Balança comercial de lácteos tem menor saldo negativo dos últimos quatro anos

As importações de lácteos apresentaram em fevereiro queda expressiva de 54% em relação ao mês anterior. As exportações seguiram o mesmo movimento e recuaram 45% no período, atingindo aproximadamente 29 milhões de litros em equivalente leite. Assim, a balança comercial de lácteos fechou o mês com saldo negativo de 5,26 milhões de litros em equivalente leite, o menor em volume desde [...]

Publicado por: MilkPoint

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As importações de lácteos apresentaram em fevereiro queda expressiva de 54% em relação ao mês anterior – total de 34,25 milhões em equivalente leite, segundo dados da Secex. As exportações seguiram o mesmo movimento e recuaram 45% no período, atingindo aproximadamente 29 milhões de litros em equivalente leite. Assim, a balança comercial de lácteos fechou o mês com saldo negativo de 5,26 milhões de litros em equivalente leite, o menor em volume desde março de 2010. Vale lembrar que as exportações brasileiras de lácteos tiveram sucessivas altas de novembro/13 a janeiro/14.

O cenário de queda tanto nas compras do Brasil quanto nas vendas externas foi resultado da menor comercialização de leite em pó. Em relação às exportações, o preço do derivado foi pouco competitivo em fevereiro. Segundo pesquisadores do Cepea, a maior demanda interna por leite UHT e a sua consequente valorização levaram a indústria a produzir mais este produto em detrimento do leite em pó. Com a disponibilidade limitada, o preço para embarque do leite em pó teve elevação de 13,5% em relação a janeiro, sendo negociado em média a US$ 5,17/kg, de acordo com o Índice de Preços de Exportação de Lácteos do Cepea (IPE-L). Esse valor foi aproximadamente 1% superior ao registrado pelo USDA no mercado internacional (Tabela 1). Além disso, de janeiro para fevereiro, a Venezuela reduziu suas aquisições de leite em pó em 73% devido a problemas de abastecimento interno. Assim, o volume total embarcado deste produto recuou 49% neste mês na comparação com o anterior.



Mesmo com a vantagem competitiva do leite em pó importado frente ao nacional, as compras externas do produto também caíram, 64% em um mês. Esse cenário foi reflexo das expressivas reduções dos embarques argentinos (42%) e uruguaios (79%). A Argentina limitou suas exportações na tentativa de combater a inflação no país e o Uruguai sofreu com o excesso de chuvas que reduziu a produção e captação de leite. Em janeiro, o preço do derivado brasileiro (que inclui os estados de GO, MG, PR, RS e SP) foi em média de R$ 13,13/kg, enquanto o importado custou R$11,67/kg (US$ 4,89 kg, convertido pelo dólar daquele mês, a R$ 2,38) no mesmo período, valor 11,2% menor que o doméstico. Já em fevereiro, com o câmbio permanecendo estável, o produto internacional foi valorizado em 1%, sendo negociado em média a R$11,57/kg.

Em relação às importações, a única exceção no mês foi a manteiga, que apresentou aumento de 8%. O maior vendedor de lácteos ao Brasil foi a Argentina (65,3%), seguida pelo Uruguai (19,3%) e Chile (4,8%). Já para as exportações de lácteos houve expressivo avanço no mês nas vendas de queijos (100%) e manteiga, que quadriplicaram em relação a janeiro. Os volumes negociados de soro de leite e o leite fluido também se elevaram, em 54% e 6%, na mesma comparação, enquanto os demais produtos recuaram, segundo a Secex. Os embarques brasileiros tiveram como principais destinos Venezuela (30%), Cuba (22,6%), Argélia (17%) e Egito (7%). A Arábia Saudita, tradicional compradora dos lácteos nacionais, não realizou aquisições em fevereiro.

PREÇOS INTERNACIONAIS – Apesar do clima seco em algumas ilhas da Nova Zelândia ter prejudicado o crescimento de pastagens, o volume de leite produzido no país tem registrado aumento na comparação com anos anteriores. A forte demanda mundial e as boas margens levaram os produtores a fornecer alimentação suplementar ao gado leiteiro para garantir uma maior produção. Na Austrália, por outro lado, há expectativa de que as recentes ondas de calor reduzam a produção local, que pode ser até 2% menor que a observada na temporada passada. Já na Europa, a oferta de leite continuou crescente e os secadores de leite em pó operaram nos níveis máximos de capacidade, tornando o produto europeu bastante competitivo no mercado internacional. Segundo o USDA, entre 9 de fevereiro e 1º de março de 2014, o preço do leite em pó integral na Oceania e na Europa registraram quedas de 0,6% e 0,7%, na sequência, sendo negociados a média de US$ 5.113/t e US$ 5.125/t. O produto desnatado, contudo, se valorizou 2% na Oceania e 1,1% na Europa, com médias de US$ 4.988/t e US$ 4.619/t, respectivamente.

IPE-L/Cepea– O Índice de Preços de Exportação de Lácteos do Cepea (IPE-L) registrou a terceira alta consecutiva em fevereiro, reflexo da contínua valorização dos derivados no mercado externo e do dólar frente ao Real. O IPE-L fechou o mês com média de US$ 4,56/kg ou R$ 10,87/kg, altas de 16,3% e 16,2% respectivamente. Dentre os produtos acompanhados pelo Cepea, houve aumento de 416,8% nos preços do doce de leite; 71,7% nos de leite fluido; 28,7% nos de soro de leite e 13,5% nos de leite em pó. Já as cotações de iogurtes recuaram 50,8% e as de queijos e leite condensado, 24% e 2,7% respectivamente, na mesma comparação.

As informações são do Boletim do Leite - CEPEA/USP.
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