Com unidades industriais localizadas no Ceará, Pernambuco, Paraíba e Sergipe, a CBL Alimentos produz leite, bebidas lácteas, iogurtes, queijos, requeijão, creme de leite e leite condensado. Além da marca Betânia, a empresa é dona de outras quatro linhas: Lebom, Jaguaribe, Cilpe e Latimilk, que juntas somam mais de 150 produtos. A CBL Alimentos controla mais de 3,5 mil produtores de leite espalhados por todo o Nordeste. Sua produção diária é de aproximadamente 600 mil litros de leite que são comercializados por cerca 20 mil pontos de vendas.
Logística compartilhada
Foi no ano passado que a CBL Alimentos decidiu investir em um projeto de mutualização para uso mais eficiente dos veículos de carga. O sistema faz a gestão de rotas para otimizar a utilização dos oito Centros de Distribuição (CDs) da companhia. Apenas no projeto piloto as indústrias envolvidas aumentaram em 2,5 vezes a frequência de entrega de produtos. O estoque dos varejistas foi reduzido em 20%.
Pelo sistema, um mesmo veículo é utilizado para coletas de diversos fornecedores e entrega para um único cliente. O mesmo esquema funciona para uma única retirada de mercadorias em CDs de uma indústria que atende diversos varejistas. As empresas parceiras passaram a negociar em escala com os transportadores para redução na tarifa de frete, evitando ainda que veículos rodem sem carga.
O projeto de mutualização logística da CBL Alimentos foi incentivado pelo ECR Nordeste, unidade da ECR Brasil (ECR – Eficinent Consumer Response). A empresa responsável pela implementação foi a Diagma Consultoria em Supply Chain.
Inicialmente, aderiram ao projeto, além da indústria de produtos lácteos, M Dias Branco, fabricante de massas e biscoitos; e Pinheiro Supermercados, com 11 lojas no estado do Ceará. Depois, juntaram-se ao grupo a Indaiá Brasil, fornecedora de água mineral e o Walmart. Todas as associadas compartilham os mesmos veículos na retirada de mercadorias em centros de distribuição e entregas nos pontos de vendas. Há negociações com outras empresas, informa o superintendente de Planejamento de Vendas e Operações e Logística na CBL, Antônio Rodrigues. Ele explica que o objetivo do projeto é otimizar os recursos de transporte e reduzir custos.
Benefícios do projeto
Entre os benefícios já alcançados com o novo esquema logístico, Rodrigues cita redução de 50% do tempo de procura por veículos por parte dos parceiros. Antes, eles consumiam 20 horas para concluir a lista de embarque, tempo que caiu para dez horas na CBL Alimentos.
As transportadoras envolvidas no projeto e nos trechos traçados pelas empresas não perdem mais tempo procurando por cargas em rota reversa. Isso em razão de a saída de um ponto de origem com a carga ter programação de retorno. Outro ganho significativo é a queda de aproximadamente 500 toneladas de CO2 por ano com a redução de viagem dos veículos vazios nos diversos trechos.
Para Rodrigues, esses fatores geram impactos positivos na operação, pois muitos pedidos levam tempo para ser retirados nos locais, sejam nas fábricas ou nos CDs. O sistema também identifica os tipos de transporte que atendem com mais velocidade as especificidades de cada empresa. A CBL Alimentos, por exemplo, precisa de veículos com carrocerias refrigeradas, mantendo os produtos em uma temperatura de até cinco graus.
“As tarifas de fretes são elementos importantíssimo, pois as empresas praticam preços diferentes, de acordo com o seu porte e configuração de operação”, informa o executivo, destacando a importância do engajamento entre os envolvidos no projeto.
As informações são do www.itforum365.com.br.