CEPEA/LEITE: Com seca prolongada e custos elevados, leite tem nova alta em outubro

O preço do leite recebido pelos produtores em outubro referente à produção entregue em setembro subiu 1,3% em relação ao mês anterior, com média de R$ 0,8097/litro (preço líquido), de acordo com pesquisas do Cepea, da Esalq/USP - a média é ponderada pelos estados de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA. O preço bruto, que inclui frete e impostos, foi para R$ 0,8808/litro. Em relação a outubro de 2011, porém, o recuo é de 5,5% em termos reais, ou seja, descontando-se a inflação do período.

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O preço do leite recebido pelos produtores em outubro referente à produção entregue em setembro subiu 1,3% em relação ao mês anterior, com média de R$ 0,8097/litro (preço líquido), de acordo com pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP - a média é ponderada pelos estados de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA. O preço bruto, que inclui frete e impostos, foi para R$ 0,8808/litro. Em relação a outubro de 2011, porém, o recuo é de 5,5% em termos reais, ou seja, descontando-se a inflação (IPCA) do período.

Gráfico 1: Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA
(média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA)
Figura 1
Fonte: Cepea-Esalq/USP.

Pesquisadores do Cepea indicam que essa terceira alta consecutiva é consequência da oferta reduzida de leite, dada a estiagem prolongada em várias regiões do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, e da finalização da safra sulista. Além disso, os custos de produção de leite estão quase 20% mais elevados que no mesmo período de 2011 (dados de setembro). O encarecimento da alimentação concentrada é o item que mais pesa, limitando, inclusive, investimentos dos produtores.

Em setembro, o Índice de Captação de Leite (ICAP-Leite/CEPEA) registrou queda de 0,5% em relação a agosto. As variações foram relativamente pequenas nos sete estados da pesquisa. A queda mais expressiva, em torno de 2%, foi verificada em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul; em Goiás, a diminuição foi de 1,8%. Em Minas Gerais e no Paraná, o índice ficou praticamente estável. Em São Paulo, houve aumento em torno de 2%. Em relação a setembro de 2011, o índice esteve 1,3% superior. Considerando-se acumulado em doze meses, houve aumento de 2% frente aos 12 meses anteriores.

A menor oferta de leite tem elevado os preços também no mercado atacadista. De acordo com dados do Cepea, no atacado do estado de São Paulo, o preço médio do leite UHT em outubro (apurado até o dia 30) teve aumento de 3,1% frente ao mês anterior, com média de R$ 1,89/litro. O valor é praticamente estável se comparado a outubro/11. No caso do queijo muçarela, houve alta de 3,5% no período, com média de R$ 11,13/kg. Em relação a outubro/11, entretanto, registra-se queda de 2,7% em termos nominais. A pesquisa é feita diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL).

Nesse cenário, a maior parte dos agentes de mercado consultados pelo Cepea espera que os preços do leite tenham estabilidade ou alta para o próximo pagamento. Para novembro (referente à produção entregue em outubro), 54% dos compradores de leite entrevistados (que representam 33% do volume amostrado) acreditam em estabilidade de preços. Para 44% dos laticínios/cooperativas (que respondem por 64% do volume de leite da amostra) deve haver alta de preços, e apenas 2% dos entrevistados, que representam 3% do volume amostrado, acreditam em queda de preços.

AO PRODUTOR - A maior alta de preços foi novamente observada no estado de Goiás, de 3,7%. A média foi para R$ 0,8572/litro (valor líquido), a maior entre os estados pesquisados que compõem a média "nacional". Em Minas Gerais, houve ligeiro aumento de 0,3%, com média de R$ 0,8233/litro. No estado de São Paulo, o preço médio aumentou 0,9%, com o litro a R$ 0,8422.

No Espírito Santo, o preço médio líquido foi de R$ 0,8005/litro em outubro, alta de 2,8% frente a setembro. No Rio de Janeiro, houve aumento de 4,9%, com média de R$ 0,8868/litro. Em Mato Grosso do Sul, houve ligeira queda de 0,3%, com média de R$ 0,7092/litro.

No Rio Grande do Sul, a alta foi de 0,9%, com o litro a R$ 0,7457. Em Santa Catarina, com o acréscimo de 1,6%, a média foi para R$ 0,7887/litro. No estado paranaense, houve alta de 1,9%, com média de R$ 0,7859/litro.

Na Bahia, o preço médio foi de R$ 0,8053/litro, aumento de 1,5% frente ao mês anterior. No Ceará, a alta foi de 3%, com média de R$ 0,8519/litro.

Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em OUTUBRO referentes ao leite entregue em SETEMBRO

Figura 2
Clique na imagem para ampliá-la.
Fonte: Cepea-Esalq/USP.

Preços em estados que não estão incluídos na "média nacional" - RJ, MS, ES e CE

Figura 3
Clique na imagem para ampliá-la.
Fonte: Cepea-Esalq/USP.

A matéria é do CEPEA/USP, adaptada pela Equipe MilkPoint.
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ADEMIR PEREIRA DE ABREU
ADEMIR PEREIRA DE ABREU

ALPINÓPOLIS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/11/2012

Bom talvez seria interessante os laticínios dosarem a oferta no fornecimento dos derivados aos atacadista e varejista para que os preços ficassem estabilizados aos consumidores , pois os dois forçam os laticínios na hora da aquisição do produto ,fazendo proposta de compras exorbitantes e assim  estrangulando o lucro dos laticínios que por sua vez empurra essa perda para o produtor que assume o prejuízo porque não tem mais a quem repassar , o consumidor está no seu papel ,quando o preço lhe convém consome ,quando não, gasta com outras alternativas .
euzebio j neuls
EUZEBIO J NEULS

NÃO-ME-TOQUE - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/11/2012

Meu amigo Paulo é pura verdade seu comentário, industrias e atacados  fazem muito bem este jogo , nosso produto nem começou a subir,e já estão  atirando leite no ventilador para que o consumidor  reaja . Estão falando em 0,002 por litro e no mercado já subiu quanto??????  
santo olivatto
SANTO OLIVATTO

IPUÃ - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/11/2012

O LEITE, SEMPRE FOI E SEMPRE SERA UM BOM NEGOCIO, DESDE QUE SEJA FEITO COM BOM GRAU DE PROFICIONALISMO, O PRODUTOR TEM QUE MONTAR COM MUITO TRABALHO E SABEDORIA, UMA ESTRUTURA BEM  BARATA E MUITO FUNCIONAL QUE ATENDA  UM TRIPE` GENETICA  ALIMENTAÇÃO E SANIDADE, SE O TRABALHO DE MAÕ DE OBRA NÃO FOR FAMILIAR, DEVE SE CRIAR PARCERIAS, PARA QUE A ATIVIDADE SEJA BEM VIAVEL.
paulo ricardo klafke
PAULO RICARDO KLAFKE

SANTA CRUZ DO SUL - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/11/2012

Nós produtores ganhamos alguns centavos de aumento,guando acontece a falta da matéria prima(leite), mas os grandes atacadista e mercados não sabem ganhar pouco,elevam os preços ao consumidor final acima da possibilidade da população,acontecendo a pressão para que o produtor não ganhe mais,assim a população não consome, pende para outras alternativas.Precisamos ter um controle mais rígido quanto ao preço final do leite nas gondolas.Senhores produtores vamos ficar atento!!!!
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