Companhias de lácteos do Reino Unido estão desaparecendo enquanto companhias europeias buscam novos mercados

As companhias de lácteos do Reino Unido estão desparecendo rapidamente, à medida que as companhias europeias buscam novos mercados para vender manteiga e queijos.

Publicado por: MilkPoint

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As companhias de lácteos do Reino Unido estão desparecendo rapidamente, à medida que as companhias europeias buscam novos mercados para vender manteiga e queijos.

As apostas estão altas. O Reino Unido é o terceiro maior produtor de leite da União Europeia (UE) depois da Alemanha e da França, produzindo cerca de 13,5 bilhões de litros de leite anualmente. Entretanto, as severas guerras de preços entre os supermercados como Tesco e Asda, os baixos preços do creme de leite e os maiores custos de insumos têm prejudicado os produtores britânicos, que estão recebendo muito menos que os demais produtores europeus.

A fusão da Arla Foods, grande cooperativa dinamarquesa-sueca, com a cooperativa britânica, Milk Link na semana passada, sinaliza que a indústria de lácteos britânica pode ter mais mudanças. O acordo, que cria a maior companhia de lácteos do Reino Unido, veio depois da aquisição da Robert Wiseman Dairies, da Escócia, pela Müller, companhia pertencente a um grupo de lácteos alemão, em janeiro.

"Nossa visão é que deverá haver maior consolidação", disse o diretor executivo da Milk Link, Neil Kennedy.

A indústria de lácteos do Reino Unido, predominantemente nas mãos de cooperativas de produtores, contraiu-se agora em quatro grandes participantes - Arla, Müller, Dairy Crest Group Plc e First Milk.

A Arla, que também está expandindo seus negócios na China, espera vendas anuais da Arla-Milk Link de 2 bilhões de libras esterlinas (US$ 3,11 bilhões) - à frente das 1,6 bilhão de libras esterlinas (US$ 2,49 bilhões) da Dairy Crest e das 573 milhões de libras esterlinas (US$ 891,86 milhões) da First Milk.

"Pode possivelmente haver uma fusão entre uma cooperativa do sul da Irlanda e a First Milk. E pode ser que outra companhia compre a Dairy Crest até o final do ano", disse o presidente da Associação Real de Produtores de Leite Britânicos, Daivid Cotton.

Cotton, que administra um rebanho de 165 vacas, também é membro da Milk Link.

"A First Milk agora parece um pouco vulnerável", disse o analista da Investec Securities, Nicola Mallard. "A maioria da indústria de lácteos ou está em mãos privadas ou pertence a cooperativa, de forma que a Dairy Crest é incomum a esse respeito, mas nós realmente não temos nenhuma sugestão de um acordo".

Tipicamente, as companhias de lácteos da Europa focam mais em produtos lácteos como queijos e manteiga, que são mais lucrativos do que o leite fluido. Por outro lado, somente metade do leite produzido no Reino Unido é vendido na forma de produtos lácteos.

Com os consumidores no Reino Unido mudando para o leite desnatado, os processadores de lácteos estão gerando um excedente de creme. Os processadores que transformam creme em produtos de maior margem, como queijo, manteiga e iogurte têm resistido ao declínio em negócio de leite cru, colocando-os em uma posição melhor do que os que simplesmente vendem creme a granel.

As ações da Robert Wiseman, uma companhia com ações públicas registradas até a compra, caíram pela metade em valor nos últimos dois anos, prejudicadas por um forte declínio nos preços do creme de leite a granel.

A Dairy Crest se manteve lucrativa, devido ao sucesso de suas marcas de queijos e manteiga, como o Cathedral City, enquanto sua divisão de leite fluido passa por dificuldades.

O fraco mercado de leite afetou não somente os processadores. Na cadeia de fornecimento de lácteos, os produtores também passam dificuldades. O preço médio ao produtor no Reino Unido foi de 27,91 centavos de libra (43,44 centavos de dólar) por litro de leite em abril, de acordo com dados do Governo. Isso é aproximadamente 4% menos do que os produtores recebiam no começo do ano e 3% a menos que o preço médio na UE.

Em meio a redução de preços pelos supermercados e os processadores reduzindo os preços para ganhar mais espaço nas prateleiras, as cooperativas podem ser cada vez mais forçadas a liquidar ou fazer uma fusão.

A reportagem é da Reuters, publicada no Dairy Herd, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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