CEPEA: Preços seguem em alta, mas mercado sinaliza estabilidade para dezembro

No mês de novembro, o preço recebido por produtores pelo leite entregue em outubro teve aumento de 1,5% (ou 1,3 centavo por litro) frente ao mês anterior, indo para a média de R$ 0,8221/litro (valor líquido), segundo levantamentos do Cepea, da Esalq/USP. O preço bruto foi de R$ 0,8952/litro.

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No mês de novembro, o preço recebido por produtores pelo leite entregue em outubro teve aumento de 1,5% (ou 1,3 centavo por litro) frente ao mês anterior, indo para a média de R$ 0,8221/litro (valor líquido), segundo levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. O preço bruto foi de R$ 0,8952/litro. Essas médias são ponderadas pela produção de leite nos estados do RS, PR, SC, SP, MG, GO e BA.

Em relação ao mesmo período do ano anterior, o preço médio ficou praticamente estável, apresentando leve recuo de 0,1% em termos reais (ou seja, descontando-se a inflação do período - IPCA até outubro/12). Pesquisas do Cepea, no entanto, mostram que os custos de produção estão quase 20% maiores. Os preços do milho continuam subindo, enquanto o preço do farelo de soja, mesmo em queda no mês de outubro, vale quase o dobro que há um ano. Além disso, no início de 2013, deve haver novo aumento dos custos em função do reajuste do salário mínimo.

Pesquisadores do Cepea observam que o comportamento dos preços recebidos pelo leite em novembro foi atípico para o período. Normalmente, com a chegada das chuvas na primavera, em outubro, já é maior a disponibilidade de leite, o que tende a pressionar as cotações. Neste ano, entretanto, o volume mais baixo de chuvas combinado aos custos mais elevados da produção de leite têm limitado o avanço da produção.

A oferta diminuiu nos três estados do Sul. De acordo com o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite), entre setembro e outubro, a captação média diária naquela região caiu quase 5%. A redução ocorreu devido ao atraso das pastagens de verão, ocasionado pelo frio intenso e chuvas insuficientes nos últimos meses. Já em Goiás, houve aumento em torno de 4% (principalmente na região sul do estado); em Minas Gerais, houve alta de quase 3% e, em São Paulo, o índice permaneceu praticamente estável. No balanço dos sete estados desta pesquisa, o ICAP/Cepea recuou 0,4%.

No segmento de derivados lácteos, agentes consultados pelo Cepea já relatam aumento da oferta de leite em novembro. Até o final deste mês, entretanto, os preços permanecem firmes. No atacado paulista, o preço médio do leite UHT em novembro (cotado até o dia 29) teve aumento de 2,2% em relação a outubro, passando para a média de R$ 1,93/litro (valor inclui frete e impostos cobrados no estado). No caso do queijo muçarela, houve alta de 4,7% na comparação mensal, com média de R$ 11,67/kg em novembro. Essa pesquisa é feita diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL).

A maior parte dos laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea (54% dos entrevistados, que representam 63% do volume de leite amostrado) acredita que os preços do leite ao produtor permanecerão estáveis em dezembro (produção entregue em novembro). Para 29% dos agentes (que respondem por 21% do volume da amostra), deve haver alta de preços e 16% dos consultados (responsáveis por 16% do volume de leite amostrado) acha que deve haver queda.

AO PRODUTOR - De acordo com os levantamentos do Cepea, o estado de Goiás apresentou aumento de 1,8% no preço líquido do leite, que foi para R$ 0,8731/litro em novembro - o maior valor entre os estados da "média nacional". Em Minas Gerais, o acréscimo foi de 1,7%, com a média a R$ 0,8374/litro. No estado paulista, a média foi de R$ 0,8498/litro, aumento de 0,9% frente a outubro.

No Sul do País, o preço médio líquido do Paraná aumentou 1,4%, com a média chegando a R$ 0,7967/litro. No Rio Grande do Sul, com acréscimo de 1,2%, o litro teve média de R$ 0,7548 e, em Santa Catarina, houve alta de 0,8%, com média de R$ 0,7946/litro.

O Espírito Santo foi o único estado a ter diminuição de preço, entre os 11 atualmente acompanhados pelo Cepea. A queda foi de 1,2% entre outubro e novembro, com a média (valor líquido) passando para R$ 0,7908/litro. No Rio de Janeiro, houve acréscimo de 1,8%, com o litro a R$ 0,9026. Em Mato Grosso do Sul, a alta foi de 2,2%, com média de R$ 0,7247/litro.

Na Bahia, o preço médio foi de R$ 0,8110/litro em novembro, leve aumento de 0,3% frente a outubro. No Ceará, a variação foi semelhante, de 0,4%; a média esteve em R$ 0,8550/litro.

Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em NOVEMBRO referentes ao leite entregue em OUTUBRO.
Figura 1
Clique na imagem para ampliá-la.

Fonte: Cepea-Esalq/USP.

Preços em estados que não estão incluídos na "média nacional" - RJ, MS, ES e CE
Figura 2Clique na imagem para ampliá-la.
Fonte: Cepea-Esalq/USP.

Gráfico 2: Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA
(média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA)
Figura 3
Fonte: Cepea-Esalq/USP.

A matéria é do Cepea-Esalq/USP.
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fabio luis artioli
FABIO LUIS ARTIOLI

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/12/2012

CASO nINGUEM AINDA SAIBA O MAIOR VILAO NESSE SETOR ;QUE VAI DAS PORTEIRAS DE SUAS PROPRIEDADES ATE AS PORTAS DAS CASA DOS CONSUMIDORES SE CHAMA ,,,,,,SUPERMERCADOS.....E ATACADOS.


QUE NUNCA DEIXARAO SUAS MARGENS DE LUCROS SOBRAREM PARA OS PRODUTORES..
darlani  porcaro
DARLANI PORCARO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/12/2012

Nos mercados todos os produtos lácteos estão em alta, agora o produtor, é quem paga a conta , não temos força e é lastímavel essa situação.
valdir aparecido marques
VALDIR APARECIDO MARQUES

SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 04/12/2012

Caso não haja uma luz no fim do tunel, os produtores não irão aguentar por mto tempo, o que está acontecendo hj com nós é mta humilhação.
Sérgio de Jesus vilela
SÉRGIO DE JESUS VILELA

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS

EM 04/12/2012

O quadro é bastante desanimador e o Governo, a  Industria e os atacadistas como sempre não estão nem ai para o produtor. Fica a pergunta : existe saida?
Pool de Compras Lat PJ
POOL DE COMPRAS LAT PJ

INGAÍ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/12/2012

Após o dia 20/12 vocês vão chegar a conclusão que haverá leve baixa em novembro e uma baixa mais substancial em dezembro.



O Spot já reduziu R$ 0,12 para dezembro e caiu em torno de R$ 0,03 na segunda quinzena de novembro.



O leite UHT já está acumulando estoque e já figura em patamares próximos a R$ 1,45 a R$ 1,55.



Francisco José Buosi
FRANCISCO JOSÉ BUOSI

FERNANDÓPOLIS - SÃO PAULO

EM 04/12/2012

É se caso este cenario não melhorar rapidamente, a população brasileira vai ter que consumir leite em pó importado, pois não haverá produção no pais de leite com os custos e o preço do leite pago ao pordutor nos patamres que estão.


As industrias poderão trocar seus caminhões de coleta por navios para importação de leite, pois não vão ter onde captar o produto in natura no Brasil.


Precisamos unir as forças entre produtores,industria e principalmente os atacadistas urgente para podermos achar soluções para o cenário atual, ta desmotivante a atividade, muito ruim.


Todos vão perder e muito.
José ricardo Vilkas
JOSÉ RICARDO VILKAS

ANGATUBA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/12/2012

boas.

sempre é bom ler artigo elucidativo. porém é preocupante o preço de nossos insumos. com o milho perto dos R$40,00 a saca, e a soja R$75,00 fica muito convidativo colher estes e vender do que alimentar nossas queridas vacas. mesmo o preço de 1 real não é bom. bom hoje seria algo de R$1,15. gozado que no supermercado sobiu, mas nós continuamos na mesma.

e tempo de se fazer muita conta, verificar qual tipo de forragem colocar nos silos e que qual subproduto usar na ração.

fiquemos atentos.

Qual a sua dúvida hoje?