Enquete: Quais os custos de mão-de-obra no leite brasileiro?

Oi Paulo, muito bom saber que existe esse treinamento de um ano para os alunos das escolas agrículas. Porem nossa necessidade é eminente, não podemos manter uma pessoa esse tempo todo afastado da lide. Me refiro a cursos rápidos de 3 ou 5 dias dando noções básicas de hegiene, como  utilizar uma ordenhadeira de maneira correta, como perceber um animal com mastite, etc. Um abraço e obrigado pela resposta. Roberto de Carvalho.

A mao de obra é terrivel, desqualificada e tudo de ruim. Mas esse nao e o unico problema, o maior ainda sao os encargos trabalhista para um negocio muito mal remunerado, sem lucratividade. Trabalhar na area é padecer no paraiso. Estou tentando outras alternativas.

Julio/Roberto,

A Embrapa Gado de Leite realiza uma modalidade de treinamento para técnicos agrícolas denominada Residência Zootécnica. O aluno recebe uma bolsa e fica 1 ano no Campo Experimental de Cel Pacheco tendo alojamento e alimentaçãoão. Saem tecnicamente aptos a conduzir a atividade leiteira. O contato é com Dédi ou Salvati pelo telefone (32) 3249 4910.

abraço

Paulo Moreira

Meus caros, na minha região, Resende, Est. do Rio de Janeiro, recebemos R$ 0,88 o litro.

Não encontramos mão de obra de retireiro e quando encontramos, ao receber o vale, ficam de porre por três dias e por mais que vc tente conversar com as vacas para segurarem as tetas ,não adianta, são irredutíveis.

Os produtores de leite são viciados, deveríamos criar o PLA ( produtor de leite anônimo), quem sabe assim nos curávamos.

Os grandes beneficiários do leite, empresas que não possuem uma vaca se quer, junto com nossas cooperatívas e as indústrias que nos vendem seus maquinários,as Alfa Laval da vida, deveriam promover cursos regulares para os jovens que saem das escolas agrícolas, ensinando tecnica de manejo, como trabalhar com os equipamentos específicos na produção de leite, etc., isso lhes garantiriam empregos e desfogavam os produtores. Um abraço a todos, Roberto.

Silvia, coloco estas observações no intuito de "passar p/ frente" dados que possam eventualmente ser repassados p/ outros produtores e abrir-lhes os olhos. A luta é inglória, mas não se pode desistir. Por experiência própria, já mudei de laticinio, juntamente c/ alguns produtores, e surtiu algum efeito. Se não quisermos perder (jogar leite fora 1 semana, ou 1 mes se preciso for) não conseguiremos nenhum tipo de efeito real em nossas reinvindicações.. Daí, em vez de perdermos 1 semana p/ termos algum resultado positivo lá na frente, vamos economizer 1 semana e perder o resto do ano.

Ou lutamos ou caímos fora. Ou seremos jogados fora ( o que é pior ainda).

A função destas mídias sociais é esta mesmo. A irradiação é lenta, mas nao para. Não acredito que, mesmo saindo do tema proposto, o MilkPoint nos negará esta oportunidade.

Meu Caro Gustavo Ribeiro da Silva , Logo em breve terei o maior prazer em ler seus comentarios ( Positivos) relacionados a Ovinocultura.

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Ola Silvia Arbex, o cruzamento otimo resultado.



Parabens pela sua colocoçao referente Organizar preço do leite.



A pura verdade e que no Brasil o leite nao tem Preço, a Organizaçao Laticinios e quem manda, e quem determina e fim de papo.

Jose Luiz, sempre falo que nos, produtores de leite nao sabemos nos organizar.  No nosso produto nao colocamos preço. Quem coloca preço é o laticínio, Independente do encarecimento de nossos custos. A normativa 51 rege a qualidade do leite, mas como pratica-lá se tanto faz um leite bom ou um leite ruim o preço pago é o mesmo ( na minha região funciona assim). Quanto custa manter ordenha mecânica, tanque de expansao, uma boa higiene e alimentação? Este preço só nos sabemos e isto nao importa aos laticínios. A importação de leite e outro fator que derruba nossos preços. O governo nao se importa com a luta do produtor. A briga é muito dura e desanima quando você vê a passividade do produtor. Eu brigo todos os meses pelo meu preço, mas nao alcanço muitas vitorias porque brigo sozinha.

Parece que logo teremos que transformar o milkpoint em foro de discussão de ovinocultura. Desanimo total com o leite a 0,70 (quando bem pago) no Mato Grosso. Tenho contratado mão de obra não qualificade e investindo em treinamento dentro das diferentes atividades. NÃO ESTÁ FÁCIL.

Alem do levantamento promovido pelo MilkPoint ser iniciativa louvável, pois coloca números onde uma grande parte não os tem, um outro aspecto de primordial importância é a troca de idéias, esclarecimentos e comparações entre diferentes produtores e regiões.

Se o Marivaldo recebe $1,20 e está chorando, imagine o resto! Nos falta números comparativos, meios de produção adequados, etc.  E margens horríveis, quando não negativas.  

O SEGREDO DO NEGÓCIO ESTÁ NA RENTABILIDADE.  NA SOBRA DO CAIXA!

VEJAM OS PREÇOS RELATIVOS, abaixo (do plano Real p/ cá, quando a moeda ficou estável):

a) o leite aumentou (por aqui), neste período, de $ 0,30 para $0,75 ________150 %  

b)óleo diesel, de $0,30 para $2,12      ____________________________________606 %

c) salário, de $70,00 para $ 622,00 ___________________________________780 %

d) gasolina, de $0,41 para $ 2,99  ____________________________________630 %

e) consulta médica, de $25,00 para $200,00  ___________________________700 %

f) energia elétrica de $0,08 para $0,62/kw  (residencial) ___________________675 %

g)adubo 5-25-15 de $185,00 para $1.500,00  ___________________________710 %

h) arame liso de $37,00 para $ 300,00 ________________________________710 %

etc, etc,...VEJAM  PORQUE NÃO SOBRA DINHEIRO NO CAIXA ! Sempre nestas mesmas proporções.

Há um livro recém editado cujo título é "CARREGANDO O ELEFANTE".  Adivinhem que o está carregando!!!

Só não podemos ser sofredores resignados. Desconheço atividade mais complexa, minuciosa, consumidora de tempo e desgastante. O problema maior está na remuneração. Sou criador de girolando em Gurupi, TO.

Hoje fui ao supermercado, o leite barriga mole pulou de $1,99 p/ $2,10. Eles só deveriam repassar; nosso custo aumentou barbaridade na seca e o laticinio fala em aumentar $0,05 no preço (já ficando c/ $0,05 p/ ele). Ao invés de repassar, aumentam margens. O preço aumentou devido aos custos, ultimamente de alimentação. Agora industria e varejo agregam mais $0,05 ao lucro.

Preço da comida no varejo:

Arroz tipo 1 - 5k: $9,00 ou $1,80/Kg : cozido vira 2 kg = $0,90/kg: refeição com 800 g = $0,72

Feijão carioca - $ 3,30/kg: cozido e com caldo vira 3 kg = $1,10/kg: refeição com 400g = $ 0,44

Carne de 2ª - $ 12,00/kg: _____________________________________ refeição com 200 g = $ 2,40

Salada, batata, ou qualquer outra "mistura" : ____________________ cerca de = $ 0,50

Gás, energia elétrica, etc. (com o reajuste de 700%) ________________ cerca  de = $ 1,00

TOTAL do custo da refeição:___________________para 1 pessoa: em torno de 1,5 kg =  $ 5,06

Um prato cheio para a propaganda governamental. Daí o presidente Lula propalar que "nunca neste país se comeu tão barato", sem mostrar nas costas de quem ficou o prejuízo - ao produtor.

Os números não mentem, contra eles não há argumento.

SEJAMOS MAIS UNIDOS, PROATIVOS, E NÃO FIQUEMOS ASSISTINDO CALADOS.

A realidade da producao de leite é uma só. Enquanto for uma atividade de subsistencia, social isso nao vai para frente. A profissionalizacao é dificil porque nao tem profissional para a area, isso  porque o preco do leite e uma mizeria isso faz com que nao tenha condicoes de se pagar bons salarios portanto, mao de obra de pessima qualidade. O Brasil tem que tem no maximo 200 mil produtores de leite, temos mais de 1 milhao. Nao tem muito o que fazer enquanto esse quadro perdurar. E pelo jeito vamos ficar muitos e muitos anos nessa condicao porque temos 67% de analfabetos.

A discussão prevalente até agora saiu toda do foco da enquete. Mas, assim mesmo, quero emitir minha opinião em relação ao Marivaldo: tudo indica que o seu problema não é preço recebido; mas sim, escala de produção. Imagino a sua dificuldade para produzir o seu pouco leite no Bioma Caatinga, solo pedregoso, etc.  para uma demanda pequena e irregular devido a sazonalidade (ocorre em temporadas de poucos dias). Talvez a melhor opção mesmo seja criação de ovinos ou, quiça, caprinos. Vamos combinar que leite a 1,20/litro, no Brasil, não é de se jogar fora.  

Marinalvo, como é o resultado do cruzamento do Sta. Inês p.o com dorper?  Converte numa carcaça de boa qualidade? Estou cruzando ovelhas 1/2sangue com reprodutor white dorper. Tem dado uma borregada muito bonita, forte. Estou muito encantada com a atividade.

Boa Tarde!


Sou do noroeste paranaense, e em nossa região o grande problema é a mão de obra além de estar com preço alto, esta escassa, não estamos conseguindo profissionais capacitados para esta atividade.

Wellington, eficiencia superior a hordenhar manualmente, rapidez e qualidade superior no produto, maior valor final agregado, ao leite,Higienizaçao inconparavel a manual,so que para o investimento dar certo e necessario que a produçao atinja 5 vezes mais o volume produtivo, vejo que na sua regiao o custo alimentaçao e muito alto,aumentar o numero de animais em lactaçao nao seria a soluçao,Primeiro Passo Comida e Agua Boa,Sequndo Passo Animais com com PTA  em bom nivel, Terceiro Passo Hordenha mecanica, Trabalhando compativel com a produçao, do contrario torna-se um Elefante Branco ou de Inox dentro da sua propriedade.

Ola Silvia, 1.20 no litro de leite aqui nao e pago por laticinio, a regiao nao tem laticinio o leite e Inatura vendido para Pousadas, Hoteis,Restaurantes, Sorveterias e similares, quando somado o custo de transporte+ recebimento mensal, quando recebe no prazo estipulado acredito que o preço de venda real seja  de 0,68 centavos por litro, estou direcionando as minhas atividades para a ovinocultura corte, eu uso I.A.T.F via Transcervical, e as vezes para maior segurança a Laparoscopia, cruzando Santa Inêz P.O

com macho Dorper P.O.I  Semen de animais andrologicamente detestados e com prova de Progene.

PREZADOS MARIVALDO, SILVIA E WELINGTON, boa noite.



Quem tecla é Maria Cristina, das Fazendas Reunidas Xanadú. Espero encontrá-los todos bem, e às suas famílias.



Cumprimento a vocês pela franqueza e transparência no testemunho, e me solidarizo na sua preocupação quanto à (in)viabilidade do nosso setor leiteiro no Brasil.



Aqui no meu estado (MG), temos assistido todos os dias liquidação de plantéis, bem como uma "enxurrada" de produtores desanimados e totalmente descapitalizados encerrarem suas atividades, quando não até terem de vender suas propriedades (no todo ou em parte), para quitar dívidas geradas na atividade leiteira.



Na minha região, o ditado é que: "a continuar assim, quem tira leite está só segurando a terra para vender para o vizinho".



Parece, contudo, que a questão é bem mais séria, e não é apenas no Brasil.



Há dias atrás, lemos aqui mesmo na MilkPoint uma reportagem a esse respeito: "EUA: agravamento financeiro provoca fechamento de fazendas".



Hoje, está aqui na mesma MilkPoint a notícia: "Espanha vive crise no setor leiteiro e ameaça fechar metada das fazendas".



Ou seja, a bola da vez é a Espanha, e o vilão novamente o "aumento nos preços dos insumos".



Em minha opinião, para continuar (com menos paixão e mais razão), precisamos SELECIONAR animais que produzam leite em condições realistas, DIMINUINDO A DEPENDÊNCIA DOS INSUMOS PARA SUSTENTAR A PRODUÇÃO LEITEIRA, considerando que estamos em um país com extensões "continentais" e com clima "tropical".



Contra fatos não resistem argumentos, por mais elegantes que os discursos pareçam: a crise no setor leiteiro terá de se estender a quantos países, se aproximar o quanto de nossas fazendas, para que os esforços de pesquisa sejam acelerados em direção às raças leiteiras tropicais?



Nós, aqui da Xanadú, já tiramos nossas conclusões. Temos vendido muitas novilhas para Rondônia, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e até Venezuela, totalmente adaptadas ao rigor dos trópicos e menos exigentes em termos de dieta. Ficaríamos honrados com uma visita (mesmo que virtual) de vocês - se possível, acesse, por favor, http://www.fazendaxanadu.com.br.



Agradeço antecipadamente o espaço para diálogo, deixo um cordial abraço a todos,



MARIA CRISTINA ALVES GARCIA

Fazendas Reunidas Xanadú

Iguatama - MG

(5537) 9916-7872

Bom dia um dos maiores problemas na região onde lutamos para produzir é as irregularidades das chuvas para produção de forragens,ficando caro o produto leite por conta do alto custo da ração,e mão de obra,gostaria de saber qual o custo da ordenha mecanica em relação a eficiencia,rapidez e qualidade?

Marivaldo, se vc recebe R$ 1,20 pelo litro de leite já sai na frente em relação a nós mineiros que estamos na casa dos R$ 0,85. Somos verdadeiros guerreiros e persistimos na atividade por prazer, nunca por resultado. Os nossos custos também são altos e a mão de obra deixa a desejar. Tem hora que da vontade de chutar o balde e sair fora. Eu, como você , estou abrindo nova atividade que é a ovinocultura de corte. Ainda nao tenho resultado pq estou iniciando. Mas tenho gostado muito da lida com estes animais. Quem sabe vai ser a minha saída?

O maior problema na atividade leiteira aqui na minha regiao e justamente o ajuste custo produçao, sou zootecnista  a mais de 22 anos, procuro meios de ajustar Custo e Produtividade,e nao encontro rentabilidade, estou situado na Chapada Diamantina, onde o preço da mao de obra e alto e desqualificada, a comida vem de longe e cara, para  nao fechar as porteiras, busco recurso na produçao de ovinos de corte, vender leite de vaca a 1.20 centavos e brincadeira ou eu sou Papai Noel.