Terceirizar etapas da atividade leiteira como estratégia para otimizar a propriedade familiar. É sobre esse assunto que Christiano Nascif, da Labor Rural, discorrerá em sua palestra no Interleite Sul 2018. Segundo ele, principalmente na Região Sul, onde as propriedades são pequenas e caracterizadas por uma limitação da mão de obra – que normalmente é familiar – a terceirização é interessante e pode ser uma opção.
“A pecuária leiteira tem uma característica evidente que é o alto capital imobilizado em terras. Se visamos o sucesso, temos que ser eficientes no uso delas. E como medimos essa eficiência? Aumentando a produtividade de leite por hectare e isso só é possível com mais vacas em lactação por hectare, ou, aumentando a produtividade dos animais, que no Sul já é alta devido à boa genética dos animais. Principalmente em áreas pequenas, uma possível alternativa para expandir o número de vacas em lactação por hectare é reduzir na propriedade o número de animais que não estão em lactação, como por exemplo, os pertencentes à fase de recria".
Confira um trecho da entrevista gravada com Christiano Nascif:
“O produtor passa a contar com um parceiro que vai recriar esses animais, libera áreas na fazenda para aumentar a produção de leite já que terá mais vacas lactantes, aumentará a produtividade por hectare e a sua eficiência. Como consequência, ganhará mais dinheiro. A tendência hoje é a existência de grandes produtores de leite em pequenas áreas e é esse o desenho que vejo para a atividade daqui pra frente. Nesses casos, a mão de obra passa a dar total enfoque à produção de leite”, comenta, acrescentando que um dos grandes problemas da produção leiteira hoje é a ausência de capital de giro.
“O produtor precisa de dinheiro no final do mês e ele pode alcançar isso produzindo mais leite. Quando ele tem muitos animais na recria e poucos em lactação, dificulta o giro, já que as fêmeas jovens geram despesas e não trazem renda. Claro que elas estão crescendo e se valorizando para o negócio, mas não angariam ganhos no curto prazo. Por isso, terceirizar é uma das saídas mais importantes e interessantes quando estamos buscando maior eficiência econômica e financeira”. Dessa forma, Nascif pondera que o produtor acaba resolvendo outro problema, que é a baixa liquidez.
“Quem produz leite normalmente possui vários patrimônios, mas frequentemente, não tem dinheiro vivo para circular. A meu ver, esse é um dos grandes paradoxos da atividade. Quando resolvemos terceirizar a recria, possibilitando maior volume de leite, solucionamos esse empecilho também. O resultado final é um up no sucesso econômico e financeiro, melhor remuneração, melhoria do bem-estar da família e dos colaboradores e estímulo para os filhos ficarem no negócio, já que eles estão vendo que é algo rentável e promissor”.
E a rentabilidade de quem se responsabilizará pela recria?
Quem recebe os animais terceirizados pode cobrar o ato por meio de diversos modelos. Há aquele que entrega três animais desmamados com 90 dias de vida e recebe uma vaca próxima à parição. Também, existe a opção de ‘hotel’: quem recria cobra um valor diário que pode ser quitado com dinheiro vivo, leite ou outros animais.
“Se eu não tenho tempo, espaço, habilidade e afinidade para recriar fêmeas, transfiro esse serviço para quem consegue tratá-las com mais eficiência e a um custo equilibrado, já que o parceiro talvez tenha alimentos mais baratos ou mão de obra mais abundante”.
Christiano - que apresentará ao público do Interleite Sul números de propriedades terceirizadas comparadas com modelos tradicionais - destaca que na pecuária de corte, suinocultura e avicultura, a terceirização hoje já é muito mais disseminada do que na pecuária leiteira. “Nessas atividades, muitos não trabalham com ciclo completo, algo que ainda é muito comum no leite. Para evitar o ciclo completo, seria interessante a existência de quem trabalha apenas com vacas secas, os que fazem apenas recria, os que produzem os volumosos ou até mesmo combos, como recria mais volumosos”, finaliza.
A palestra de Christiano Nascif compõe o painel “A transformação do leite no Sul do país”. Além deste painel, o evento conta com mais cinco:
- Mercado e Organização da Cadeia do Leite;
- Excelência no Compost Barn;
- Assistência técnica visando o novo contexto da produção de leite no Sul do país;
- Tecnologia aplicada;
- Economia da produção de leite.
Neste link, você garante sua inscrição com desconto até o dia 15 de março > http://www.interleite.com.br/sul/inscricoes
Aproveite para confirmar a sua presença na página do Interleite Sul no Facebook. Por meio dela também serão publicadas novidades sobre o evento!
A hashtag oficial do evento é: #interleitesul2018
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