A integração entre leite e café pode ser benéfica para os pecuaristas e agricultores
O compost barn, sistema de confinamento para vacas leiteiras, vem ganhando força em algumas propriedades brasileiras e será um dos destaques durante a feira promovida pela Cooxupé em Guaxupé, Sul de Minas. “Muitos dos nossos cooperados trabalham com as produções de café e leite, refletindo uma realidade muito forte da região e uma alternativa econômica eficiente para quem vive do agronegócio. Por isso, trouxemos este tema para que eles conheçam novas possibilidades para ganhar mais eficiência em seus negócios”, destaca o presidente da cooperativa Carlos Paulino.
“As principais vantagens ao produtor são uma maior produção de leite com maior eficiência alimentar, além de números reprodutivos e sanitários melhores. O maior benefício para as vacas são a facilidade de adaptação, a menor quantidade de lesões e maior longevidade”, pontua o médico veterinário e consultor, Adriano Seddon, pioneiro em adaptar o compost barn no Brasil. Segundo ele, em média, o compost barn é 20% mais barato comparado ao sistema de free stall. “Vale destacar também que este sistema produz uma grande quantidade de composto que é altamente benéfico para o solo”, completa.
Sérgio Ribeiro Cruvinel, supervisor de mercado agropecuário da Cooxupé e médico veterinário, conta que na região da cooperativa a palha de café como cama está sendo utilizada no lugar da serragem. “E estamos tendo muito sucesso. Após um período, o composto volta à agricultura em lavouras de milho, pastagem e café, fornecendo matéria orgânica ao solo”, antecipa.
Recentemente, o MilkPoint recebeu do produtor de leite Marco Antônio Costa, de Cristais/MG, um vídeo sobre o processo de compostagem dos dejetos bovinos na Fazenda Córrego D'Antas. Veja aqui.
Além de leite, Marco também produz café, comercializado no mercado hoje por meio da marca Café Fazenda Caeté. Para otimizar a integração leite & café e pensando nos problemas ambientais, a compostagem foi idealizada e implantada. Além do esterco dos animais, a casca de café da própria fazenda e de alguns parceiros é utilizada no composto. Após a compostagem, o material final (biofertilizante) é utilizado para contribuir com o plantio do próprio café e na safrinha de milho (tanto na propriedade de Marco como nas fazendas dos parceiros).
O produtor destacou que a responsabilidade ambiental é uma tendência sem volta e que ser sustentável é lucrativo. “Os produtores não precisam ter medo de perder dinheiro com a sustentabilidade. Pelo contrário, ela pode ajudar na rentabilidade do negócio”. Ele acredita que os custos da implementação do sistema de compostagem serão rapidamente cobertos - já que os ganhos e benefícios da compostagem são inúmeros.
E você? Tem alguma experiência com a integração entre o leite e o café na sua propriedade? Compartilhe conosco por meio do box abaixo ou envie um e-mail para contato@milkpoint.com.br
Esta matéria contém informações da FEMAGRI e do portal Exame.