcas de sucesso devem fazer para crescer, de acordo com Gallagher.
A reportagem é do Journal Sentinel Inc, traduzida e resumida pela Equipe MilkPoint.
EUA: Vendas de leite alcançam menor nível em décadas
As vendas de leite como bebida caíram para seu nível mais baixo em quase 30 anos nos EUA. Em 2011, as vendas totais de bebidas lácteas foram de 22,71 bilhões de litros - o menor nível desde 1984, de acordo com dados divulgados pelo USDA em agosto.
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