Os departamentos de lácteos dos supermercados da China e da Índia e as demais lojas desses países são cheios de bebidas lácteas fermentadas que prometem benefícios à saúde.
Junto com ofertas locais, como o Shuang Wai Wai e o ProLIfe, da Amul, os compradores podem encontrar o Yakult Honsha Co., da Yakult, e o Activia, da Danone - produtos probióticos.
Diferentemente da Europa, onde as regulamentações proibiram a Danone e a Yakult de promover alguns supostos benefícios para a saúde com seus produtos, as companhias de lácteos têm uma margem maior para fazer essas afirmações na China, na Índia e em outros locais da região.
"A Ásia está se tornando cada vez mais um local para o consumo de produtos probióticos", Martin Jochum do SAM Sustainable Assets Management AG, em Zurique, unidade da Robeco, que tem 186 bilhões de euros (US$ 241,37 bilhões) sob sua responsabilidade, incluindo ações da Danone. "O ambiente de regulamentação aqui é bem mais favorável que na Europa e você tem muito mais consumidores que estão demandando nutrição de melhor qualidade".
A Yakult, um nome familiar no Japão há mais de 50 anos, subiu para terceiro lugar entre as bebidas lácteas probióticas na China, com vendas de US$ 174 milhões em 2010, de acordo com os dados mais recentes do Euromonitor International.
Na Índia, onde o Yakult entrou em 2008 e onde tem uma joint venture com a Danone, a companhia contratou a estrela de Bollywood, Kajol Devgan, como embaixadora da marca. A empresa emprega 250 mulheres chamadas de Yakult Ladies que percorrem as cidades vendendo os produtos. Apesar de suas receitas na Índia serem pequenas - cerca de US$ 2 milhões em 2010, segundo o Euromonitor -, a Yakult aumentou suas vendas no país em pelo menos 60% a cada ano.
O potencial crescimento da Yakult não passou despercebido na Danone, que possui 20% de participação na empresa e, há vários meses, vem negociando aumentar sua participação na companhia com sede em Tóquio.
Um acordo entre as duas companhias, assinado em 2004 e revisado em 2007, permitiu que a Danone aumentasse sua participação nesse ano. As duas companhias têm também uma joint venture no Vietnã.
"Quanto mais trabalhamos com a Yakult, mais gostamos de trabalhar com eles", disse o diretor financeiro da Danone, Piesse-Andre Terisse, em uma conferência em abril. "Precisamos manter o desenvolvimento e aumentar essas cooperações".
A companhia japonesa está resistindo a isso. "Não queremos que a Danone aumente sua participação", disse seu vice-presidente, Yoshihiro Kawabata, em maio.
O mercado global para alimentos contendo probióticos provavelmente aumentará em 51%, para US$ 42 bilhões até 2016, de acordo com o Euromonitor. Para bebidas fortificadas como o Actimel e o Yakult, a região da Ásia-Pacífico é a número 2, depois da América do Norte, gerando cerca de US$ 18 bilhões em vendas no ano passado, disse o Euromonitor. A Europa Ocidental está em terceiro, com US$ 11 bilhões.
"O sistema de regulamentação que determina as afirmações de saúde está em um estágio muito inicial comparado com o Ocidente", disse o professor assistente de ciência farmacêutica da Maharshi Dayanand University em Rohtak, norte da Índia, Deepak Kaushik.
A reportagem é do Bloomberg, traduzida e rezumida pela Equipe MilkPoint.
Ásia: Danone e Yakult apostam no mercado de probióticos
Diferentemente da Europa, onde as regulamentações proibiram a Danone e a Yakult de promover alguns supostos benefícios para a saúde com seus produtos, as companhias de lácteos têm uma margem maior para fazer essas afirmações na China, na Índia e em outros locais da região.
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